Capítulo III

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Amália mergulhava-se a si e ao vestido nas águas mornas daquele lago.
Ela tinha tirado toda a sua roupa.
Olhou à sua volta e sentiu-se perdida.
O que tinha acontecido?
Tudo tinha mudado tão depressa que até era difícil acreditar.
Ela ouviu uns galhos estalarem.

- Talis? Estás ai? - ela chamou

Outro galho estalou mas desta vez com mais força e um rapaz cambaleou para a margem do lago.
Amália lançou um berro tão alto que se pode ouvir a metros dali.
Talis que estava encostado numa árvore a comer uma maçã, levantou-se e correu até ao lago e assim que viu o rapaz lá suspirou de alivio.
Este sorriu e estendeu os braços a Talis.

- Meu Tio!!!! - O rapaz gritou abraçando-se a Talis. Este bateu-lhe fortemente nas costas.
Amália olhava a cena com o cenho franzido e só os olhinhos a sair da água.

Talis separou-se do sobrinho.

- Eu gostava de alguma privacidade. - Amália disse só com a cabecinha de fora de água. Os dois homens olharam a pela primeira vez e embaraçados desculparam-se e sairam da beira da princesa.

Amália acabou de se lavar e saiu da água vestindo o vestido molhado. Adentrou a floresta e encontrou Talis e o sobrinho Giuseppe sentados numa raiz de uma árvore.
Talis olhou a princesa e franziu o cenho confuso.

- Vestiste o vestido molhado? - ele perguntou

- vesti.

Giuseppe riu-se. Ele tinha um sorriso lindo, as bochechas enrugavam e os olhos sorriam juntamente com a boca.

- Mas assim vais ficar doente. - Talis insistiu.

- Talis, eu não tenho mais nada para vestir! O que querias que fizesse? Anda-se por ai nua?

- Eu trouxe uma coisa. - Giuseppe falou pela primeira vez. Ele abriu um saco de pele de carneiro e lá de dentro tirou uma saia branca de linho. Depois tirou um top simples do mesmo tecido e um espartilho castanho de pele.

Amália olhou Giuseppe de cima a baixo e pegou nas roupas aborrecida.

- Eu sei que não é o que estás habituada... mas é melhor que roupa molhada. - Giuseppe gozou com a princesa

Amália olhou para ele irritada.

- Obrigada - Amália sussurrou por entre os dentes.

Amália separou-se dos homens para se vestir.

- Não me tinhas dito que ela era assim bonita. Da maneira que falaste pensava que ela fosse uma criança. - Giuseppe comentou com Talis

Este olhou para Giuseppe de lado.

- Ela é uma princesa. Não quer dizer que seja uma criança. Tu é que pensaste isso. Se tivesses mais atento à vida política do nosso reino sabias que ela já nasceu há 18 anos atrás.

- Eu tinha 3 anos na altura, achas mesmo que eu queria saber se a princesa nasceu?

Amália reapareceu das árvores com o vestido.
O saiote do vestido de princesa fazia o vestido de camponesa ficar demasiado volumoso para o tecido que tinha.

- Eu vou ter de me ver livre do saiote, não vou? - Amália perguntou tristonha

- Sim Amália.

Amália voltou a separar-se deles, cabisbaixa.
- Eu gosto do jeito dela. - Giuseppe comentou

- Por amor de Deus Giuseppe. Não te vais fazer à princesa! É tudo menos o que preciso agora. E ambos sabemos muito bem como tu és em relação a raparigas. Ela é nova, é ingenua, inocente, nunca beijou ninguém nem nada...

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