Lost Kingdom

Capítulo VIII

De volta à estrada, Talis expulsou Giuseppe da carroça e fez o ir atrás a pé, pois já estava farto de o ouvir falar e pensou que pondo-o a caminhar ele ia se cansar e quando volta-se para a carroça adormeceria.

- O Giuseppe esteve a falar comigo ontem... - Amália começou

- Sobre? - Talis perguntou olhando a princesa desconfiado. O que viria dali?

- Ele disse que bastava eu querer para que eu e ele começassemos uma vida em conjunto.

Talis permaneceu calado durante alguns segundos pensando no que haveria de dizer.

- O meu sobrinho é um bom rapaz. - ele fez uma pausa e continuou - provavelmente o tipo de rapaz que qualquer rapariga no mundo iria querer. Ele é bonito, bem formado, sabe lutar, é charmoso e sedutor e ao mesmo tempo é respeitador. Mas ele não é um rei nem é o herdeiro de nada. Ele é tudo isto que eu disse mas ele não passa de um homem. E um homem só quer uma coisa.

Amália olhava Talis confusa. Onde é que ele queria chegar?

- Eu não sei como abordar este assunto contigo Amália. És uma jovem tão inocente e delicada...

- Sê direto Talis...

- O Giuseppe tem um historial de raparigas com quem esteve muito grande. Ele é um sedutor nato. Ele nunca amou ninguém e apesar de ele já não ser nenhum adolescente sem ideia do que é a vida, ele tende a pensar como um.

Amalia mirava Talis tentando entender

- Ele diz que te ama... mas... honestamente eu acho que ele está fascinado porque pela primeira vez ele anda atrás de uma coisa que para além de não conseguir ter, ele não pode ter. E isso deixa o excitado claro. Cada vez que ele te toca é como se estivesse a cometer um crime. Ele não pode fazer aquilo mas ele está a fazer e isso fascina-o. E depois claro tu és linda e então é uma linda tentação para ele.

Talis olhou Amália á espera de uma resposta mas esta olhava em frente pensativa.

- Quando a tua mãe morreu nos meus braços ela pediu-me para te ajudar a crescer e a recuperar o reino. E quando eu vi que isto estava a acontecer entre ti e o Giuseppe senti-me furioso, porque apercebi-me que não ia conseguir realizar o desejo da tua mãe. Mas eu tenho a certeza que o desejo da tua mãe era que tu fosses feliz e se tu és feliz com uma vida simples com o meu sobrinho... então vai.

Amália olhou Talis e Talis olhou Amália. Esta tinha um olhar revolucionário.

- Eu não posso fazer isto. Não me posso esquecer do que é realmemte importante...

Talis mirava a surpreendido. Depois do discurso que fizera achava que a princesa ia mesmo desistir de tudo.

- Não posso me esquecer de quem sou e do meu propósito de estar aqui. Não duvido que seria feliz com o Giuseppe, talvez um feliz que eu nunca vou sentir casando me com outro homem, mas eu nunca me ia sentir uma mulher realizada.

Talis assentiu, no fundo feliz pela decisão da princesa.

- Estamos quase a chegar a Falia... Mais um dia ou dois de viagem e entramos nas fronteiras deles.

- o Giuseppe também me falou neles e até acho que foi o que ele disse sobre Falia que me fez quase desistir de tudo.

- o que é que ele disse? - Talis perguntou

- Que os homens não valorizavam a mulher, que eles pareciam que ainda viviam no seculo X, que eram agressivos, rudes totalmente diferentes de nós. Para além de que provavelmente sabendo a raça deles eles nem me iam ajudar.

- Tudo o que ele disse é verdade Amália... menos uma coisa. - Talis começou - Apesar das diferenças todas, o teu pai era um grande amigo do rei de Falia... mesmo muito amigo.  E apesar de eles serem tudo o que tu disseste, eles são acima de tudo leais. Eu não tenho a menor dúvida que eles te vão ajudar.

- E o que será que ele vai fazer?? - Amalia perguntou curiosa.

- ele vai querer ganhar alguma coisa em troca, provavelmente uma negociação financeira... Depois ele vai arranjar-te um bom marido que se adecue a ti... uma forte aliança... depois vai ajudar-te a formar um exército para derrotar Gantive. Tenho quase a certeza que vai ser assim.

Amalia sorriu.

- Eu vou voltar a ter tudo o que é meu. - olhou para os olhos de Talis - eu vou ser uma rainha.