O sol de Auradon está radiante, porém, desta vez sua luz bateu para além do mar atingindo a pequena Ilha. Há vinte anos que nenhum raio de sol atravessa aquele lugar e embora, tenha mais de um ano que a barreira foi extinta é difícil se acostumar com tanta luminosidade.
E se para aqueles recém libertos daquela prisão é difícil se acostumar com a luz forte nos olhos, para a Lady continua sendo bastante incômodo sentir a luz entrar pela sua janela e acordá-la, mesmo que, já estivesse vivendo em Auradon há quase dois anos e meio. O estranho é que ela sempre se certifica que as cortinas estejam fechadas para não ter que acordar tão cedo no dia seguinte, por isso, se o sol está batendo em seu rosto significa que alguém está tentando acordá-la.
— Se não acordar agora vou jogar água em você e sabe que posso fazer isso. — A voz doce da filha da Rainha Má ecoou nos ouvidos da Lady que em resposta virou-se para o outro lado da cama. — Malévola Bertha Faery, se não acordar vou ser obrigada a tomar atitudes drásticas.
Ela abriu seus intensos olhos verdes para ver a amiga em pé ao lado de sua cama.
—O que quer?
— Quero que levante dessa cama.
— Para que? É sábado.
— Deve ser porque toda Auradon está reunida para o casamento do rei com a Lady.
Levando em consideração que a parte da manhã nunca foi sua parte do dia favorita ou produtiva até que Mal pensou rápido acerca da fala da amiga.
— É hoje?
Perguntou com um leve sorriso.
— Às 16:00h majestade.
— Meu casamento é hoje? — Fez uma pergunta retórica. — Vou me casar hoje, Evie. — Ela disse num sorriso enorme.
— Sim, é sim.
Evie respondeu com o mesmo sorriso e felicidade pela amiga
— Vou me casar com o Ben.
Seus olhos lacrimejaram ao falar isso e lembrando da longa caminhada até ali.
— É, você vai sim. — A amiga limpou o rosto choroso. — Estou tão feliz por você. — A puxou para um abraço. Ambas sabiam que não era pelo casamento em si, mas pelo árduo caminho que tiveram para chegar ali. Para Mal foi assumir que amava alguém e que queria ser amada, Evie sabia que Ben foi importante para Mal finalmente admitir isso.
— Te amo.
— Também, mas precisamos começar logo, porque tem vinte minutos que estou tentando te acordar.
— Tudo bem, hoje sou oficialmente seu manequim.
— Para começar, seu café da manhã, enviando especialmente pelo seu futuro marido.
A azulada colocou no colo dela uma bandeja com seu tradicional café da manhã. Uma tigela grande de morangos, torradas com geleia de morango, uma xícara de café sem açúcar e um cartão que pela letra só podia ser do rei.
"Para você começar seu dia bem, minha futura rainha. Te vejo daqui a pouco, te amo."
— Pronto, e agora?
Mal disse após colocar na boca o último morango.
— Banho, Dizzy chega daqui a pouco para fazer seu cabelo.
(...)
— Só estou dizendo que príncipes são inúteis, eles só aparecem no final da história. — Uma Mal de quinze anos dizia para Evie tentando persuadi-la da inutilidade dos homens. — E alguns só impunham uma espada em um grande dragão feroz, que devo dizer só foi possível, porque aquelas fadas chatas o ajudaram.