19. you can't escape from the truth

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19. you can't escape from the truth

Tudo acontece muito rápido.

Em um segundo estou me dando conta, aos poucos, de que Hoseok, meu irmão mais velho e melhor amigo de infância do Yoon-gi, está olhando para aquela cena diante de seus olhos e mil interpretações negativas correm por suas feições numa curta fração de tempo, passando de confusão para compreensão e raiva latente. No outro, ele está cruzando a passos largos e firmes a pista que nos separa, sem sequer olhar para os dois lados do local deserto, agarrando Yoon-gi pela gola da camisa e desferindo um soco na sua face.

É quando eu esboço uma reação. É quando me dou conta de que isso está realmente acontecendo e eu arregalo os olhos de maneira quase automática. Ao ver Yoon-gi  cambaleando para trás e tentando se reerguer sem ser atingido novamente, já mostrando o pequeno corte no canto dos seus lábios pintando a pele pálida de vermelho vibrante, eu desperto para uma realidade que parecia intangível e distante até pouco tempo atrás. 

- Hoseok! - grito, na intenção de fazê-lo parar sua terceira investida em direção ao melhor amigo. Não me lembro da última vez que o vi tão violento assim. Hoseok sempre foi uma pessoa muito pacífica e sorridente.

Interponho meu corpo entre os dois, com os braços abertos para aumentar o espaço de proteção, uma barreira física e humana necessária para impedir maiores estragos e escândalos. Consigo ver a luz de um dos cômodos de uma casa da vizinhança ser acesa.

Ótimo.

Já estarão falando disso amanhã mesmo que a solução termine de maneira quase pacífica.

- Ficou maluco?! - prossigo, a voz claramente alterada e nervosa. Consigo sentir o sangue pulsando mais forte e mais rápido nas veias. - Não pode bater nele dessa forma!

O olhar do meu irmão sequer desvia a atenção de Yoon-gi, cujo qual também obtém minha atenção cuidadosa enquanto checo se ele está bem. Alternando o olhar entre ambos, vejo que Hoseok observa fixamente quando Yoon-gi apruma o corpo antes caído e limpa o sangue com o dorso da mão.

- O que estava fazendo com ele aqui fora, Jung Eun? Eu a vi saindo de sua casa.

Ele finalmente nota minha presença com o olhar, a voz endurecida e completamente indiferente à minha tentativa de lhe dar um sermão me atinge em cheio.

Não parece arrependido. Nem um pouco. Pelo contrário, parece bem convencido de suas atitudes.

Suspiro e abaixo os braços, deixando-os cair ao lado do corpo, sem forças. Completamente entregue e vencida, dou uma última chegada em Yoon-gi e, então, sem arrodeios, digo:

- Eu vim ver o Yoon-gi - pigarreio, por temer não ter soado audível o suficiente e acrescento: - Vim vê-lo.

Os pulmões do Hoseok se enchem de ar pela sua última inspiração, tamanha a raiva que ele contém dentro de si.

- Como... - ele corre a mão pelos cabelos e vira o corpo de lado, observando a linha reta que segue a pista até o final da rua. - A mamãe disse que você estava com o Han-gil! Disse que foi visitar sua mãe doente no hospital!

É claro que mamãe contaria sobre meu destino de hoje de manhã, mesmo eu pedindo para manter segredo sobre o estado de saúde da Min-ji e todo o resto.

- E eu estava... de manhã - sorrio sem graça. Não sei em que ponto se dará a conclusão daquela situação em que estamos, mas só desejo que acabe logo.

- Ela disse que passaria mais tempo com eles - rebate, batendo o pé no chão, um sinal de que seu cérebro está trabalhando à todo vapor agora. - Como pôde usar a senhora Min-ji como desculpa para...

CRUEL SUMMER | Min YoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora