capítulo 13

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Pov's Isabela

Acordo com várias pessoas me olhando, estou meio tonta, então me levanto devagar e acabo me lembrando do que o diretor falou. Minha irmã, a Gabriella, não pode ter ido, ido para sempre.

- Por favor, me diga que a morte da minha irmã foi um sonho. - Digo com lágrimas nos olhos para o diretor que me fitava com um olhar triste.

- Desculpa, senhorita Souza, é tudo verdade. - Ele diz e eu começo a chorar. Giulia me abraça e eu me aconchego em seu peito.

A Gabi se foi, se foi para sempre. Não acredito que isso está mesmo a acontecer. Eu sinto um grande vazio no meu peito. Talvez, esse vazio em meu peito nunca passe, esteja sempre ali, mas espero que um dia possamos nos reencontrar. Eu não sei o que vai ser da minha vida sem ela, sem minha maninha. Sem o sorriso que iluminava meus dias. Sem a gargalhada gostosa que ela tinha. Sem o seu senso de humor que me fazia rir. Sem suas histórias. Sem sua voz. Sem o brilho que ela tinha. Sem ela...

(...)

Eu já havia chegado na cidade, o diretor pagou um táxi pra mim vir pra cá, estou na casa dos meus pais, já que quero ficar ao lado deles nesse momento difícil. Os meus pais estão no quarto deles e eu estou no meu quarto sentada na cama relembrando dos meus momentos com a Gabi, com o lenço dourado, que a mesma sempre usava, na mão.

Desde que éramos crianças, nós nos dávamos muito bem, apesar da diferença de idade. Eu lembro até hoje quando ela falou "mais que uma irmã, você é minha amiga" e o sorriso que ela deu depois de falar essa frase, foi o melhor!

Em um dos dias que ela passou aqui em Buenos Aires, ela estava a tocar piano e eu cantei "primer amor", ela ficou tão emocionada.

Amarro seu lenço em pulso, me levanto da cama e vou até seu quarto, e acabo relembrando mais alguns momentos nossos juntos.

Assim que abro meus olhos, vejo minha mãe me fitando sorrindo sem os dentes.

- Lembrando dela?? - Pergunta minha mãe sentada na cama da mesma e eu acento com a cabeça.

- Está aí a muito tempo??

- Não, acabei de chegar. - Ela diz. - Filha, então, nos ligaram e alguém da família tem que fazer o reconhecimento das vítimas, sua irmã e o Rhener. Eu sei que é difícil pra você, mas você pode fazer o reconhecimento?? Eu e seu pai não vamos aguentar fazer isso. Por favor, minha filha.

- Tudo bem, mãe, eu vou. - Digo com um nó na garganta.

(...)

Fui até o local onde o corpo de Gabi está para fazer o reconhecimento dele, Agustina e Rodrigo vieram comigo para mim não vir sozinha.

- Vamos lá, senhorita Souza? - Diz um cara.

- Vamos! - Digo. - Meus amigos podem entrar comigo??

- Sim! - Diz o moço.

Nós fomos, mas na hora de entrar na sala, eu não conseguia entrar e então eu comecei a chorar.

- Isa, que foi?? - Pergunta Agus.

- Eu não consigo, eu não posso. Vocês fazem isso por mim? Por favor! - Peço a Rodrigo e Agus.

- Nós fazemos isso por você, amiga, pode deixar. - Diz Rodrigo, eu acento com a cabeça e eles entram na sala.

Sabe, por um momento eu pensei que podia ser outra pessoa que estava morta ali e não minha irmã, não sei, acho que eu queria poder ouvir que minha irmã não estava naquele vôo e foi tudo um grande erro. Mas, meu mundo desaba quando Rodrigo e Agus saem da sala chorando.

- Eu sinto muito, Isa. - Diz Agus. - Eram a Gabi e o Rhener. - Ela diz me abraçando, eu começo a chorar e Rodrigo também se junta ao abraço.

(...)

No dia seguinte...

Hoje o dia está nublado, cinzento e triste. Hoje é o dia do enterro da Gabi e do Rhener, e está sendo o dia mais triste da minha vida. Porque?? Porque ela?? Eu ainda não posso acreditar que eu nunca mais vou ver a minha irmã, minha maninha. Tem muitos amigos, familiares e colegas, todos querendo dar um último adeus a eles que morreram tão novos por causa de uma queda de avião. Segundo os policiais, a causa da queda do avião é um total mistério, mas a investigação já está acontecendo. Vários documentários passaram na tv com a notícia da queda do avião, o país inteiro está chocado e triste, pois não foi só a minha irmã e o Rhener que morreram, foram quarenta passageiros, um piloto, dois co-pilotos e duas aeromoças. Um total de quarenta e cinco pessoas morreram infelizmente. Ninguém conseguiu sobreviver.

(...)

Já havíamos enterrado minha irmã e o Rhener, agora o que nos restou são as lembranças boas. Eu estava de volta a minha casa, me sento na cama e começo a cantar. Cantar é a única coisa que me acalma nesse momento.

Apesar de não tê-la aqui do meu lado, quando eu canto, me sinto perto dela. E isso é tão bom! Senti-la por perto me faz sorrir, coisa que não fiz nas últimas vinte e quatro horas. Sempre vou me lembrar dela, nunca vou esquece-la, NUNCA...

Apaixonado pela minha professoraOnde histórias criam vida. Descubra agora