É agora ou nunca🦋

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Eu não sou a melhor pessoa em apresentações, mas eu me chamo S/S S/N, tenho 15 anos e no momento estou sendo transferida para a maior escola de super heróis do Japão, A tão falada U.A.

Se você acha que eu estou indo pra lá porque sonho em ser uma heroína, você está muito enganado.
Meu sonho sempre foi ser uma psicóloga pra poder ajudar pessoas com dificuldades em se encontrar e também pra poder tentar ajudar pessoas a constituirem novas vidas.

Mas então qual o motivo de eu estar indo para uma escola de super heróis? Bom, pra saber você precisa conhecer primeiro a minha história e meu desejo por liberdade.

Flashback on:

Eu nasci no Brasil, e até os 5 anos de idade eu morava com a minha mãe. Eu nunca havia conhecido meu pai e minha mãe não falava sobre ele, isso não fazia diferença pois apesar de não ter boas condições, eu era feliz, muito feliz.

Mas felicidade de pobre dura pouco.

Um dia minha mãe e eu estávamos indo para casa de ônibus, ela tinha ido me buscar na escola. Eu não me lembro muito bem o que aconteceu, só lembro de um homen se levantar com uma arma na mão e começar a gritar com todo mundo, e quando tentou me puxar como refém minha mãe foi me defender, resultado: um tiro no meio da testa dela.
O super-herói só chegou 5 minutos depois do ocorrido.

Uma semana depois me disseram que eu ia morar com o meu pai lá do outro lado do mundo, eu estava totalmente perdida. Que pai era esse que eu nunca tinha ouvido falar?

Então assim foi feito, me botaram em um avião com um desconhecido rumo ao Japão. Assim que cheguei não fui recebida com muita alegria por uma mulher loira e alta que me olhava com desgosto, ao lado dela havia dois garotos idênticos e uma garota, depois eu descobri que eles eram minha madrasta e meus meios meio irmãos.

E só conheci meu "pai" dois dias depois, ele assim como o resto da minha "família" me olhava com um grande desgosto, e esse olhar piorou ao saber que eu não tinha individualidade. Eu não sabia falar a língua deles, isso dificultou tudo na minha vida.

E assim os dias se passaram, eu era trancada dentro de um quarto e podia ir apenas para a escola, claro que não a mesma que os meus irmãos, eu estudava em um escola pública e com poucos recursos, eu não ligava, o importante era que nesse tempo eu saía de casa.

Com 7 anos comecei a sofrer bullying e Xenofobia por ser de outro pais e por não ter individualidade. Ninguém sabia que eu era filha do grande herói S/P. Eu era registrada em outro sobrenome e meu pai pagava algumas pessoas para ir as minhas reuniões escolares.

Na verdade, eu nunca fui de dar muito trabalho na escola, eu sabia que se fizesse isso ele poderia me tirar de lá, e lá era o unico lugar que eu me sentia liberta mesmo sendo algo tão falso quanto minha família.

Em casa eram brigas constantes com minha madrasta gritando comigo por razão nenhuma, meu pai me colocava pra baixo nas poucas ocasiões que nos víamos e eu nunca havia trocado uma palavra se quer com meus irmãos. Eu nunca podia comer na mesa, eu nunca podia sair, eu nunca podia falar com ninguém e eu não podia ir nos eventos com eles. Aquela vida era o próprio inferno, a única coisa boa era a grande sacada do meu quarto, ela tinha a vista do mar pois a casa era no alto de um penhasco na praia, eu me lembro de passar horas só olhando além do horizonte.

Àquela grande imensidão azul, eu queria mais que tudo poder ver o mar de perto, aproveitar a maresia, ouvir as ondas e a harmonia delas com a brisa e a areia. Eu invejava os pássaros, eles podiam ir aonde quisesse na hora que quisessem sem se prenderem a ninguém.

Meu desejo por liberdade só ia aumentando a cada dia que passava, então no meu aniversário de 9 anos eu supliquei para que meu pai me desse de presente livros sobre histórias e fantasias para que eu pudesse conhecer o mundo ao menos um pouco. E por um milagre ele me presenteou com 9 livros e, por um momento, eu esqueci de quem meu pai era, e na tentativa de o abraçar eu recebi um grande tapa. Foi meio trágico.

Mesmo com essa atitude eu estava agradecida. Então em toda as ocasiões que nos víamos eu pedia um livro. Logo eu já tinha uma estante cheia deles, o melhor de tudo foi que eu não precisei pedir por muito tempo já que ele começou a me trazer livros por conta própria. Uma vez ele me trouxe um que era sobre a linguagem de sinais oque me fez aprendê-la mesmo não sabendo se algum dia eu a usaria. Eu também trazia livros da biblioteca da escola, isso me fez desejar a liberdade ainda mais.

E no meu aniversário de 10 anos eu quis fugir por um tempinho. Sentir a areia da praia em meus pés era algo tentador, então eu peguei todos os meus lençóis inclusive as colchas de cama e as amarrei, mas quando joguei pela janela eu percebi que aquilo nunca daria certo pois ainda faltaram nove lençóis para eu não me esparrachar no chão.

E naquele mesmo dia minha madrasta entrou no quarto para levar minha janta adiantada, pareceu até que alguma força maior me odiava assim como ela. A cena que ela viu foi eu tentando amarrar os lençóis na perna da minha cama, ela só não me bateu porque naquele dia tinha visita em casa, e ela ia mandar eu ficar bem quieta que mais tarde nós iríamos conversar. A conversa não foi muito agradável pra minhas costas.

E eu tentei fugir inúmeras vezes depois daquele dia, eu tinha medo, muito medo de apanhar daquela bruxa, mas meu desejo por liberdade era maior que o medo, meu desejo de liberdade era maior que tudo.

Mas um dia, no meu aniversário de 12 anos, eu tinha acabado de voltar pra casa, o dia estava chuvoso e extremamente frio, isso me deixava confortável, então eu pensei que talvez fosse um bom momento pra receber alguns pingos de chuva no rosto, então eu me aproximei da sacada para tentar aproveitar aquele momento. Porém, minha madrasta entrou no quarto, ela pensou que eu iria tentar fugir novamente, e dessa vez ela não pegou leve no castigo.

Ela saiu rasgando todos os meus livros, e eu comecei a puxa-la em uma tentativa falha de a fazer parar, aquilo era o meu tesouro.

Enquanto fazia isso ela gritava "Você devia ter morrido junto com a vagabunda da sua mãe, que ficava se jogando pra cima de qualquer homen que via, e depois fugia. Eu pensei que tinha me livrado dela mas aí a maldita cria dela me aparece estragando minha vida e me fazendo lembrar daquela vadia, era pra você ter morrido!"

Depois disso ela me bateu, bateu muito, alguns hematomas até sangraram.

E naquele mesmo dia eu decide que teria minha liberdade não importando o preço. Eu subi na minha sacada e com toda a minha coragem pulei.

Mas quando estava a poucos metros do mar, eu senti minhas costas pesarem, algo parecia diferente em mim, e então ao tentar rodear meu tronco com os braços eu percebi que eu tinha criado asas, lindas asas de anjo.

Por impulso eu as mexi, e antes de chegar ao mar eu consegui planar. Com dificuldade eu pousei em uma pedra, eu estava maravilhada com as minhas asas, mas assim que eu olhei pra cima, lá estava meu pai na sacada me olhando "Me lasquei", foi o que eu pensei na hora.

Depois ele me levou pra casa, e durante semanas estudou minha individualidade que depois descobri que não eram só asas.

Então meu pai me propôs o seguinte acordo: Se eu conseguisse entrar na U.A e me tornasse uma grande super heróina, ele finalmente me deixaria ser livre, e poderia fazer o que bem entendesse, caso o contrário eu ficaria trancada naquele quarto até o fim da minha existência.

Mas eu faria tudo pra ser livre, então aceitei.

Treinei minhas abilidades por três anos e consegui entrar por recomendação.

Flashback off

E cá estou eu, admirada com as paisagens maravilhosas através da janela do ônibus, eram ainda mais lindas do que nos meus livros, as cores eram ainda mais vivas, o cheiro e a brisa eram mais evidentes. Parecia com o cheiro da liberdade, o bom cheiro de grama com terra molhada.

E finalmente chegou no meu ponto, eu estava um pouco perdida, nunca havia me comunicado com pessoas diferentes ou até mesmo visto pessoas diferentes, além de não conhecer absolutamente nada dalí. Com dificuldade pedi informações para um casal de velhinhos.

Eu agora estou na frente da U.A esperando ser identificada. É agora ou nunca S/N.

Continua...

Até o próximo capítulo, espero que tenham gostado🦋

(Capítulo alterado)

LIBERDADE - [Bakugou/Tamaki]Onde histórias criam vida. Descubra agora