Capítulo XI

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Depois da nossa conversa, Justin ofereceu-me uma carona até a minha casa. Sem o peso das preocupações em meus ombros, o clima ao seu lado era muito melhor. Conversamos um pouco no caminho, sobre as aspirações de Justin para a faculdade. Ele me contou que pretendia ingressar em alguma instituição com tradição no futebol americano, mas para isso, precisava ganhar uma bolsa, e isso só iria acontecer se ele impressionasse os olheiros dessas universidades durante a temporada. Ele concluiu dizendo que se conseguisse fazer isso, as chances de realizar seu sonho de jogar na NFL seriam bem maiores.

Assim que abri a porta de casa, me deparei com minha mãe e Quintrell, sentados no sofá da sala. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, o barulho da porta fez com que virassem para mim.

— Precisamos conversar, Caterina. — mamãe disse, em um tom sério. — Nós três precisamos.

— Ok. — concordei, enquanto me aproximava do sofá.

— Queremos pedir desculpas pela discussão de ontem. — Quintrell começou. — Especialmente por termos colocado você e Zoe no meio.

— E por que ela não está aqui ouvindo isso? — questionei, cruzando os braços.

— Já conversamos com ela. — minha mãe explicou.

— Então, eu e sua mãe conversamos bastante hoje. — meu padrasto continuou. — E tomamos uma decisão. — ele fez uma pausa, talvez para que minha mãe continuasse, talvez tentando me matar de ansiedade.

— Nós vamos abrir um negócio. Juntos. — ela disse, segurando a mão de Quintrell.

— Assim, teremos uma fonte confiável de renda, não importa o que aconteça. — Q afirmou, gesticulando com sua mão livre. — Mesmo que a vida nos separe, cada um de nós ainda será dono de 50% do negócio. 

— Que bom saber disso. — disse com um sorriso, aliviada. — E eu posso saber qual é o negócio que vocês pretendem montar?

— Segredo, querida. — minha mãe disse, com um riso em seguida. — Pelo menos até a gente organizar tudo direitinho.

— Nem precisa me contar, eu já sei que vai ser um restaurante de comida mexitaliana, unindo as especialidades culinárias de vocês dois. — brinquei, provocando uma gargalhada de ambos.

Mais tarde, deitada na cama, sendo consumida pelo tédio, peguei meu celular e comecei a navegar nas redes sociais para matar o tempo. Meu dedo arrastava a tela para baixo ininterruptamente, sem que nada capturasse minha atenção, até que uma postagem específica conseguiu prender meu olhar. O vídeo, postado por Justin, era uma coletânea das suas melhores jogadas nas partidas do time de futebol americano da escola. Mesmo com meu conhecimento limitado acerca do esporte, era possível perceber que o garoto tinha muito talento. Explorando as fotos do quarterback, acabei me empolgando e descendo até as postagens mais antigas do seu perfil. Apesar de ter me sentido uma stalker maluca por causa disso, foi interessante descobrir que Justin tinha o cabelo comprido até o ano passado e que seu irmão Jacob estava fazendo faculdade em Louisville, Kentucky. 

Depois de passear pelo perfil de Justin, passei alguns minutos entretida com vídeos de receitas supostamente simples, que eu provavelmente encontraria um jeito de estragar, caso tentasse reproduzir. No meio de uma receita de torta de cranberry, fui interrompida por uma chamada de vídeo de Bianca. Atendi, quase que involuntariamente, imediatamente perguntando-lhe o motivo do seu sumiço nos últimos dias. Minha amiga explicou, após me lembrar que havia ficado ausente por menos de 2 dias, que seu celular havia quebrado e precisou ser enviado para o conserto. Eu deveria ter deduzido isso, levando em conta que Bianca não conseguiria passar 2 dias sem usar redes sociais em circunstâncias normais. Aproveitamos a ligação para conversar sobre tudo que aconteceu durante o seu período de ausência. Enquanto eu detalhava a conversa com Justin, ouvi o som da porta do quarto sendo aberta, seguido pela voz da minha mãe.

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