Capítulo 04

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Meu coração parou. Ela queria que eu dormisse com ela? Não hesitei e deitei sem entender muito o que estava acontecendo, mas assim que deitei ela deitou no meu peito e adormeceu. Mandei mensagem para Renata dizendo que estava tudo bem e que ela já estava dormindo. Estava nervoso e ansioso porque não sei como iria ser amanhã quando nós acordarmos, não sei nem se ela vai estar aqui quando eu acordar. Em meio de tantos pensamentos, acabei adormecendo também.
— Narrado por Pilar —
​Acordei sem entender o que estava acontecendo. Estava deitada no peito do Purre, com as roupas dele, na cama dele, ai meu Deus será que eu...? Sentei na cama e minha cabeça doía muito, muito, muito. Olhei para o lado e ele estava capotado, peguei meu celular e não sabia o que fazer, mesmo brava, precisava conversar com uma das meninas, então liguei para a Renata.
- Nossa, bom dia. Resolveu falar comigo?
- Renata, não começa. Fiquei louca mas lembro do que aconteceu antes de começar a beber, ainda estou brava com vocês. Só liguei para entender o que esta acontecendo, porque estou na casa do Purre, com a roupa dele e dormindo com ele.
- Você O QUE? – Renata deu um grito tão alto que me assustou. – Bom, o que eu sei é que você depois de brigar comigo e com a Carolina saiu sem rumo pela Jet, te procuramos por horas e não te achamos. Fomos te procurar do lado de fora e o Santiago pediu para o Purre procurar mais uma vez na parte de dentro, depois de 1h mais ou menos o Purre me ligou dizendo que tinha te encontrado tri louca dançando em cima da mesa com uma garrafa de vodka na mão, te levou para a casa dele porque não tinha condições de te deixar daquele jeito na sua casa, me ligou e perguntou o que fazer com você, pedi para ele te dar banho.. – Eu interrompi.
- BANHO RENATA? VOCÊ É LOUCA? – Disse gritando e esqueci completamente que ele estava ali do lado, mas ele apenas virou para o lado e não acordou.
- Sim, banho. E ele provavelmente te deu, agora você estar dormindo com ele na cama eu não entendi...
- Ai meu Deus. Ta bom, obrigada. Vou dar um jeito de ir embora daqui antes que eu morra de vergonha! – E desliguei.
​Eu estava em choque. Meu rosto com certeza parecia um pimentão de tão vermelho de vergonha, assim que desliguei com a Renata peguei minhas roupas, não tinha condições de ficar ali. Tentei sair sem fazer barulho, mas quando abri a porta para sair, ouvi sua voz atrás de mim.
- É assim que você vai sair? Sem me agradecer?  - Sua voz rouca fez meu coração bater desesperadamente.
- Purre, desculpa, eu, eu to morrendo de vergonha. – Ele levantou e veio até a mim, pegou na minha mão e me fez sentar na cama.
- Tá tudo bem. Eu só cuidei de você do mesmo jeito que você cuidaria de mim. Nós não fizemos nada se é isso que te preocupa, ok? Dormimos juntos porque você pediu para eu dormir com você. Eu jamais tentaria algo com você daquele jeito. — Ele deu uma pausa.— Nós podemos comer algo? Eu preparo alguma coisa para você e depois te levo embora. – Ele terminou de falar e eu fiz que sim com a cabeça, peguei minhas roupas e fui para o banheiro me trocar e fazer minhas higienes enquanto ele ia para a cozinha, minha sorte é que sempre ando com um kit de higiene na minha bolsa, terminei o que tinha que fazer e fui para cozinha.
- Nossa, o cheiro está ótimo. Não sabia desse teu lado cozinheiro. – Disse chegando na cozinha e sentando em um dos bancos do balcão. Fiquei observando-o por um tempo, incrível como tudo nele era lindo, desde seu cabelo até seu rosto, seu maxilar, pescoço, ombros, músculos...tudo.
- Toma cuidado que está quente. – Ele disse enquanto colocava o prato de omelete na minha frente, depois sentou e continuou a falar. – É... Pilar, a gente pode conversar sobre ontem? Você...você ficou assim pelo o que a Juana te falou? – Sua expressão era séria. Ele estava convencido a conversar e não ia aceitar qualquer desculpa que eu desse.
- Você quer que eu seja sincera? – Ele fez que sim e eu continuei. – Sim, foi. Em parte, fiquei chateada porque as meninas sabiam e nunca me contaram.
-Mas por que? Você nem se quer sentia o mesmo...
- Ah Purre, fala sério. Desde que nos conhecemos você me chamou atenção, passamos meses grudados, todo mundo desconfiava de nós dois e você sabia disso. As cenas que nós gravávamos mexia muito comigo também, você sabe da química que nós temos e como combinamos atuando juntos, não sinto sozinha a tensão nas cenas de silêncio, nos quase beijos, depois da cena do "Acha mesmo que somos só amigos?" eu fiquei mal. Fiquei mal porque aquilo pra mim era real, aquela pergunta era real, eu não conseguia ficar ali só olhando pra você e vendo aquele olhar confuso, sem entender o que você queria comigo, Purre. E além de tudo, você namorava. Te ver com a Juana ontem doeu muito e depois ouvir da boca dela que vocês terminaram porque você estava apaixonado por mim, me fez querer morrer. Saber que minhas melhores amigas esconderam isso de mim...foi o fim, sabe? Eu estava ali o tempo todo Purre, tudo que eu queria era que você enxergasse isso. – Terminei de falar e fiquei com o choro preso.
​Levantei, porque não dava mais pra ficar ali. Antei até a porta e senti os passos dele atrás de mim, ele segurou meu braço e me virou pra ele, me pressionou na parede e colocou as mãos no meu rosto, e eu não conseguia dizer qual coração batia mais rápido.
- Pili...- Ele disse baixinho, antes de sumir com o mínimo de espaço que tinha entre nossos rostos.

P.s. Eu te amo - #Pilurre Onde histórias criam vida. Descubra agora