Depois de rodar a Jet inteira e não encontra-la parei em uma rodinha onde todo mundo estava gritando para uma menina que estava dançando em cima da mesa com uma garrafa de vodka na mão, óbvio que não seria ela mas não custava nada ter certeza, certo? Fui pedindo licença até conseguir chegar no centro perto da mesa, e não consegui acreditar no que eu estava vendo. Era ela. E eu nunca na minha vida imaginei que encontraria ela assim um dia.
- PILAR, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? – Gritei tentando fazer com que ela me escutasse. Sem respostas. Subi em cima da mesa em que ela estava e perguntei mais perto – Que porra você está fazendo? Suas amigas estão loucas atrás de você. Vamos comigo. – Segurei seu braço enquanto ela relutava para que eu o soltasse.
- Eu não vou te soltar, ou você vem comigo por bem ou você virá por mal. Você escolhe. – Falei sério e ela desceu da mesa e logo eu desci atrás.
- O que você quer, Purre? Anda, o que você quer? – Ela respondeu tri louca.
- Eu quero te levar embora, as meninas estão desesperadas atrás de você. – Ela riu.
- Elas não são minhas amigas de verdade, docinho. Nunca foram. Agora da licença que eu já tenho carona para voltar para casa.
- Não fala besteira, Pilar. E outra, vai voltar com quem? Com pessoas que você não conhece? Entrar em carro de desconhecido? Sua mãe não te ensinou isso, docinho.
- Não fala besteira? Que tipo de amigas esconde que o cara que você é apaixonada também é apaixonado por você? – Ela disse isso e no mesmo instante se arrependeu. Meu coração amoleceu, mas eu não poderia resistir, não naquele momento. Fiquei quieto esperando que ela continuasse.
- Eu vou embora com o Polo. Agora você pode me dar...- Ela não conseguiu completar a frase e caiu em cima de mim. Levei ela pra fora no colo e coloquei ela deitada no branco traseiro do carro e fomos para a minha casa.
No caminho dirigindo até minha casa, mil coisas se passavam pela minha cabeça. Nunca imaginei ver a Pilar naquele estado, ainda mais por minha causa. Ou pelo menos eu achava que tivesse sido. Depois de uns 20 minutos dirigindo, cheguei em casa. Guardei o carro na garagem, abri a porta do banco de trás e peguei a Pilar no carro, que continuava capotada. Não tinha condições nenhuma de leva-la para casa naquele estado porque com certeza sua mãe a mataria, então achei que leva-la para minha seria a melhor opção. Abri a porta de casa na maior dificuldade mas tentei de todas as formas não acorda-la, peguei meu celular e decidi ligar para a Renata que devia estar morrendo de preocupação essas horas, afinal, tinham 50 ligações perdidas no meu celular e mais de 60 no da Pilar.
- Purre? Alguma noticia? – Renata atendeu já fazendo perguntas. Sua voz estava falha e baixa como se estivesse chorando.
- Oi Rena, e sim, tenho. Ela está aqui em casa.
- Oi? Como assim? – Ela disse sem entender mas parecendo mais aliviada.
- Pois é, encontrei ela super bêbada dançando em uma mesa com várias pessoas em volta. Acho que ninguém nunca iria suspeitar que era ela ali, né? Convenci ela a descer e no meio da nossa conversa, ela desmaiou. Não tive outra opção a não ser traze-la pra cá, até porque a mãe dela não a perdoaria se ela chegasse assim em casa.
- Meu Deus! Eu sabia que deveria ter ido atrás dela. Mas ela estava muito nervosa, eu não quis piorar as coisas, eu sou uma péssima amiga Purre, meu Deus...- Renata começou a chorar descontroladamente no telefone.
- Rena, calma. Já passou e está tudo bem. Ela tá aqui. Só me diz o que eu preciso fazer, ok? Vou cuidar dela e amanhã deixo ela aí.
- Você precisa dar um banho nela. Gelado, de preferência. Você consegue? Depois, se ela tiver acordada, tenta dar algo para ela comer e depois deixa ela dormir, qualquer coisa que vocês tiverem que conversar, deixa para amanhã. Me liga se precisar. Sem se preocupar com a hora. Beijos!
- Banho? É....tudo bem, até mais, Rena. – Desligamos. Banho. Eu tinha que dar banho nela e não sabia nem por onde começar. Andei até meu quarto onde tinha deixado ela e ela estava num sono profundo, linda, como ela conseguia ser tão linda? Fui tirando os sapatos dela, meia, acessórios, jaqueta, e por incrível que pareça, não conseguia ter nenhuma malícia. Ver ela naquele estado acabava comigo de uma forma que eu não conseguia pensar em nenhuma maldade. Deixei-a deitada e fui preparar o banho dela, voltei com ela nos braços e tentei da maneira mais delicada coloca-la debaixo do chuveiro. Tentei coloca-la em pé para que pudesse ser mais fácil e talvez ela despertasse, mas assim que ela colocou os pés no chão, me agarrou e afundou o rosto no meu peito. Eu tinha tirado minha camiseta e colocado um shorts porque definitivamente me molharia também.
- Pili...? – Chamei ela baixinho enquanto passava a mão no seu cabelo.
- Hm? – Ela levantou o olhar pra mim e meu Deus. Aqueles olhos..
- Eu preciso cuidar de você, tá bom? Você está mal. Eu prometo que vai ser rápido. Você acha que consegue fazer algo sozinha? Eu não vou olhar, aí eu só te ajudo a lavar o cabelo..
- É, eu acho que sim. – Sai do box e fiquei esperando do lado de fora, depois de uns 10 minutos ela me chamou falando que havia terminado e precisava de ajuda para lavar o cabelo. O silencio que estava ali era horrível. Terminei de ajuda-la e dei uma toalha para ela se secar.
- Deixei em cima da cama uma camiseta e um shorts para você vestir. Quer comer alguma coisa? – Ela mexeu a cabeça fazendo um sinal de não e eu conseguia ver no seu olhar como ela estava se sentindo constrangida. Decidi não falar mais nada porque ela não estava bem. Enquanto ela se secava no quarto, decidi tomar um banho rápido para dar uma acordada. Terminei e fui até o quarto, dei 3 batidas na porta e ninguém respondeu. Decidi entrar e avisei que estava entrando, quando abri a porta consegui ver que ela estava capotada na cama com a toalha enrolada no cabelo, tirei a toalha e coloquei um edredom por cima porque ela estava encolhida de frio. Quando estava indo para sala arrumar o sofá para dormir, escutei ela me chamar.
- Purre..- Ela falou com uma voz sonolenta.
- Oi Pili, eu tô aqui. – Respondi me aproximando da cama e ela estava sentada.
- Vem dormir comigo.
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P.s. Eu te amo - #Pilurre
Ficção AdolescenteDois atores, uma série, um casal fictício. Será que eles vão ter forças para levar esse amor para a realidade?