5

74 9 22
                                    





Eu tenho fogo cerrado em peito

Que não me dá descanso

Eu não tenho descanso, oh

Deixa queimar, deixa queimar

Deixa queimar, deixa queimar

Não vou deixar queimar! – respiro aliviada por desligar os ovos bem a tempo.

Quase sempre, quando acordo primeiro que os meus pais, resolvo eu mesma fazer o café da manhã.

Às vezes, por me empolgar cantando eu deixo queimar algo, mas depois de estragar a panela caríssima da minha mãe, prometi que iria prestar mais atenção ao que me rodeia.

Coloco os ovos fritos na mesa e sorrio em ver uma mesa de café da manhã semelhante aos das novelas. Tem pão, queijo, presunto, frutas, ovos fritos, café e suco, tudo o que meus pais amam.

Resolvo chamá - los. Compreendo que são 05h23min da manhã, mas quero garantir que eles estejam cientes de que não precisam se preocupar com o café da manhã de hoje. E quero mostrar a mesa linda que fiz para eles.

Subo as escadas delicadamente em direção ao quarto.

Encontro mamãe com a cabeça repousada no peitoral do meu padrasto, enquanto o mesmo faz cafuné em seus cabelos. Ambos estão sorrindo apaixonados.

Péssima hora Zoe!

Penso em retornar para a cozinha, porém meu padrasto nota a minha presença antes disso.

— Oi princesa. Bom dia! – ele me cumprimenta. — Por que não vem aqui?

Mamãe sorri para mim também.

— Bom dia. Eu não quero atrapalhar, só vim avisar que eu fiz o café da manhã. – anuncio envergonhada por ter atrapalhado o momento deles.

— Zoe, você nunca atrapalha, filha. Vem aqui. – mamãe pede em um tom carinhoso, e acabo me dando por vencida ao me aproximar da cama de casal.

— Você fez amizades ontem. – meu padrasto começa, e entendo o real motivo de minha presença.

— A Ana é legal. – respondo relembrando o seu jeito maluquinho.

— Chegamos ontem à congregação, logo você terá muitos amigos. – ele diz e sorri apaixonado para minha mãe, que retribui o ato.

— Sem querer eu acabei falando com líder do ministério de louvor que você canta e toca, e adivinha? Ele me garantiu que iria falar com você após o término do culto.

Sem querer. Sei.

— Eu sei, mamãe. Vi vocês conversarem. – respondo um pouco chateada. Mamãe sempre sai falando para todos o quanto sou tímida e preciso de amigos, o que resulta nas pessoas se aproximarem de mim por pena.

Então o exibido é o líder do ministério de louvor?

— Não fica chateada, Zoe. Nós só queremos que você tenha amigos, estamos em uma cidade diferente, é hora de recomeçar. – diz meu padrasto com um sorriso.

Amigos, amigos, amigos.

Eles me pressionam tanto em relação a isso.

— Você é tão sozinha, filha. Precisa sair, conversar com pessoas da sua faixa etária. – mamãe continua e vejo que foi uma péssima ideia ter vindo até aqui.

Eu gostaria de dizer a eles que todas essas exigências me sufocam, mas tenho medo de acabar falando demais e as coisas não saírem como eu planejara.

Apenas aceno com a cabeça e aviso novamente que o café está servido, e me retiro o mais rápido do quarto.

[...]

Depois de horas meus pais desceram. Precisei esquentar alguns alimentos que ficaram frios devido a demora, mas todos estamos desfrutando de mais um café em família.

— Filha, o que você colocou nos ovos? – mamãe pergunta enojada.

— Nada mãe, fiz como sempre faço. – digo e a observo sair correndo da mesa até banheiro. Percebo o que está realmente acontecendo quando vejo meu padrasto correr atrás dela.

Ela está vomitando.

Ainda inerte vou em direção a porta do banheiro, e vejo minha mãe pálida sentada no chão próximo a privada, enquanto meu padrasto analisava seu rosto.

— Edu, eu fiz alguma coisa de errado? – pergunto preocupada com medo de ter contribuído para o estado da minha mãe.

— Claro que não, princesa. Pode trazer água para a sua mãe? – confirmo e enquanto encho o copo, o vejo carregando minha mãe até a sala.

— Eu estou bem, amor. Foi só uma tontura. – entrego o copo de água para minha mãe que está sentada no sofá sendo aparada por meu padrasto.

— Vai dar algum remédio para ela? – pergunto a ele, que analisa minha mãe com o olhar preocupado. Meu padrasto é medico clínico, e deve está pensando em algum diagnóstico possível para o mal estar da minha mãe.

— Não. Eu vou à farmácia. – ele diz decidido e o encaro confusa.

Farmácia?

— Amor, não é preciso. Foi só um mal estar. – mamãe responde ainda pálida.

— Eu acho melhor irmos ao hospital – sugiro.

— O que custa fazer um teste, meu amor? – meu padrasto pergunta e vejo seus olhos esperançosos.

Mamãe abaixa a cabeça.

Jesus!

— A senhora está grávida? – pergunto surpresa.

— Não. – fala mamãe.

— Talvez. – diz meu padrasto.

Minha confusão aumenta ainda mais.

— Foi só uma tontura, já passou, eu prometo. Não vai mais acontecer. – mamãe se direciona ao meu padrasto, que não gosta muito dos seus argumentos, mas acaba concordando enquanto a abraça.





N/A: Olá pessoas, o que estão achando??

beijos e fiquem com Deus!

Zoe - Cheia de Vida [ PAUSADO TEMPORARIAMENTE]Onde histórias criam vida. Descubra agora