7

66 4 16
                                    




Giro a maçaneta e abro a porta, encontrando mamãe deitada em uma cama. A mesma tem alguns equipamentos hospitalares espalhados por seu braço e dedos, não muitos, o bastante para levantar suspeitas de que há alguma coisa errada.

Ela estava chorando, seu rosto a entrega através dos olhos vermelhos. Ao seu lado direito está Sara, que sorri enquanto segura a mão da minha mãe e meu padrasto que se encontra ao seu lado esquerdo.

— Mãe. – digo totalmente aliviada por vê-la aparentemente bem. A pastora Sara se afasta e diz que vai se retirar, e eu rapidamente ocupo o lugar que antes ela ocupara. Ouço a porta ser fechada restando apenas mamãe, meu padrasto e eu.

— Oi meu amor, eu preciso contar uma novidade. – ela começa e observo lágrimas banharem o seus olhos. Estranho, porém assinto fazendo - a continuar. — O Senhor achou digno de que a nossa família crescesse tanto na graça como no conhecimento Dele.

Percebo meu padrasto se aproximar da cama e me fitar com um largo sorriso.

— Assim, como declarou Sara, eu também digo; "Deus fez com que eu me risse. E todos os que souberem o que me aconteceu hão de alegrar-se comigo. Porque quem haveria de dizer a Abraão que eu poderia vir a ter um menino? E a verdade é que acabo de dar um filho a Abraão, já em plena velhice!". *

Estou surpresa, e percebo que também estou chorando. Meu coração acelera velozmente, e não sou capaz de discernir a onda de sensações que me atinge.

Eu vou ter irmãozinho ou irmãzinha!

Não serei mais sozinha. Terei alguém para amar e cuidar com todo o meu amor.

— Amor, você não está velha. – meu padrasto diz em tom orgulhoso e repousa sua mão na barriga da minha mãe. Observo o gesto ainda paralisada pela emoção. — Zoe, vem falar com o seu irmão. – ele fala tentando imitar a voz de um bebê.

—Irmão? Então já dar para ver o sexo? – pergunto me aproximando e colocando também minha mão em sua barriga, sentindo a mesma saliente.

— Sim. O Abednego está há quatro meses na barriga da sua mãe. – ele ri e eu o acompanho, estarrecida. Quatro meses é muito tempo, como não notei nada de diferente em mamãe?

E ele só pode está brincando, o meu irmão não vai se chamar Abednego.

Apesar do mesmo ter sido um homem de muita fé e confiança em Jesus.

— Pode ser uma menina. – falo e meu padrasto confirma.

— Claro que sim. Seja o que for, vai ser meu auxílio na hora de implicar com os seus pretendentes. – revela sorrindo.

Envergonhada pelo foco da conversa ser minha vida sentimental, olho para mamãe e percebo que ela ainda chora.

— Mãe, o que aconteceu? – questiono preocupada. — Não fica triste, faz mal ao meu irmãozinho ou irmãzinha. – digo a última frase sorrindo encantada.

— Depois de anos eu estou grávida de novo. Um bebê vai mudar todos os nossos planos. – chora ainda mais e meu padrasto aproxima seu rosto do dela.

— Jesus nos deu essa criança, Ele está no controle de tudo. Eu estou aqui com você, não vou a lugar nenhum. Seremos pais novamente juntos. – ele diz inclinando-se para beijá-la. – Eu sou o homem mais feliz do mundo.

Um sorriso nasce em seu rosto.

— Eu estou feliz, mãe. – sorrio para ela e observo minha mão que agora acaricia a sua barriga.

Jesus e essa mania de ser perfeito em tudo o que faz.






Obs: *— A fala da mãe da Zoe anunciando a chegada do bebê está situado em Gênesis 21:1-3.

N/A: Olá pessoas!

um bebê a caminho temos!

Menina ou menino? O que vocês acham?

Estão gostando? 

beijos, fiquem com Deus!

Zoe - Cheia de Vida [ PAUSADO TEMPORARIAMENTE]Onde histórias criam vida. Descubra agora