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Meses depois:

— Deixa que eu atendo, mãe! – grito indo em direção à porta, e ao abri-la, encontrando Bela.

— Olá. – ela me cumprimenta sorrindo.

Bela é a enfermeira recomendada pelos pastores que passou a noite no hospital com a minha mãe logo quando ela descobriu a gravidez. Após a notícia de que a gestação é delicada, ou seja, envolve um médio risco, meu padrasto chegou à conclusão de que minha mãe necessitava de um profissional que a acompanhasse de perto já que é bastante teimosa, e como tinha se dado muito bem com Bela, uniu o útil ao agradável contratando-a.

— Oi Bela. – fecho a porta e sou recebida com um abraço.

Me sinto bastante confortável com ela. Não saberia explicar, é como se a timidez evaporasse, como se eu não temesse qualquer pensamento seu em relação a mim.

Eu estou melhorando na timidez. Talvez uns vinte e cinco por cento. Para mim é muita coisa, pois, tenho consciência de que Jesus tem atendido ao meu pedido desde aquela reunião de retirar tudo o que me impede de deixa-lo entrar no meu coração.

— Como está a mamãe do ano? – ela pergunta colocando o seu jaleco. Bela é jovem, mas tem uma maturidade que é nitidamente reconhecida.

— Muito sensível. – digo relembrando o quanto ela chorou enquanto conversávamos sobre o nome da minha irmã.

Sim, o bebê é uma menina.

Ir à ultrassonografia e ouvir o seu coraçãozinho de perto foi uma das melhores coisas que já presenciei em toda a minha vida. Eu tive vontade de sair gritando para todos que o meu mundo era amarelo, já que não sou muito chegada a cor rosa.

Ao invés disso, mandei uma mensagem cheia de lacinhos e letras maiúsculas para Bela e Ana, minhas mais novas amigas, de que tínhamos uma princesinha a caminho.

Uma mini- Zoe.

E eu estou mais antenada ao celular.

— Eu vou lá. – ela avisa levando sua bolsa. — Você vai para a igreja hoje? Terá ensaio dos jovens.

— Sim, irei mais cedo para ajudar a Ana com as crianças. – digo percebendo que a hora se aproxima.

— Tudo bem. – ela retoma o caminho e sobe as escadas.

— Zoe, você quer que eu te leve para o ensaio? – meu padrasto surge na sala. Desde que descobrimos que estamos esperando uma menina, ele vive sorrindo a toa e dizendo que é pai de uma princesinha.

Não sou filha biológica do Eduardo, então é compreensível que ele curta bastante o momento com a primeira filha. Estou feliz por ele.

— Não é necessário, eu vou sair daqui a pouco, vou a pé. – respondo.

— A pé? Mais de jeito nenhum que a minha filha vai sair sozinha por aí. – ele diz de maneira protetora.

— Então, obrigada. – falo ainda sem jeito.

— Não precisa agradecer, princesa. – ele sorri de forma carinhosa.

Não sei que dizer. Não sei reagir a demonstrações de afeto.

— Vou subir. – aviso e saio caminhando em direção as escadas, seguindo até o quarto do casal.

Ouço de longe minha mãe e Bela conversando.

— Nós selecionamos diversos nomes para ela. – ouço mamãe dizer sorrindo e acariciando a própria barriga, sentada na cama.

Agora completando quase seis meses, sua barriga está relativamente grande. É como tivesse duas Elisas em sua barriga.

Entro no quarto e me sento na cama, ao lado da minha mãe.

— Já escolheram? – Bela pergunta anotando algo em um caderno. Ela me explicou que era a temperatura, peso, basicamente um diário de gestação da minha mãe. Era necessário, já que no dia em que fomos ao hospital, a pressão da minha mãe subiu muito, o que ocasionou em seu internamento.

— Elisa. – eu revelo orgulhosa, pois dei a sugestão para que minha irmã levasse o nome.

A minha bebê.

— Significa consagrada a Deus. – minha mãe explica para Bela, que está sorrindo encantada.

— Elisa era o nome da minha avó. – percebo que ela deixa escapar algumas lágrimas. — Você já é mais que esperada, minha princesa Elis. – ela fala colocando a mão na barriga da minha mãe, que por se encontrar bastante sensível, se emociona.

De fato, Elisa é um tesouro que surgiu em minha vida, e eu não via a hora de tê-la em meus braços.

...

Me despeço do meu padrasto que está no carro e vejo Ana sentada nas escadarias da igreja, provavelmente a minha espera.

Ela estava ensaiando uma dança com as crianças, mas não estava tendo sucesso. Eu não dançava, mas concordei em ajudar por puro apoio moral, e torcendo para que ela não me perguntasse nada relacionado aos movimentos.

Não saberia responder.

A mesma já superou a situação com Davi, e é a maior fã do casal. Isso porque Deus a visitou através de um sonho, dizendo para que ela descansasse o coração, pois ela estava sendo cuidada por Jesus. Eu me arrepiei com a sua experiência direta com Deus.

Logo que entramos na igreja, as mães aguardavam Ana enquanto as crianças corriam e gritavam por todo o espaço.

Vai ser uma tarde produtiva.









N/A: Olá pessoas!!

Temos uma garotinha a caminho!

beijos

Zoe - Cheia de Vida [ PAUSADO TEMPORARIAMENTE]Onde histórias criam vida. Descubra agora