Capítulo 01

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O começo de uma nova era sempre começa assim: um Rei surge, governar e logo depois é morto. Os inimigos triunfam e um novo ciclo de tormento se inicia. Sempre nesta ordem, requisitos de uma conquista? A perseverança. Alguns líderes morrem e outros já ocupam o seu lugar e assim se segue sucessivamente. E porquê isso acontece? Bem, eu não sei dizer. A única coisa que sei é que Reis morrem! Então por via das dúvidas serei sempre o seu inimigo. Estarei logo, logo junto a ti irmã.

Ps: Estou com saudades.

Atenciosamente Teresa Clark.

Ano após epidemia.


Imagine uma guerra, 1939 segunda guerra mundial, pessoas morrendo, mulheres chorando, crianças crescem e logo depois são mandadas para o matadouro enquanto os seus pais saem de suas casas em busca de uma falsa paz. Paz essa que é comandada por líderes egoístas e fanáticos. Uma guerra injusta. Séculos se passaram e o tempo nunca curou a dor e cicatrizes que esses tempos sombrios deixaram para trás. Foram anos de dor, luta, vingança, preconceito e medo. Conseguiu imaginar? Agora pense nela em um tempo futuro. Onde as armas não são mais tão antiquadas, nem as bombas tão lentas de serem acionadas, um caos mundial que causou uma epidemia. Pra quê bombas, armas e robôs quando se tem a capacidade de ser transformar em uma maquina de caça perfeitamente mutante? Uma proposta quase irrecusável, não é mesmo?

Ela parou. Sentia o cheiro podre da carniça ainda distante. Alguém estava perto, ela o sentia a espreita. Sentia quase tocando-a de uma forma íntima e assustadora. Clark permaneceu parada, sua respiração estava lenta, seus batimentos reduzidos e sua pulsação quase que nula. Ela torcia para que o vento levasse o seu cheiro para norte, torcia que com o sacudir dos seus cabelos a fragrância do seu shampoo não chamasse tanto a atenção. Ela torcia para que ele não houvesse à sentido.

A floresta estava escura. Não tão quente quanto o verão passado, mas ainda assim agradável para a circulação noturna. Aquilo não era nada relevante para Clark já que o vento não estaria a ajudando em sua fuga. Segurando ainda mais firme a corrente em seu pescoço, ela correu novamente. Seus pés descalços pisavam sobre as folhas secas fazendo barulhos, ela sabia que para os vampiros aquilo era como música para os seus ouvidos.

Ela sentiu ele seguindo-a novamente e então ela parou. A presença não humana estava mais perto do que ela imaginava. Ela podia ouvir-lo rosnar detrás das árvores em que ela acabará de se encostar. Abaixando-se ainda mais, ela apertou os olhos afim de enxergar pela brecha estreita aquela massa negra perambulando ao redor da mata de um lado para o outro sentindo-a.

Ele cheirava os arredores como um cão. Mais Clark sabia que ele estava longe de ser um animal dócil, valente e companheiro. Ele parecia mais uma espécie de monstro cientificamente criada para destruir qualquer coisa que ele encontrasse em sua frente. Clark se manteve quieta, com a sua respiração lenta ela permaneceu observando-o a distância. Não tinha mais para onde fugir, ele estava perto demais para que ela pudesse correr. E ela infelizmente estava longe demais de sua arma para que pudesse atirar, se a sua irmã ao menos estivesse ali. Clark tinha certeza de que ela não exitaria em brigar com aquela fera.

Sua irmã era dura na queda. Uma caçadora nata e líder da aldeia em que moravam. Os Clark sempre tiveram a fama de resolver tudo aos arredores, seu sobrenome era temido pelos vampiros. Boa parte feitos por sua irmã Teresa, depois da morte dos seus pais Teresa se tornou sua irmã e mãe mais velha. Cuidou de Catarina como ninguém jamais poderia cuidar e consequentemente ela acabou cuidando também de todos do vilarejo. Já Catarina sempre preferiu as agulhas do que as armas, sua irmã sempre havia á alertado de que um dia precisaria das armas, mais Catarina optava por ignora-lá. Hoje ela podia sentir o gosto amargo da sua desobediência.

VAMPIRE - Dormindo com o InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora