Capítulo 03

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Carta de Teresa em Patrulha.

As pessoas aqui parecem estranhas. Digo, elas nos encaram como se fossemos extraterrestre. Será que elas pensam que somos loucos? Ou que participamos de alguma teoria da conspiração? Enfim, fora o esquisitíssimo estamos todos bem. Eduardo progrediu muito bem em sua primeira caçada, matou duas ninhadas em apenas uma noite não é fantástico? Por falar nisso, como andam as coisas por aí? Por favor me diga que Charlotte já cuspiu o seu maldito filho pra fora. Espero que todos estajam bem.

PS: Estou com saudades. Cuide das coisas por nós, em breve estarei ao seu lado novamente.


Atenciosamente, Teresa Clark


            O salão da residências dos líderes dos vampiros estava cheio. Clark não se surpreenderá com o tamanho do fluxo, afinal, ela era uma Clark. Ela os observavam com cautela. Estavam reunidos naquele salão em uma típica cena de filme de horror. Um cenário onde a era dos bárbaros ainda existia era medonho observa-los tão de perto, eles mais pareciam trogloditas com sede ao seu pote do que realmente monstros da noite. Ela tinha a impressão que tudo aquilo era tão humano... No salão ela pode observar várias espécies ali misturadas. Eles eram como pragas, existiam vários tipos e transmutações diferentes. Ali existia raças grandes, pequenas, magras, gordas, grotescas, atraentes. Parecia não existe um padrão, pelo contrário, eles pareciam ser normais. Passariam desapercebidos pelo o seu povoado se não fossem pelos seus dentes pontudos e exibidos. Aquilo era realmente fascinante. Todos adentraram pelas portas do salão com entusiasmos, Clark podia vê nos olhos daquelas criaturas a sede em querer possuí-la como prêmio. Sentada e com uma postura desleixada, Clark observava toda a cena com pavor. Ainda estava suja e cheirava a sangue fresco, depois que ela havia apagado na noite anterior o seu corpo foi transportado para dentro de uma enorme gaiola feita propositalmente para humanos. Não era tão grande e espaçosa, pelo contrário era pequena e estreita. Clark havia agradecido aos céus por nascer menor do que o esperado. Ela não era uma mulher alta e robusta, pelo contrário, era graúda e magra demais, naquele momento muito favorável para a situação em que estava.

Sua boca estava seca. Sentia sede, sentia fome, se sentia cansada e doente. Em seu ferimento havia uma espécie de pano gasto e sujo, estava bem pressionado em volta de sua coxa com um nó preciso. O sangue não fluía mais do seu ferimento, mais ainda assim lhe custava a doer como uma queimadura. Aquele besta não havia apenas a mordido e sim rasgado a sua pele como um animal rasgar a pele de sua caça. Clark ainda podia sentir os pequenos fluidos de sangue saírem da sua coxa como goteira. Estava perdendo sangue e isso não chamava apenas a sua atenção como também as dos vampiros. Eles podiam senti-la, parecia poder sentir a sua dor e isso de certa forma os satisfazia. Ela estava exposta como um produto de vitrine, por um momento Clark se sentiu como um pássaro que acabará de perder as asas. Ela já não sentia mais a esperança de sair dali com vida.

A gaiola sacudiu conforme o vento soprava sobre a janela do andar de cima. Haviam a colocado no topo de um lustre. Sua gaiola estava presa sob quatro correntes de ferro. Clark se perguntava se fora a única que esteve naquela situação ou se mais mulheres raptadas já estiveram ali. Sendo vendidas e expostas como o grande prêmio. Sacudindo a gaiola levemente, Clark testou o seu peso a gaiola e como o esperado não saiu do lugar, exceto pelo vento que batia sobre o seu rosto jogando os seus cabelos para trás. Clark sentia frio, estava quase sem roupa e mesmo assim o pouco tecido que usava era quase inútil já que ela estava completamente molhada.

Sentando-se de forma protetora, ela se encolheu afim de esquentar-se com o seu próprio corpo. Clark sabia que se ela não morresse de pneumonia ou com o seu ferimento, provavelmente o seu suposto novo dono não excitaria em terminar o serviço que o vampiro do bosque havia começado. Ela se sentia fraca demais para lutar, ela sabia que se passasse mais uma noite naquela gaiola não aguentaria. Ela iria morrer sem ao menos despedir-se da sua irmã. Pensar nela deixava Clark mais que angustiada, a deixava depressiva.

VAMPIRE - Dormindo com o InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora