Capítulo 6 - Capitão Jack Sparrow

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O navio, era gigantesco.
Muito maior do que imaginei. E sua aparência suja e mal tratado era visível agora com a falta da distância.

O capitão chegou primeiro e, logo seus piratas nos guiaram para subir as escadas até entrarmos no navio.

Ao pisar no grande barco. Meu corpo parecia que estava bambo.  Toda a minha cabeça voltava para as mesmas questões de ontem.

O que esta acontecendo?...

— William, meu bom rapaz. Sinto muito em lhe informar, mas nosso último encontro não foi como imaginei... — comenta o capitão e eu encarava tudo a minha volta tentando pensar em um jeito de fugir. — Levem-nos! — apesar do pânico e raiva do que estava acontecendo. Eu vi os guardas nos arrastarem pelo navio. — Esperem! — pediu o capitão e os piratas pararam. — Ela não, levem-na na minha cabine. — meu coração parou.
— NÃO! — berrei, vendo Will ser arrastado para o fundo do navio. 

Eu estava frustada pela omissão da parte de Will, sobre o suposto capitão.
Mas, ele era minha única companhia.
Meu único refúgio dentro daquele mundo.
Não podia o perder.

Me debati contra o pirata forte que me segurava e bufei quando o mesmo me arrastou para o local onde era a cabine do capitão.
Tentei de todos os jeitos fugir daqueles braços gigantes do homem, e novamente foi em vão.

O capitão entrou, e logo o pirata me jogou dentro da sala quase me fazendo cair, e o capitão nos trancou lá dentro.

— O que quer de mim? — pergunto com um pouco de medo na voz, mas mesmo assim com raiva e tentando parecer corajosa.
— Acho que é meio óbvio, minha querida! — diz rondando a grande sala, e eu o observei fazendo cada passo, sem entender absolutamente nada.

Ele rondava em volta da mesa grande que continha grandes mapas, e compassos que se localizava no meio da sala.
Eu tentava entender o oque acontecia.

— A sua família te ama muito... — começa vindo em minha direção e eu me afastei aos poucos. E eu talvez tenha entendido o que se passava. E fiquei chocada quando ouvi suas palavras.
— Quanto lhe ofereceram? 10 moedas de ouro? — pergunto finalmente compreendendo o querer do pirata.
— Acha mesmo que eu aceitaria 10 moedas de ouro? Achas que você vale só isso? — perguntou e eu o encarei, observando sua insinuação. — Você, deve valer muito mais que isso... — diz se aproximando e eu me afasto mais.
— Acho que lhe ofereceram uma quantia da qual você conseguiu me achar em menos de 3 dias. — comento e ele me olhou curioso.
— Talvez... — diz andando novamente pela sala.

— Posso lhe oferecer muito mais do que lhe ofereceram. — digo nervosa pela proposta, e muito mais pela resposta. Eu não sabia mais o que falar.
Ele se virou para mim e ergueu uma sobrancelha.
O temor tomou conta de mim.
— E o que uma simples princesinha perdida numa ilha, teria a me oferecer? — perguntou e minha respiração começou a acelerar com a proximidade que ele ficava perto de mim. E seu olhar que percorria todo o meu corpo.
Eu não podia mentir.
A pressão era grande.

— Estou pra receber a herança. — declaro e seu olhar curioso retornou. — A fortuna toda virá para o meu nome. — completo e estávamos bem próximos agora.

— Uma linda princesa a ponto de se tornar rainha... — comenta pegando uma mecha de meu cabelo e colocando a trás de minha orelha. — Um trunfo. — declarou e eu o encarei. Ele observava cada parte do meu corpo e a repulsa de minha parte era grande.
Eu já sabia seu esquema.
Piratas querem riquezas e mulheres.
E infelizmente, eu tinha os dois.
Um trunfo.

Então... resolvi entrar na lábia dele.

Nunca havia paquerado um homem, muito menos um pirata.
Mas os livros que li durante minha vida, poderão me ajudar agora.

— Posso colocar vocês lá dentro... E... você.... capitão... capitão? — pergunto e ele sorriu encarando meus lábios.
— Jack, Jack Sparrow...
— ...Capitão Jack Sparrow... — digo tentando fazer minha voz mais seduzente, e ele sorriu novamente ouvindo seu nome sair de minha boca. —...E você pode fazer o que sabe fazer de melhor... — digo sem ao menos pensar no que eu dizia.
Sabia que piratas gostavam de acordos. E também sabia que suas promessas, na maioria das vezes são vans. — Saquear, e roubar. — termino e vejo o sorriso de seu rosto aumentar ainda mais enquanto fazia meu pequeno discurso. 

Apesar de ser uma simples princesa sem alguma moral, fora de meu reino. Eu era filha dos maiores pilantras da realeza. E com certeza, eu consigo fazer um acordo com um pirata e me livrar de uma suposta morte.

— Você, pelo que vejo, é uma mulher de negócios... — diz se afastando e dando-me as costas e voltando a sua mesa. E com isso recuperei o ar, que nem ao menos notei que segurava.  — E sei, que como filha de reis, não dará sua fortuna sem nada em troca. — declara e ele estava certo.
Eu queria algo em troca.
— Quero que solte Will. — digo decidida e ele riu. E sua risada me incomodou.
Muito. 
— Ah... O senhor, William... — diz desviando seus olhos dos meus e encarando uma bússola que retirou de seu bolso. — Devia abrir seus olhos com o senhor Turner... — comenta e agora me encara. — ...Mas já que insiste... — diz enfiando a mão no bolso novamente e se aproxima de mim. — Pegue sua parte. — então ele tira uma chave. E segura em um dos meus braços. — Mas... nosso acordo, ainda está de pé. E se tentar fugir, será jogada ao mar. — diz com ódio nos olhos e eu engulo um seco, pegando a chave de suas mãos, me soltando dele, e abro a porta da sala.

Logo que abri a porta, dei de cara com o convés e para muitos homens em suas funções, dentro do grande navio negro. Então, eu sai correndo para onde vi os piratas levarem Will, e vi uma escada.

Desci correndo os degraus e uma escuridão invadiu o local.
Era um calabouço bem destruído e imundo.

— Will! — berrei seu nome e ouvi um barulho.
— Mary! Estou aqui! — diz e eu me aproximei de onde ouvi sua voz e um alívio quando o vi tomou conta de mim.

Peguei a chave e com as mãos um pouco trêmulas enfiei na fechadura e abri a tranca.

Logo Will saiu de trás da grades e veio ao meu encontro me abraçando forte.
Seu abraço me acalmou de uma forma surreal, onde nem eu mesma poderia descrever.
Seus braços envolveram minha cintura e as minhas seu pescoço.

Pensei que não o veria mais. 
Na verdade, quase pensei que estava morto.
Fiquei feliz de o vê-lo bem. E o abraçar também.

Eu realmente estava feliz por ele estar bem.

— Ele te machucou? — perguntou se separando do abraço e analisando meu corpo. Eu vi sua expressão preocupada e achei a coisa mais bonita que já vi.
Era a primeira vez que alguém se preocupava comigo de verdade, sem ser Anastasia ou David.
Eu sorri, eu estava feliz e contente por estar preocupado comigo e bem.

E por impulso, o puxei para mim e o beijei.

Era a primeira vez que eu beijava alguém.
Mas, não sei o que veio em mim, mas eu senti que precisava o beijar e apreciar aquele momento.
Apesar do susto. Will me apertou contra seu corpo e eu sorri durante o beijo.
Ele beija bem.
Quando vi o seu nivel de preocupação comigo não me contive. Ele, mesmo me arrastando para essa loucura em sua fuga, ele se preocupou comigo. Ele se viu responsável por mim e isso me tocou de certo modo.
Separamos o beijo pela falta do ar e ele me encarou surpreso e sorrindo.

— Acho que esse foi o local mais estanho em que eu já beijei alguém. — comentou e eu sorri idiotamente.
— Digo o mesmo. — apesar de ter sido meu primeiro beijo. — E sim, estou bem. — declaro e ele suspira aliviado, me puxando para mais um abraço.

— Own, que cena linda! Adorei a preocupação, inclusive Will! Mas, achei meio sem sal. — nós viramos para trás e vimos o capitão Jack Sparrow a nos encarar. — Bom, já que vão ficar por aqui por um tempo... Temos assuntos a tratar William. — comenta o capitão Jack e eu encarei Will ao meu lado. O mesmo encarava Jack com um olhar raivoso.
— Me espere aqui. — Will disse e eu o puxei.
— Aqui? — perguntei e ele me encarou.
— É muito mais seguro, do que lá em cima com os piratas. — comenta e eu senti o ódio de suas palavras ao falar e apenas concordei.

 Então o vi subir as escadas ao lado do capitão e me deixar sozinha naquele calabouço do navio. 

Paixão Marítima;; 𝒘𝒊𝒍𝒍 𝒕𝒖𝒓𝒏𝒆𝒓Onde histórias criam vida. Descubra agora