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PV ANA


Cheguei em casa e fui correndo pro meu quarto. Pedi pra Kate ir para casa dela, ninguém melhor pra mim consolar do que ela e a minha mãe, mas eu realmente preciso ficar sozinha.

Eu confiei no Christian como eu nunca confiei em ninguém, eu cuidei dele, respeitei, amei e amo, talvez até eu nem nunca ame alguém assim. Sempre achei que tudo entre nós era recíproco, que ele merecia até mais de tudo que eu fazia por ele.

Quantas vezes ele me falou que ia cuidar dos avós dele no sítio e estivesse na cama de alguma garota. Eu fui muito tola, isso não é culpa minha, a única coisa que fiz de errado foi ter colocado um namoro na frente da minha amizade com Kate, até porque somos amigas de infância. E ela sempre teve razão, porquê não teria agora?

Ele me humilhou de uma forma incomum, não consigo voltar para aquela escola, sabendo que todos os amigos deles sabem de coisas íntimas minhas.

Meu Deus.

Eu contei sobre a minha mãe. A muito tempo atrás eu vi a minha mãe aos beijos com o cara que tirou a virgindade dela, traindo meu pai. Eu fiquei totalmente decepcionada e falei que ia contar pra ele mas ela prometeu mudar e falou que não queria perder o meu pai, que foi apenas uma recaída. E ela realmente mudou, todo dia ela faz de tudo pra recompensar o erro dela.

Entro no banheiro e ligo o chuveiro, sinto a água gelada cair sobre o meu corpo, eu me sinto tão suja.

Ninguém nunca mais vai me humilhar, isso é uma promessa.

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Acordo com a minha mãe me chamando.

CLARISSE: Bom dia meu amor.

Ela alisa meu braço e eu me sento na cama. Respiro fundo e encaro ela. Com certeza Kate falou alguma coisa pra ela depois que eu vim para o quarto ontem.

CLARISSE: Como você se sente meu amor?

Um lixo, péssima, usada, traída.

ANA: Nada bem.- Abaixo a cabeça e deixo uma lágrima escorrer e limpo rapidamente.

CLARISSE: Quer me contar o que aconteceu?

A minha mãe é tão doce, tão meiga. Apesar de eu nunca ter esquecido o que ela fez com meu pai- pois ele não merecia- ela sempre foi uma ótima mãe, isso não posso negar.

ANA: Ele me traiu, me enganou. - falo com a voz chorosa. Mal posso falar de Christian que já começo a chorar. - Tudo que tivemos que eu achei que fosse verdadeiro não passou de uma mentira. Ele apostou com os amigos se iria conseguir tirar a minha virgindade, bom, ele conseguiu.

CLARISSE: Eu não acredito que aquele rapaz foi capaz de fazer isso com você, depois de tudo que você fez. Ele parecia te amar tanto, por isso confiei nele.

Ela segura a minha mão.

CLARISSE: Ele não te merece.

ANA: Eu sei disso mãe. - começo a chorar.

Passo horas no colo da minha mãe onde a única coisa que quebra o silêncio são meus soluços.

Sabe qual é a pior parte de amar alguém incondicionalmente? É não saber que a dor que ela pode te causar às vezes supera o amor que você sente por ela.  Isso fode com tudo.

ANA: Eu não quero voltar para aquela escola, preciso seguir a minha vida. Sem Christian, sem amigos de Christian, sem humilhação, preciso de uma vida longe daqui.

Te Quero de VoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora