Te Quero de Volta

36

PV ANA

Entro no banheiro, faço xixi e lavo as minhas mãos. Quando termino de fechar a torneira, fico paralisada.

Sinto um cheiro familiar, o cheiro dele.

Me viro e vejo Christian parado, com as mão no ombro, encostado na porta que está fechada.

Só posso ter jogado pedra na cruz, quando não é um embuste é o outro.

ANA: Acho que você se enganou, esse é o banheiro feminino.

CHRISTIAN: Não, não me enganei, eu quero falar com você, por isso estou aqui. — reviro os olhos.

ANA: Quer? Vai ficar querendo, não tô afim de gastar o meu tempo com você.

CHRISTIAN: Ana...

ANA: Christian, da licença e vai procurar outra garota pra fazer de trouxa. Porquê eu, você não faz mais.

CHRISTIAN: Você está com o Eduardo? É por isso que não quer ficar comigo?

Dou uma gargalhada.

ANA: Senhor, me dê muita paciência. Esse seu cinismo é chocante, agora sério, sai da minha frente, eu quero passar.

Ele se aproxima de mim e eu continuo firme, não recuo.

Seja forte Ana, não fracasse consigo mesma.

CHRISTIAN: Me responda.

ANA: Eu não quero ficar contigo porque você não vale nada, porquê você é abusivo, cafajeste, egoísta... Aliás não vou nem perder meu tempo, se eu falar o quão filha da puta você é, eu vou passar o mês todo aqui.

Tento passar mas ele me agarra e me pressiona na parede.

CHRISTIAN: Eu estou louco pra tirar esse vestido. — ele fala ofegante e próximo da minha boca.

ANA: Pena que vai ser outra pessoa que vai tirar né. — coloco meu melhor sorriso provocativo nos lábios.

Christian me olha com fúria.

CHRISTIAN: Não brinque comigo, Anastácia. — ele fala em um tom frio e ameaçador.

ANA: Não estou brincando, querido. Se você não valoriza o que tem, outro vai valorizar.

CHRISTIAN: O que eu preciso fazer pra reconquistar?

ANA: Nada Christian, você não vai me reconquistar, aceite isso.

CHRISTIAN: Você está com ele ou não?

ANA: Eu estou solteira, vou beijar, transar, e ficar com quem eu quiser. Não te devo satisfações.

CHRISTIAN: Você não era assim. — ela me solta e se afasta.

ANA: Não, infelizmente eu não era assim. Mas agora eu sou, prefiro ser assim do que ser uma garota idiota que levava chifres, era enganada e amava um cara que nunca a pertenceu.

CHRISTIAN: Amava? Não ama mais?

ANA: Eu devo me amar, e não a você, porquê você não merece um pingo de amor. Pena que percebi isso só agora. — passo por ele, abro a porta e saio.

Passo pelo bar e vou em direção a mesa que eu estava, encontrando o Eduardo e a Kate sentados conversando.

ANA: Vamos dançar. — falo pra Kate. — Você vem Eduardo?

EDUARDO: Daqui a pouco, podem ir.

Tocaram várias músicas, Kate e eu não paramos um minutos. É disso que eu preciso, me divertir, aproveitar, não ficar presa a alguém.