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PV ANA🌻


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|DOIS DIAS DEPOIS|

Dois dias se passaram, dois malditos dias se passaram. Estou tão machucada que mal consigo me mover, aquele infeliz me machucou muito. Ele me espancou por horas e só parou quando cansou.

Estou com fome, sede, dor e com muito frio. Eu tenho vivido um inferno, como eu não pude perceber quem esse cara era de verdade. Ele falou algumas coisas da minha mãe que eu não entendi direito, nem sei o que ela tem haver com essa história. Eu que fui burra de só me meter com homens que não valem nada.

Eu me sinto tão fraca, estou com medo, estou praticamente nua em cima de uma cama velha fedorenta, presa em um lugar que nem sei aonde fica.

Me encolho na cama e faço a única coisa que me resta, chorar. O que eu fiz pra merecer isso? Dizem que a gente colhe o que planta mas o que eu fiz pra sofrer desse jeito. Eu não aguento mais, prefiro morrer do que continuar vivendo assim.

Lembro das palavras do eduardo: "Você é uma vadia assim como a sua mãe, só espero que quando tivermos um filho seja meu mesmo." Não entendi o que merda ele quis dizer com isso, não faz nenhum sentido.

Na verdade faz, você que não quer ligar os fatos. - meu subconsciente acorda.
Não, não. O Eduardo é um psicopata, provavelmente deve estar inventando para me ferir. Esse nojento acha que um dia vou ter um filho dele, ele que vá para o inferno.

A porta se abre e Satan entra no quarto, com um sorriso de filho da puta dele.

EDUARDO: Oi amor, sentiu saudades? - permaneço quieta, tenho medo que ele me machuque de novo.

Meu corpo e rosto já está todo machucado, eu não aguento apanhar mais.

EDUARDO: Eu te fiz uma pergunta, porra. - ele grita me assustando.

Olho pra ele, abraçando mais o meu corpo.

ANA: Sim. - tento sorrir mas meu rosto dói. Ele acabou comigo.

EDUARDO: Que bom, eu sei que me ama. - ele se acalma e fala com uma voz melosa.

ANA: Eduardo.

EDUARDO: Sim, minha linda. - ele sorri mais ainda e se aproxima de mim.

ANA: Eu estou com muita sede, por favor me dê um copo de água. - suplico.

EDUARDO: Sim. - ele sai e segundos depois volta com um copo de água na mão.

Ele me dá o copo e eu levanto como Flash e a bebo em urgência. Quero mais, é tão bom.

ANA: Pode me dar mais um pouco? Ainda estou com sede. E uma roupa, estou com muito frio. E se você puder folgar um pouco...

EDUARDO: Não acha que está exigindo demais? - ele me interrompe. - Você tem se comportado muito mal, não está merecendo nada.

ANA: Não me deixe assim, por favor. - volto a deitar na cama.

EDUARDO: Você está suando. - ele coloca a mão na minha testa. Tento desviar da sua mão mas não tenho força. - Você está com febre.

O que você esperava? Não estou comendo nada, a água que você me dá é o mesmo que continuar desidratada, tenho feridas pelo meu corpo inteiro, estou em cima de uma cama podre completamente nua com vários hematomas, isolada. Sem falar no meu pulso que vai ficar todo marcado.

EDUARDO: Tenho uma notícia ruim e desagradável para te contar. - ele se aproximar mais ainda de mim.

Se afasta babaca, eu te odeio.

ANA: Eu já estou numa situação muito ruim, nada vai fazer a minha situação piorar. - falo com frieza e desdém.

Pelo menos eu espero que não.

EDUARDO: Não se preocupe pois eu não vou sair do seu lado. Eu sei o que é perder alguém, principalmente alguém que a gente ama muito.

De que merda ele tá falando, quem eu perdi?

ANA: Do que você está falando? - ele fecha os olhos e aperta os como se sentisse dor.

Hipócrita.

EDUARDO: Hoje, de alguma forma ou outra, eu descobri que a sua amiga Gabi acabou falecendo.

Não
Não
Não
Não

É mentira, é mentira. A Gabi não, ele quer me machucar não só fisicamente, ele está mentindo. Eu sei, ele está mentindo.

EDUARDO: Vem cá meu amor, me dê um abraço, sei que vai precisar. - ele tenta me abraçar mas eu não deixo não quero que ele me toque.

ANA: Por que você quer tanto me ver machucada, o que você vai conseguir com isso?

Ele é capaz até de mentir pra me deixar mal.

EDUARDO: Ana eu não estou mentindo, não ganharia nada com isso além da sua tristeza.

ANA: Você sente prazer me destruir. - balanço a cabeça confirmando. - Pare com essa tortura, nunca te fiz mal algum.

EDUARDO: Eu jamais te machucaria, amor.

Me sento na cama e depois abro os braço e abriu minhas pernas.

ANA: Você me espancou, Você sorriu enquanto segurava minha garganta e enquanto eu gritava de dor. Implorei para você parar e você não parou, você quase me matou asfixiada. E quer saber, eu preferia ter morrido porque eu não suporto mais ver a sua cara e não suporto ficar um segundo a mais perto de você. Você me dá nojo quando me olha, você me dá nojo quando me toca. E quer saber de mais uma coisa, eu nunca vou te amar porque a cada dia que eu passe com você, mais meu ódio aumenta.

Ele me dá um tapa.

EDUARDO: Você não passa de uma vagabunda.

ANA: Você pode me bater o quanto você quiser mas eu jamais vou ser sua. - falo, que apesar de não ter força alguma, mantenho a firmeza.

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Eu disse que o Eduardo era pior que o Christian.

Te Quero de VoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora