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PV ANA

Visto minha roupa e Christian continua sentado e quieto na cama me olhando com uma cara de cachorro sem dono. Me viro para ele.

ANA: Tudo bem. Me diz o que está acontecendo, me diz que segredo é esse ou eu desisto de te dar qualquer chance. — cruzo os braços e ele arregala os olhos.

CHRISTIAN: Eu prometi que não iria contar, e essa história não tem nada haver comigo. Por isso eu não posso te contar. Não faz isso com a gente.

ANA: É mas eu estou cansada de segredos, se você quer uma chance comigo, se quer que a gente tente de novo me diz a verdade. Eu não vou começar um relacionamento com omissões e mentiras mais uma vez, eu cansei disso. Por favor, me fala. — ele abaixa a cabeça e permanece em silêncio. — Tudo bem, já entendi o recado.

Me viro para ir embora mas ele segura o meu braço.

CHRISTIAN: Por favor, não desiste de nós, eu não só sei como tenho certeza que a gente ainda pode ser feliz.

Como eu vou começar um relacionamento com uma pessoa que esconde as coisas de mim, ele não mudou nada. Ele também disse que tinha mudado antes e mesmo assim traiu a noiva dele comigo, a verdade é que sempre que eu me envolvo com ele eu só acabo magoada e decepcionada.

Esse ciclo se repete toda vez que eu dou uma chance para ele, talvez seja a hora de seguir em frente. Mas eu vou descobrir essa história, ou se eu vou.

ANA: O meu erro foi insistir em uma história que só termina mal. — ele solta o meu braço.

CHRISTIAN: Não diga isso. Eu te amo.

ANA: Você sempre diz isso mas sempre acaba me desiludindo. Me esquece e me deixa em paz. — falo friamente e vou embora.

Ainda bem que a minha mãe e meu pai não foram embora, eu e a Dona Clarisse vamos ter uma grande conversa.

{•••}

Entro em casa encontro Kate dando várias gargalhadas ao lado dos meus pais e Alicia.

ALICIA: Olha, a margarida chegou. — ela sorri.

KATE: Tudo bem Ana? — ela me olha de cima a baixo.

Não, não está.

ANA: Vai ficar. — pelo olhar dela ela já sabe que eu e quebrei a cara com Christian mais uma vez, pra ela na verdade ja está óbvio. — Mãe, será que podemos conversar a sóis por um instante?

CLARISSE: Tudo bem filha. Vamos para o seu quarto. — ela se levanta.

RAYMOND: E lá vem a famosa conversar de mulheres. — o meu pai ri e eu forço um sorriso para ele. — Tudo bem, podem me abondonar, eu estou acompanhado por duas garotas lindas. — ele faz dramas, Kate e Alicia abraçam ele.

Minha mãe revira os olhos e entra no meu quarto, vou atrás dela e fecho a porta. Ela senta na cama e eu faço o mesmo.

ANA: Mãe, eu te fazer uma pergunta e eu quero que me responda com a maior sinceridade do mundo. — ela balança a cabeça confirmando. — Você está me encondendo algo?

CLARISSE: Claro que não filha, por que está me perguntando isso?

ANA: Não importa, eu só que quero saber se você não está escondendo nada de mim. Nada mesmo. — ela engole seco. Minha mãe não sabe mentir. — Mãe, por favor, não minta para mim. Eu confio em você.

CLARISSE: Anastácia, pare de ver coisa onde não tem. — ela fala nervosa.

ANA: Se não está me escondendo nada por que está nervosa?

CLARISSE: Não estou nervosa, pare de insinuar coisas. Eu sou a sua mãe. — respiro fundo.

ANA: A quem eu puxei a ter a marca de nascença na minhas costas? — vejo a minha mãe ficar branca e sem fala. — Não vai dizer nada?

Minha mãe se levanta e fica em pé na janela de costas para mim. Continuamos em silêncio, eu me levanto e me aproximo dela.

ANA: Mãe, me diz o que está acontecendo.

CLARISSE: Ele te procurou não foi? — ela continua imóvel.

De quem ela está falando?

ANA: Quem me procurou?

CLARISSE: Aquele infeliz te procurou, ele realmente teve a cara de pau de te procurar depois desses anos. Me diga o que ele te disse. — ela se vira e vejo que ela está chorando. — Foi ele quem colocou essas besteira na sua cabeça?

ANA: Olha só, eu não faço a menor idéia do porquê a senhora está chorando e não entendo a quem a senhora está se referindo. A única pessoa que falou que a senhora devia contar algo para mim foi o Christian, ele sabe de algo que inclui a senhora e o meu pai, e outra pessoa que eu não faço a idéia de quem seja. — o rosto da minha mãe suaviza, ela fecha os olhos e depois abre- os de novo. — Pelo jeito ele tem razão, a senhora está mesmo me escondendo algo, se é sobre mim eu tenho total direito de saber.

CLARISSE: Tudo bem, acho que vou dormir até melhor quando eu contar toda a verdade para você. Mas se fosse por mim, você nunca saberia disso, eu acho melhor você se sentar.

ANA: Não, estou bem aqui.

CLARISSE: Eu menti para você filha, eu achei que estaria protegendo você se eu não deixasse você saber da verdade. Lembra de quando você me pegou traindo o seu... o Raymond?

ANA: Sim, claro. Eu jamais esqueceria, eu te peguei na cama junto com ele.

CLARISSE: Aquela não foi a única vez em que eu me envolvi com ele estando com seu pai. — arregalo os olhos.

ANA: Como não? A senhora me jurou de pés juntos que aquela foi a única e última vez, como a senhora foi capaz de mentir. Traiu o meu pai de novo?

CLARISSE: Depois daquele dia em que você nos flagrou não mas antes eu...— ela respira. — Eu ja fui uma garota ingênua, inocente e completamente cega de amor por aquele homem.

ANA: O seu amante. — falo com desgosto.

CLARISSE: Ana...

ANA: Corta essa, mãe. Vai direto ao ponto.

CLARISSE: Eu te contar tudo, eu só te peço que você me perdoe.


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Resolvi deixar vocês curiosos. A Ana parece eu, em um minuto quer o cara depois cai na real e não quer mais.

Te Quero de VoltaOnde histórias criam vida. Descubra agora