ㅡ 19 de junho de 1993.

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Dito e feito, eu queria ouvir a voz dele. 

Ele estava de bobeira na sala, a mesma onde ficava o piano, lendo Hamlet, mas assim que eu coloquei meus pés no cômodo ele abaixou o livro e sorriu para mim. Eu me sentei na poltrona ao lado e perguntei o que ele estava achando da história, ele resumiu na palavra “trágica”, é claro, todas as obras de Shakespeare são trágicas.

Reclamou sobre a deslealdade de Rei Cláudio, o personagem que mata o próprio irmão para tomar o poder e que dá início à toda trama. Eu ri da forma que ele contava seu ponto de vista. Disse que realmente achava Hamlet um doido por achar que está vendo o fantasma do pai, o que rendeu uma pequena conversa sobre fantasmas. Também foi engraçado, ele conseguia meter piadas em tudo o que dizia.

Eu queria continuar a conversa. Chegar na parte em que Hamlet começa a se envolver com Ophelia, filha do braço direito de seu inimigo, e ouvir a opinião dele sobre isso, mas sua tia apareceu na sala e o levou embora dizendo que sua mãe o estava ligando.

1993, I miss you - ReddieOnde histórias criam vida. Descubra agora