ㅡ 12 de julho de 1993.

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Na noite anterior, depois que eu fumei com Richie e nós demos o nosso último beijo, eu voltei para o meu quarto e não consegui parar de chorar. Nona parecia ter me escutado através da porta, pois entrou e logo me abraçou, ignorando totalmente o fato de que eu provavelmente estava fedendo à maconha.

Eu não precisei dizer nada, ela apenas deixou que eu chorasse em seu ombro e começou a dizer coisas sobre amor. Me disse que a vida era assim, que pessoas vem, vão, se perdem, se encontram, se desentendem, se apaixonam, desapaixonam e por aí vai. Que fazia parte da vida, e sem isso tudo, não seríamos quem nós somos. A verdade é que eu nunca disse à ela, mas ela sempre soube sobre mim, Richie e tudo o que nós sentíamos um pelo o outro.

Durante a manhã, algumas pessoas se reuniram no quintal de Nona para se despedirem de nós, era tão difícil fingir que Richie era um qualquer. Me despedi de Mandy e seu bebê, me despedi de Louise, de Carl, de alguns vizinhos e até mesmo de Toby, queria muito levá-lo, mas ele seria muito mais feliz correndo pelos quintais do bairro do que preso num apartamento na cidade. Por último, me despedi de Richard e sua tia, eu acho que nunca recebi um abraço tão apertado quanto o que ele me deu. Pela janela do carro eu o vi com os olhos lacrimejando, e não demorou para que eu também chorasse baixinho no banco de trás, vendo toda aquela cidade que me acolheu pelo verão ficando cada vez mais distante de mim.

1993, I miss you - ReddieOnde histórias criam vida. Descubra agora