Decisão

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    O caminhão arrancou com os poucos que se esforçaram para chegar nele. Mike e Jason ficaram atrás, afastando infectados, enquanto Dalton ficava com Joel na frente, que dirigia. Conforme seguiam caminho, as imagens das cidades eram aterrorizantes. Fogo, fumaça, gritos. Ainda estava começando, se é que teria um meio, se é que teria um fim.

- Se isso não acabar - começou Jason, já de arma abaixada, sem munição. Já tinha feito o que precisava, Mike se permitiu deixar o corpo cair e sentou na beira da carroceria do caminhão. Ambos encarando a cidade de cenho franzido. - tem algo que vou precisar fazer.

    Mike o encarou, não precisava perguntar o que seria, conhecia o olhar de um homem apaixonado. Já tinha visto aquele olhar nele mesmo, há muitos anos. Sorriu levemente, e se preocupou com o futuro.

    Pararam no que parecia uma fazenda. Parecia, pois a casa estava destruída, os currais estavam abertos, sem animais, alguns infectados vagavam sem rumo no meio dos campos.

- Jason, o que faremos? Salvamos essas pessoas, temos a responsabilidade de mante-las seguras. - Joel se inclinava e falava baixo, mesmo tendo carregado o irmão para longe dos outros para conversar.

- Não são pessoas qualquer, olhe para eles. Estão cansados, mas querem lutar. Sobreviveram a tantas coisas...

- E acha que podem aguentar isso por quanto tempo? Você pretende matar por eles até morrer?

- Não, eles vão ter que aprender sozinhos.

- São. Crianças. Jason.

- Crianças vivendo sob um apocalipse, Joel! - A voz de Jason se elevou, e o grupo olhou para eles.

- Ótimo.

- Olha, rapazes... - Dalton se aproximou, com as mãos nos bolsos, vestia pijamas ainda. Isso tornava a situação cômica. - Todos estão esperando, sob o sol, que decidam para onde seguiremos e o que faremos agora. Alguns dizem que devemos procurar novas autoridades, deve haver outras bases que não foram tomadas... Mas alguns concordam que, depois do que viram, não existe mais lugar seguro. Querem se manter na estrada.

   Dalton deu uma pausa e olhou para o semblante dos filhos. Não via como dois homens que mal conheciam a si mesmos, poderiam salvar 16 pessoas. Mas de alguma forma, acreditava que somente eles tinham alguma chance de virar o jogo.

- E Jason, Mike me disse que você tem uma ideia do que fazer. - Dalton falou com cautela.

- O que? - Joel exclamou para o pai, e virou-se para Jason, que engoliu em seco.

- Amanda.

- O QUE!? - Gritou Joel, enquanto Dalton já se afastava, incredulo. - 700km, Jason! 700!

- Ela vai estar viva, ela sabe se cuidar. Mas ela vai esperar por mim, já conversamos sobre isso antes...

- Ah, já conversaram sobre - Joel percebeu um infectado caminhando lentamente para mais perto deles, na estrada, mas continuou. Não sentia medo. Não sentia mais nada. - sobre um maldito apocalipse zumbi onde você, o incrível herói, monta uma super equipe com dois velhos, um irmão atendente de farmácia, alguns pais e mães e 4 crianças para salvar sua amada Amanda!

- Zumbis não! - Sabrina gritou, de não muito longe deles.

     Jason sacou sua arma do cinto, jogando o fuzil para as costas, e atirou no..., que nome, se não zumbi? Ele errou e o tiro acertou o ombro. Surtiu efeito, o homem, magro e cambaleante, ficou enfurecido e começou a correr. Meeerda, pensou, enquanto o homem se aproximava enlouquecido. Joel bufou, sacou uma faca das costas e acertou a cabeça do infectado.

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