Superando

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    Jason se virou para Priscila e indicou para prosseguir. Ela e Mike atravessaram o pequeno beco e o percorreram até o final, verificando a próxima rua. Estava tranquilo, Mike fez o sinal. Os irmãos seguiram o mesmo caminho, foram surpreendidos por um infectado, mas se livraram facilmente.

   Do alto do prédio, ao amanhecer, fizeram um mapa simples do que viam. Procuraram pelo condomínio armas, encontraram o apartamento de um policial, onde ele guardava uma pistola presa a uma fita embaixo da cama. No armário do zelador encontraram ferramentas pesadas: martelo, facão, pé de cabra. Com uma fita isolante reforçaram o cabo para melhorar a durabilidade. De comida, cataram frutas, barras de cereais e agua. Não queriam carregar peso, tinham que ser silenciosos, leves e rápidos. Sairam do condomínio por volta das 14h da tarde, o dia estava nublado e com aparência chuvosa. De alguma forma fazia parecer que as ruas estavam mais vazias, que os infectados estavam se dissipando.

   Cuidadosamente e com planejamento, tudo parecia estar indo bem para sairem da cidade. Chegaram rapidamente aos metros finais, quando avistaram um grupo grande de infectados. Entre olharam-se e sabiam que dariam conta. Partiram para cima, já haviam se acostumado a nova realidade. Era o momento de mostrar que eram sobreviventes e que iriam reencontrar os seus.

   Não muito longe, Dalton vinha no Jeep militar de Carlos, com Cintia e mais dois homens. Sabrina e Diego concordaram em ficar para treinar e aprender sobre a comunidade, que chamavam de Fazenda. Não demorou para que se aproximassem da cidade e Dalton se levantou para confirmar o que via. Os quatro vinham, sorridentes, ensanguentados, segurando armas brancas, andando sob o sol. O geep parou e os irmãos abraçaram seu pai.

- Parece que não fomos uma equipe de resgate e sim de busca. - Brincou Carlos, então se apresentou para todos.

- Quem são vocês? - Joel questionou, ainda com o braço sob os ombros do pai.

- Viemos de uma comunidade não muito longe daqui. Seu pai já esteve lá. É segura, vão poder descansar.

- Pode nos dar uma minuto? - Questionou Jason, o olhar que Carlos lançou indicava problemas. E Jason não precisava mais ser o funcionário pacifico que ia embora sem machucar ninguém.

- Que comunidade é essa? - Mike questionou rapidamente.

- Não tive tempo de saber os detalhes. - Dalton se obrigou a ficar calado. Deveria mesmo contar tudo?

Cintia sentiu o medo na voz de Dalton, e tomou a iniciativa de acalma-los.

- É um lugar bem protegido, com plantio e pessoas que cooperam. - Ela disse.

- Ainda temos que achar a Amanda. - Jason falou, e percebeu que Carlos, no carro, o encarava com um sorriso malicioso. - Qual é a desse cara?

- Ignore-o, meu filho. Só vamos logo. - Dalton pediu. Todos se sentiam desconfiados, mas entraram no Geep, que pelo número de pessoas teve de voltar um pouco mais devagar.

  Seguiram sem falar uma palavra sequer, até que foram surpreendidos por um carro capotado. Ele pegava fogo, um infectado havia tido metade do corpo esmagado, tiros foram escutados dentro da base militar, e os infectados pareciam transtornados lá dentro. Um grito ecoou pelas tendas, chegando ao ouvido do grupo já assustado. O freio veio com tudo, Dalton e Mike cairam do Jeep, o grupo de infectados partiu para cima, querendo seguir em direção ao grito.

- Precisamos ajudar! - Gritou Jason, levantando seu pai e seu irmão e seguindo em direção a base.

- Você esta maluco? - Gritou Priscila. Carlos e seus homens estavam ocupados com o grupo de infectados para vê-los se afastar ou impedir.

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