Um lugar seguro

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        Dalton dirigiu tanto quanto a gasolina aguentou, decidiram que depois iriam a pé, para não correrem o risco novamente de serem encurralados. De pé, a cautela naturalmente se redobra, e você fica mais atento. No caminho, encontraram uma delegacia. Invadida, poucas armas, mas alguém teve a ideia de prender três policiais numa cela e, por sorte, com suas armas. Antes de pensarem numa plano para mata-los, procuraram pela chave. Diego encontrou na sala do delegado um punhado de chaves, e começou a testa-las, enquanto Dalton distraia os homens pela cela. Assim que girou a quinta chave, a tranca se abriu. Um dos policiais, já próximo, Dalton derrubou puxando-o contra a grade e cravando uma faca na sua testa. Outro, Cintia chamou a atenção, e usou com força um cassetete para amaçar o cranio e tontea-lo. O terceiro, Diego abriu a porta da cela, e Dalton acertou-o na cabeça enquanto estava distraído.

- Procurem por qualquer coisa que possa ser útil. - Ordenou ele. Se sentia estranho. Queria chorar, queria retornar e procurar pelos seus filhos. Mas as palavras de Jason ainda estavam impregnadas. Voltaria, se tornaria mais forte, mataria quem precisasse matar, para poder deixar Cintia e as crianças seguras e voltar para salva-los.

     Sabrina encontrou isqueiros, novas lanternas, e algumas caixas com balas. Dalton conseguiu duas armas, e uma ótima adaga policial. Cintia encontrou coletes, se perguntou se não seriam uteis, então os colocou no carro. 

- Gente. - Disse Diego, enquanto todos estavam distraídos. - Eu e a Sabrina precisamos lutar também. Temos idade. Vamos conseguir. Não podemos depender de vocês para sempre.

- Eu concordo. - Sabrina logo se manifestou. - Precisamos de armas.

           Dalton olhou ao redor e deu de ombros.

- Quando encontrarmos alguma arma, entregamos a vocês.

- Dalton, não sei se é uma boa... - Cintia começou.

- Eles tem razão, eu e você também vamos precisar de ajuda em algum momento. Por hora, Diego, fique com essa adaga. Deixe-a no punhal e coloque dentro do seu tênis, como o policial usava. Sempre que sentir perigo, pegue-a na mão. Mas jamais use-a com medo, ou você vai morrer. Entendeu? - Dalton se lembrou de quando era duro com os meninos, para que se comportassem na escola. Mas aquilo era tão diferente, e mesmo assim a sensação era a mesma.

    Caminharam por um longo tempo, até que se depararam com uma base militar para infectados. Era cercada, então estavam todos presos lá dentro, mas não por muito tempo. Já podia haver até mesmo alguma fissura do outro lado daquelas cercas, mas do lado deles, ao menos, parecia seguro seguir. Dentro de um jeep na entrada da base, encontraram uma arma para Sabrina, era uma pistola automática e uma faca. Pequena, mas afiada. Não podiam depender sempre de tiros. Aos poucos, enquanto seguiam viagem, encontravam infectados, mas parecia que boa parte deles estavam na penúltima cidade, onde os outros tinham ficado para trás.

- Acha que sobreviveram? - Questionou Sabrina, de repente. Todos se assustaram. Pensavam, mas não falavam. Tinham medo.

- Eu acredito que sim, minha filha. - Dalton disse, com a voz rouca. - Precisamos entrar na cidade, encontrar comida e algo para bebermos. 

- Muita coisa se perdeu no carro do Jason. - Cintia comentou. 

      Entraram na pequena cidade, cautelosos. Acertaram alguns infectados pelo caminho, até que avistaram uma pequena conveniência. Entraram, e enquanto David e Cintia cuidavam do lado de fora, Dalton e Sabrina foram atrás de suprimentos.  Alguns minutos depois, escutaram Cintia gritar.

- Droga! Diego, vem. - Disse ela, entrando sorrateiramente para o fundo escuro do mercado. Dalton e Sabrina seguiram e se esconderam atrás do balcão da padaria. 

Rua dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora