Família El - Primeira parte

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Pov. Liv

Apesar de minhas inúmeras tentativas de esquecer, e eu digo inúmeras, eu não pude deixar no passado o que deveria ficar no passado, algumas coisas pesam demais para serem deixadas para trás. Regina é algo que pesa tanto em minha alma, que torna, até mesmo pensamento de deixa-la no passado, impossível. Após terminar a maldição, e por mais improvável que pareça, estabelecer uma amizade com Kara Danvers e Lena Luthor, hoje conhecidas como Kara. Zor-El e Lena. L. El.

Mas tudo se encaixou como deveria, eu consegui reatar com Regina, Kara e Lena se casara, derrotaram Darkseid e logo em seguida, Brainiac. Eu estive presente durante a crise com a Overgirl e Lex Luthor e claro eu ouvi sobre a queda de Darkseid, mas, assim como o resto do mundo, Brainiac caiu e eu não sei como isso aconteceu. Agora que Lena se tornou a presidente, Kara não é mais repórter, parece que eu tenho que buscar esse furo. E aqui estamos, alguns meses depois de uma crise, da qual ninguém se recorda. Meus olhos brilham para uma Kara sorridente e de franja reluzente. A loira caminha apressadamente até mim, seus braços fortes apertam meu corpo em um abraço quente e reconfortante, aquele que apenas Kara Danvers sabia dar.

— Kara Danvers... Posso te chamar assim ou a vida de casada transformou você? — Brinco com a mulher, o que a deixa corada como de costume.

— Atirada como sempre, Liv. — Ela me dá outro aperto aconchegante antes de me apresentar a grande casa branca.

Um breve tour pelas instalações mais seguras, logo atrás do Fort Knox e Mount Weather. Passei uma hora ao lado de Kara, passeamos por toda a casa, visitando lugares secretos, alguns dos quais a imprensa adoraria ver, uma hora de risada ao lado de uma loira sem noção. Apenas uma boa amiga, é a definição perfeita para Kara Danvers, ela pode facilmente se tornar sua melhor amiga. Após uma hora, e poderiam ser mais sem problema algum, Lena estava livre pelo resto da semana, sem compromissos e finalmente livre para a esposa. E lá estava ela, a bela e mortal, Lena Luthor-El. Em seu esplendor, seus cabelos negros como a noite, seus olhos semicerrados me dilacerando em um verde esmeralda. Apesar de parecer que não estávamos bem, Lena me abraçou, apesar de tudo que passamos, ela estava feliz em me ver, não totalmente, mas estava.

— É difícil de acreditar que está sentada em um sofá comigo, mesmo que já tenhamos sido... Parceiras.

— Lena! — Gritou, Kara, para sua esposa. — Somos amigas, certo? — Lena respondeu com um acenar apenas. Ela ainda sente ciúmes, mas eu não me sinto mal por isso.

— Está tudo bem. Passamos por altos e baixos, é claro que entendo seu ceticismo, Lena. Mas está de chame, eu sei. — Sorrio desafiando a morena a jogar.

— Kara é engraçada as vezes. Acalme-se, querida, estamos bem, estava apenas provocando a morta-viva. — Lena estica seu corpo a tocar a superfície da palma da mão de Kara, um gesto simples, mas imensamente fofo e significativo.

— Sabe, acho que o mundo ainda possui uma dúvida...

— Como derrotamos Brainiac, encerramos a simulação e devolvemos o mundo ao que era? Oh, sim. É engraçado... Bem, tudo começou quando Kara notou que estava em uma simulação com a ajuda de Winn, que conseguiu acessar a nave de Brainiac e ajudá-la a acordar....

POV. Kara

Maggie ainda estava chateada comigo, deveria dizer, enfurecida, ela estava me odiando, estava se sentindo traída. Podia ver em seus olhos, uma mistura mortal de raiva, ódio, arrependimento, mágoa, culpa, e muitos sentimentos ruins, todos causados por mim e igualmente direcionados a mim. Podia ver em seus olhos que ela sentia vontade de me ferir, muito, me bater várias e várias vezes, e eu não posso culpa-la, eu menti, disse que ia parar, mas não parei. Eu a deixei dessa forma, agora, ela está comigo pois me ama, mas, por quanto tempo, essa minha vontade de sair a noite e fazer justiça está me matando, ferimentos, lesões, disparos, soques, tudo acumulando em meu corpo, e é ela, ela quem limpa, quem me cura. Eu posso levar as balas, mas é ela quem sente a dor de verdade. Não pude ficar muito tempo no apartamento, dei um beijo em sua bochecha, ela logo retribuiu com um beijo de verdade, senti algo, algo que era diferente, talvez tenha sido ali que eu comecei a notar que nada era realmente o que era.

Estava a caminho do trabalho, parei em uma cafeteria, e como sempre, estava lotada. Uma droga de fila para chegar aonde queria, meu adorado café. As pessoas distraídas em seus computadores e celulares, ou interagindo entre si, jovens cheios de vida. E ela passou, Supergirl, o dia estava lindo e o sol, o sol estava quente, fervendo, nos enchendo de vida, e ela, ela voava carregando energia positiva....

— Espera, quem era a Supergirl se você era a BatWoman? — Perguntou, Liv, com um olhar confuso e ligeiramente adorável.

Eu estava adormecida naquele momento, em muitos momentos, assim como qualquer pessoa ali, eu estava sonhando, e não sabia que aquele pesadelo não era real, um belo mundo que na verdade era uma farsa bela demais para ser verdade. Mas, observando com meus olhos de hoje, digo que... Cat Grant de logos cabelos loiros e uma aparência jovem, bela, sedutora e quente... sexy...

— Kara! — Lena me chamou a atenção.

— Só criando uma imagem da Cat, se acalme gata.

Bom... Como a maioria, eu esperava pelo meu café, desacordada da real situação em que nos encontrávamos. Mal sabia que todos que estavam ali eram pessoas, assim como eu, dormindo em uma simulação manipulada por um ser de arrogância divina.

— Quase um kryptoniano. — Disse Lena, me interrompendo, de novo.

Me sentia desconfortável ali dentro, eram muitas pessoas, assim que peguei meu café sai de lá apressada. Enquanto andava em direção a Catco, pude notar certas peculiaridades. O mundo a minha volta, eu estava começando a notar, eram falhas, sons em meu ouvido, pessoas, tudo que poderia ser dito como um sinal, estava na minha frente, mas eu resolvi ignorar. Quando algo ameaça nossa realidade nós ignoramos, e eu fiz exatamente isso. Segui de cabeça erguida pensando seriamente no que estava fazendo, nos erros que cometi, então quando a voz de Winn perturbou meus ouvidos no elevador, eu fiquei tonta e vi meu mundo girar. A voz dele ecoava em meu interior, um pedido de ajuda, um socorro, ele chamava por mim, e eu tinha que acordar para ajudá-lo.

Meus olhos finalmente se abriram, eu pude ver ferro, eu pensei primeiramente, mas eu o sentia, o cheiro dele, por todo lado, eu estava presa. Ainda fraca tive que socar a capsula três vezes até que ela se abrisse, eu me arrastei para fora e olhei assustada a minha volta. Várias capsulas, talvez não mais que cinquenta. Estava escuro, eu podia ver um extenso corredor para ambos os lados, logo percebi que estava em uma nave, o ar não era como o da terra, totalmente artificial. Corri desesperada assim que vi Lena, seus olhos lacrimejados, seu corpo fraco quase caindo, eu a agarrei com força, mas tive medo de machuca-la, ela estava em meus braços e eu pude senti-la viva.

— Nós temos que sair dessa nave. — Disse, Winn, logo atrás dela.

— Nós vamos.

Tudo que eu mais desejava era socar cada pedaço daquela nave, sair voando e queimando cada inimigo a minha frente...

— Essa fuga parece fácil demais. — Liv me interrompe novamente.

— Não foi, Brainiac mantinha todos os que ele considerava ameaça trancafiados em simulações, os outros, estavam na terra, encolhida e guardada no interior da nave, ao lado de inúmeros outros planetas. Com ajuda, não sozinhas, pudemos sair com vida.

Não foi fácil, Lena e eu sabemos, Winn sabe. Aperto sua mão e ela sorri para mim em conforto. Independente de como saímos, agora estamos juntas, e a espera da nossa pequena velocista. 

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⏰ Última atualização: Apr 07, 2020 ⏰

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Supergirl e Lena Luthor Supercorp LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora