Ravi Duarte
Hoje faz um ano que perdi a chance de conhecer meu filho. De o pegar nos braços.
Olho para meu closete o vendo vazio agora. Já estava na hora de deixar tudo isso para trás. Chega de coisas ruins, vou levar somente o necessário. As pequenas lembranças qus ainda tive tempo de construir com meu filho. Que foi ouvi seu coração bater, e a pequena fotografia que carrego comigo na carteira de sua primeira ultrassom. São apenas borrões pretos, mas que para mim, serve para mostrar que ele existiu, que por um curto período de tempo ele fez parte de mim.
Sinto uma lágrima descer, mas a enxugo rapidamente.
- Desculpa filho. Prometi a você que iria ser forte. Mas o papai sente sua falta. - Falo com meu pequeno, que sei que de lá de cima ele está cuidando de mim, e me agarro ao seu pequeno macaquitinho branco que me acompanha em todas as minhas noites de solidão.
Olho as malas, já prontas, e a única que tem em cima da cama é a que ainda falta fechar, coloco o pequeno pedaço de pano em cima e a fecho, olhando agora para meu quarto vazio.
Venho planejando essa minha mudança a mais de um mês. E vem tudo dando certo. Assim que chegar em São Paulo já tenho trabalho, e a casa que eram dos meus pais. Pois eu nasci em São Paulo, vim para o Rio para estudar e acabei ficando de vez, ia para SP apenas para visitar meus pais, mas quando eles morreram eu não tinha mais motivo de voltar para lá, e por aqui firmei minhas raizes. Por mais que eu não sentisse que aqui era meu lugar. Só que depois que eu perdi meu filho, esse sentimento de que eu não pertencia aqui, só cresceu e quase que me sufoca.
Mas resolvi de uma vez me mudar, e pelo menos tentar uma rotina nova na minha nova casa. Na minha nova cidade, que não é tão nova assim.
E Não trabalhar e apenas trabalhar como vinha fazendo no último ano.
Por mais que seja triste e doloroso a perda do meu filho, sei que não devia deixar me abater. E nada melhor do que recomeçar em uma nova cidade. E uma nova casa.
Ando pela casa agora vazia, chego até a sala, onde a lembrança de Laura me contando sobre a gravidez me vêm a memória.
E lembro que não acabei apenas com uma vida, foram duas.
Quando Laura saiu do hospital, ela foi me procurar, perguntei o motivo dela ter feito aquilo, e ela apenas me disse que nunca quis engravidar, que aquilo foi apenas para que eu me casasse com ela. Ela chamou meu filho de aquilo, e ouvir isso doeu para caralho. Ela ainda insistiu para que nos casarmos. Mas com a minha recusa, ela foi embora batendo o pé.
Dois meses depois soube que o corpo dela foi achado abandonado. No sangue, dose altas de vários tipos de drogas. Me senti culpado e ainda me sinto, por tudo o que aconteceu.
Solto um suspiro e olho toda a minha casa, talvez eu a venda, porque o sentimento abrasador de recomeço me pega em cheio, dizendo que nunca mais irei precisar dessa casa para morar.
Mas pesando melhor, talvez eu a deixe para quando eu quiser vir tirar umas férias.
Vou até o quarto de porta branca em frente ao meu, com as mãos nos bolsos da calça, fico ali, olhando para o berço, e os poucos brinquedos que eu já tinha comprado.
Meia hora depois, o caminhão que iria levar minhas coisas chega, e tudo é levado. Só restando apenas eu e uma pequena mala, com roupas e coisas de higiene pessoal, voltei para o quarto e olhando uma última vez, o tranquei e coloquei a pequena chave presa em minha corrente no pescoço.
Feito isso, pego minha mala e parto para meu mais novo destino.
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Meu Médico Perfeito - Spin-Off de "O Assistente Perfeito Para o CEO" (Mpreg)
Romans(Essa estória contém conteúdo adulto, não recomendado para menores de 18 anos) Contém Mpreg (Gravidez Masculina) ---------- ⚠️LIVRO SEM REVISÃO, SUJEITO A ERROS ⚠️ ---------- ENZO BARRETO sente sempre o vazio em seu peito quando se trata de amor. El...