CAPÍTULO 05

1.1K 85 30
                                    

"Porque eu tenho andado sozinho todo o caminho através da minha vida
E eu realmente nunca pensei sobre isso
Não, eu realmente nunca pensei sobre isso
É por causa de você que eu acredito em mim pela primeira vez''.
ㅡ Seafret , tell me its real

***

Maratona 1/5

NATASHA

O dia não podia estar mais chocante.

Era como se eu tivesse me teletransportado para outra dimensão, onde meus mais improváveis sonhos viraram realidade

Renato não apenas aceitou bem a notícia da eminente paternidade como também se portou muito maduramente diante disso.

Minha maior preocupação era que ele abominasse a possibilidade.

Eu não faço a mínima ideia do que iria fazer se essa fosse a sua reação mas eu sei que não poderia dar um fim na vida dessa criança.

Eu não poderia.

Iria me matar por dentro.

Planejado ou não agora esta vida fazia parte de mim. Pensar em um bebê pequenino, com as bochechas rosadas e cabelos castanhos faziam meu coração aquecer.

As poucas vezes que via um bebê eram no braço de sua mãe pelas ruas da cidade em meus passeios no fim de semana quando o orfanato permitia.

Eu nunca tive a oportunidade de tocar em um.

Uma vez uma garota do orfanato ficou grávida. Eu lembro desse dia como se fosse ontem, porquê estávamos todas tão assustadas.

Os proprietarios da instituição, um casal de idosos e seu filho adulto que cuidavam" de nós não eram conhecidos por serem bondosos ou compreensivos. Não, na verdade eles eram pessoas horríveis.

Aquele tipo de pessoa que não parece gostar de gente. Sempre me perguntei por que logo eles eram responsáveis por um orfanato. Supostamente eles eram para nos proteger, e ter ao menos o mínimo de afeição pelas crianças e adolescentes que eram muitas vezes abandonados na porta com nada mais que a roupa no corpo, mas não era assim na realidade.

Não eramos nada mais que um pretexto para eles lucrarem com o dinheiro que era arrecadado com os incansaveis eventos de caridades, dinheiro cujo nunca foi usado em pró do orfanato.

Eu nunca cheguei a ver os materiais e presentes que eram dados a ''nós'' como tambem nunca vi o bebê daquela garota franzina.

Nos disseram que ele nasceu morto mas eu não acreditei em uma palavra de suas bocas desalmadas.

Fraco.... Pequeno demais. pobre bebê feioso, não sobreviveu a primeira noite.

Algumas semanas depois a garota faleceu

Ela não comia nem se bebia nada, a sua tristeza era palpável. A morte dela foi muito estranha. Ela simplesmente parou de tentar sobreviver. O que me fez acreditar ainda mais que havia algo errado naquela historia.

Desde aquele dia eu prometi a mim mesma que sairia do orfanato. Não importa se eu não tivesse nunca uma família, era óbvio que isso não estava acontecendo nem em um milhão de anos.

Como eu poderia saber que no dia que eu sairia de lá seria o dia que Renato entraria no meu caminho e na minha vida?

Olhando para trás agora percebo que mesmo sem querer eventualmente Renato havia me dado tudo que eu sempre quis, o melhor presente que recebi em toda minha vida.

A Prisioneira #2 • Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora