CAPITULO 10

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NATASHA

Horas depois eu me encontrava com o pequeno embrulho embalado em meus braços.

Depois que acordei exausta senti falta do bebê e entrei em desespero novamente. A enfermeira me explicou que tinham levado ele para uma ala onde os recém nascidos eram lavados, e terem todos os cuidados necessários.

Então eu tive tempo necessário para me limpar, o que foi uma das coisas mais vergonhosas da minha vida; eu não tinha forças para ficar em pé ainda então tive que "tomar banho" sentada em uma cadeira enquanto a enfermeira supervisionava.

Mas valeu a pena. 

ㅡ Ele é lindo...ㅡ A mulher de antes havia entrado sem fazer barulho e estava se aproximando devagar.

Ao ouvir aquilo lagrimas dolorosas derramam e eu não as prendi.

Meu coração parecia estar sendo esmagado.

Olho para ela em silêncio e ela da um passo para trás com minha expressão.

Confusão. Dor. Magoa. Euforia.

Tudo isso se passava em meu interior, mas a principal:

Odio.

Como nunca senti de nada em minha vida. Eu queria gritar e estrangula-la junto com o homem que atirou nele... Renato.

Oh Renato, nosso bebê é tão lindo... Como eu queria que você estivesse aqui.

ㅡ Saia daqui. ㅡ Mandei, por entre dentes cerrados.

Eu não conseguia olhar pra ela sem me lembrar do que eu perdi.

Como poderia!? Que direito ela tinha? 

Ela foi, com o olhar magoado.

Eu não me importei, eu só queria ficar sozinha. Respirei fundo olhando para a porta que foi fechada com a saída dela; Só tinha uma pessoa no mundo que eu queria que entrasse por aquela porta, e ele nunca iria.

O bebê se necheu em meus braços clamando atenção da mãe e eu sorri um pouco.

Tão lindo.

Parecia tanto com Renato que doía literalmente doía olhar para ele. Porém eu o amava. Tanto. Ele é a unica parte que me sobrou dele. Acaricio seu rostinho e faço sons que não fazia ideia de como aprendi, para acalma-lo.

A enfermeira disse sorrindo surpresa que ele era "do tipo silencioso" porque não havia chorado nenhuma vez mais depois do nascimento. 

"Sim querido, conheço seu tipo". ㅡ Pensei e o abraçei mais apertado.

Quando ele fechou os olhos fiquei a admira-lo com os pensamentos distantes até que fechei os olhos também.

Escuto passos pesados e antes mesmo de abri os olhos endureço sabendo de quem se trata.  

Abro a boca para expulsa-la .

ㅡ Antes que você diga algo me deixe falar antes...

Cerro os olhos.

Olho para o bebê que está dormindo em meus braços e mordo os labios. Eu não podia fazer uma cena, nem esgana-la como eu queria.

A forma como ela parecia estar sofrendo foi o que me convenceu. Queria ouvir da boca dela o porque dela ter destruido minja vida.

De novo.

ㅡ Você é tão parecida comigo...

Aquilo me pegou de surpresa. Sim eu percebi uma semelhanca entre nós e eu não duvidei que ela poderia ser mesmo minha mãe.

A Prisioneira #2 • Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora