Lie

Dor

-Eu quero falar com ele!

-Não, Jimin!

-Eu quero, Nam! Ele não ia me processar, preciso falar com Jungkook!!

-Eu já falei que-

-Estou aqui.

Jungkook apareceu na porta, graças a Deus, ele está bem. Eu fiquei desacordado quase um mês e quando eu acordo eu do de cara com esse processo.

-Nam, me deixa falar com ele a sós.

-Melhor não

-Vai...Jungkook me ama, não faria mal.

JK ficou calado até Namjoon sair.

-Eu não amo você.

-Jungkook? Eu sei que estamos com problemas, mas-

-Eu não te amo. Não sacou ainda? Você foi uma aventura divertida, um motivo pra levantar o meu ego. Eu processei você porque eu não suporto mais você. Esse lenga lenga de "eu te amo", qual é, Jimin, pra cima de mim? Você só queria sexo e eu brincar um pouquinho, você veio mansinho pra minha mão, só que eu cansei . Achei que podia brincar mais um pouco...mas acho que não.

-Jungkook...do que está falando?.

-Eu. Não. Te amo. Agora você entendeu? Não acredito que tentou me salvar, eu disse que não precisava de você. Eu nunca precisei...olha pra você, quem amaria você, é impossível amar você. Eu levaria o teatro mais pra frente, mas a verdade é que eu não aguento mais você miando no meu ouvido " eu te amo, Daddy" hu, você é patético, eu digo que amo qualquer um ...talvez agora com o processo você finalmente se afaste de mim e me deixe em paz. Você não é especial pra mim, aliás, você está bem abaixo do meu padrão. Te vejo nos tribunais, boneca.

-Você...não me amou nem um pouquinho?

-A sim, a sua bunda eu amei, hu, delícia, como eu dizia mesmo? Ae"tá muito gostosa".

Jungkook saiu do quarto. Minha mente e coração ainda processando tudo o que ouviu, chorar deveria ser o meu primeiro ato, mas, na minha mão havia dois frascos de remédio. Um era pra me ajudar a dormir, o outro analgésico. Um comprimido de cada, foi o que a enfermeira disse. ...

Os vidros caíram vazios no chão. Eu vi pés entrando no quarto correndo, meus aparelhos apitando como loucos e depois....nada ...acho que terei a minha tão merecida paz.

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-Dr...fala a verdade...deu tempo não deu? Ele ... só tá desmaiado, neh?

Eu perguntei desesperado, eu disse tudo o aquilo pra ele se afastar e não tentar se matar!!!

-Eu sinto muito, mas não. Park Jimin veio a óbito.

Aquela notícia veio como uma bomba. Ninguém sabia o que eu tinha dito pra ele, a convulsão veio uma hora depois, ele escondeu por uma hora. O que ele fez nesse tempo? Escreveu a música dele, uma cópia da letra que ele nunca cantou para nós, a dedicação em cima da folha que me entregaram em segredo.

" Para Jeon Jungkook

De Park Jimin

LIE"

No fim da letra eu já estava chorando, mas o poema depois da música terminou de acabar comigo.

"Quando você fecha os olhos, a ali uma imagem?

Pra mim é escuro. Não há nada ali.

Estava procurando aquela pequena luz, a que me impedia da queda ao vazio, do mundo do som ao silêncio...arde,...

As lágrimas ardem num estado alarmante, elas caem por fora e descem queimando por dentro. A respiração se encurta, elas causam náusea...a carne se contar é difícil respirar, o peito se alarga e o ar se torna raro, mesmo assim...os olhos ardem as lágrimas descendo e eu ainda estou de olhos fechados tentando me convencer que o dia, amanhã, ainda vem...tentando acreditar que a visão do escuro me faz enxergar melhor.

Rezo que Deus me faça ver o que eu ele tanto quer que eu veja, eu estou sozinho nesse deserto de escuro ..eu não vejo nada.

Dizem que meus textos são vicerais, verdadeiros... carnívoros...

Escrevo o que corrói a minha mente, o meu corpo, meu coração, talvez minha carne seja devorada por quem tanto elogia, talvez minhas entranhas sejam minhas palavras, talvez o meu corpo seja jeito de letras, um papel nada dentro de tudo, a falta de um coração é preenchida por versos doces de amor..

Dizem que eu chego no fundo de seus corações, até agora eu não achei um único deles...A grande dificuldade de nascer é ser arrasto para um mundo frio onde qualquer extra lhe atinge..eu já saí de viceras...eu sou a própria carne.."