Capítulo IX - As ações de um investigador

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"Creio que o primeiro passo é irmos até a cidadezinha e ver quem foi que morreu, sabe... Infelizmente, chegando perto do corpo pode ser que eu consiga alguma pista olfativa, ou que você tenha alguma intuição, sei lá. No meu modus operandi esse seria o primeiro passo. Topas?" - James completa, colocando a mão no meu ombro, já do meu lado na pia.

"Como eu não faço ideia de como agir, essa parece uma opção sensata" - e voltei o rosto, sorrindo abertamente, como eu sempre fazia com aqueles a quem considero. "Mas antes eu preciso me trocar, vamos voltar pra Pousada e, com certeza, "dar o que falar", né? Sumimos por quantas horas? Mas pode deixar que na primeira oportunidade eu nego qualquer relacionamento nosso, ok? Direi a verdade: somos amigos"

"Olha... Pode ser vantajoso se fingirmos ser um casal, não?"

"Vantajoso pra quem?!" - levantei uma sobrancelha. "Não gosto de mentiras, nem fingimentos, Jim. Comigo ou é, ou não é, tá bom?" - achando necessário esclarecer algumas coisinhas antes de prosseguirmos.

"Ei! Ok, ok... Não quis ofender e não sabia dessa sua moral também. 'tá certo, ficamos como amigos, 'tá perfeito pra mim também." - ele uniu as palavras às mãos altas, como alguém que é desarmado e não tem para onde fugir.

Chegamos e soubemos pelo sr. Crow que a excursão indo para outra parte das Rochosas já havia saído. James intercedeu, dizendo que ele mesmo já havia sido guia por aquelas regiões e, diante do ocorrido com o filho dele, achou melhor oferecer os serviços, era portanto desnecessário contar com os dois para continuar as excursões. O sr. Crow ficou desconfortável com a citação da atitude do filho e lançou um olhar malévolo na minha direção, indo para os fundos e fechando a divisória na nossa cara!

"Aliás, se quiser ficar na cabana, eu super topo... Poderíamos fazer daquele lugar nosso "QG", o que me diz? Durante a noite, você e a Rosie podem treinar e aí conseguimos mais "liberdade" pra agir nas redondezas." - ele disse isso, apoiado com os cotovelos no balcão de atendimento e com a perna direita apoiando na parede deste balcão.

"Mesmo? Eu não sei se a pousada reembolsa... Meu dinheiro está justo para as férias, James. Não sei..." - acabei parando na frente dele e coloquei a mão direita no queixo.

"E quem falou em dinheiro? Nossos colaboradores não precisam gastar pra ajudar. Uma pena que eu ainda não tenha pra te pagar - e riu - mas ao menos não terá que se preocupar com nada durante nossa "caçada", valeu? Se tu tiver de acordo, subimos agora e pegamos nossas coisas, deixamos no carro e vamos bater perna por aí, investigando um pouco." - e agiu como se eu já tivesse concordado.

Sem nem responder, acabei subindo atrás dele as escadas e me despedindo mentalmente daquele lugar que me aturou por um dia e me trouxe tantas possibilidades! Boas e ruins...

Rapidamente refiz as malas e James me ajudou a descer as escadas. Fazendo chistes sobre eu ser a mulher mais prática que ele já conheceu, por estar levando pouca bagagem e arrematou "e sem muitos cosméticos ou maquiagens, hein?" - dando uma respirada sonora. Tive que sorrir e aproveitei para explicar que achava perda de tempo passar maquiagem, ou tingir o cabelo, ou se depilar constantemente. Como ele era casado e não tinha demonstrado nada de "sacana", ao contrário, afirmou que era diferente de Logan por não ser "pegador" eu passei a considerá-lo um irmão mais velho e, portanto, eu poderia conversar sobre qualquer coisa com ele, certo? E eu não tinha paciência para determinadas coisas! Excesso de cuidados era uma delas.

"É que tu não precisa, né, guria?! Esses cabelos grisalhos aí dão até um charme" - ele rematou, arrastando a mala para fora e não me esperando responder.

Como sabia que ele ouviria, soltei um "muito obrigada" e fui para o balcão fazer meu "checkout". Toquei a campainha e o sr. Crow apareceu de muito mal humor.

Meu Encontro com o WolverineOnde histórias criam vida. Descubra agora