Even While You Sleep, I Will Find You - Parte III

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Quando Aden mencionara Griffin, Lexa imaginou uma mulher enorme e seguiu em frente. Não se interessava pelas maneiras que Aden conseguiria a informação, apenas que ele a conseguisse. Ao chegar na cena do crime, sua percepção mudou completamente, pois Griffin não era nada como pensara. Ela era amiga da vítima e lhe deu um depoimento preciso sobre o assassino e seu modus operandi. Seus instintos disseram que ela era confiável desde o instante em que pusera seus olhos em Clarke.

Mesmo assim, ainda tinha que ouvir a palavra dos legistas. Deixou a cena do crime para seus colegas e partiu para a delegacia onde o chefe da polícia estava lhe esperando. No caminho, comprou um jornal que ilustrava a manchete "Polícia fracassa em trazer assassino à justiça", sem ainda saber dos acontecimentos dessa manhã. Lexa temia a fúria do chefe e a reação da imprensa quando descobrissem que o assassinato daquele dia era o mais violento até àquele momento. Ela sabia que não trazia resultados e esperava que fosse tirada do caso em poucas horas.

Não era uma policial incompetente, ela se lembrou repetidas vezes durante o percurso até a delegacia. Era um assassino em série e qualquer coisa que sabia sobre homicídios era jogado de lado. Ele não cobria nenhum dos protocolos que Lexa estudara na academia. Aprendera a estudá-lo ao longo dos meses, mas não era o suficiente. O Assassino estava sempre um passo à frente.

Ao chegar à delegacia, cumprimentou a secretária do chefe com um aceno de cabeça e pediu para vê-lo. Como esperado, Titus já a aguardava. Lexa entrou no escritório e tentou não encarar a cabeça careca do chefe enquanto ele andava em círculos por sua mesa.

— Estamos com problemas, Alexandra — disse Titus, indicando a cadeira para que Lexa se sentasse. — O secretário de segurança está no meu pé há dias e eu não posso mostrar nada a ele. Sabe por quê?

Era uma pergunta retórica, por isso ela limitou-se a esperar Titus explodir.

— Porque eu não tenho nada! — Titus bateu com a mão na mesa e Lexa se sobressaltou por reflexo. — Seis meses, Alexandra, e eu não tenho nada! Esse cara anda matando mulheres a torto e a direita e a polícia não têm nada para entregar ao secretário ou à imprensa! Sabe como isso me deixa?

Outra pergunta retórica. Lexa permaneceu quieta.

— Eu estou para ser exonerado. — Titus finalmente se aquietou e se sentou atrás de sua mesa. Ele encarou Lexa profundamente. — E, se for, posso garantir que você vai junto comigo.

Lexa engoliu em seco. Sabia que era sua hora de dar alguma explicação ao seu chefe, mas não tinha nenhuma carta na manga. Não tinha nenhuma carta em lugar nenhum, na verdade. Sua melhor opção era entregar o distintivo por qual tanto lutara e se contentar em arrumar um emprego de secretária num escritório qualquer.

— Não vai me dar nenhuma resposta satisfatória? — Titus indagou depois de alguns minutos de silêncio profundo.

— Não posso ser desonesta, senhor — respondeu Lexa. — O Assassino está fora do meu alcance. Achei que pudesse ser melhor que ele, mais esperta que ele, mas fracassei. Deixei aquelas mulheres morrerem. Não há ninguém que possa...

Uma ideia surgiu no fundo da cabeça de Lexa. Ela poderia unir forças com alguém. Alguém que conhecia a região do Beco e suas mulheres. Alguém que se dispunha a ajudá-las quando a polícia não fazia. Alguém com tendências suicidas que colocava a população na frente mais do que tudo.

Ela pediria ajuda ao Vigilante.

— Então...? — Titus chamou sua atenção.

— Me dê mais duas semanas, senhor — pediu. Seus olhos desesperados pareceram convencer Titus. — Duas semanas e vou juntar pistas sobre o assassino e, se possível, pegá-lo.

Where the Light Won't Find UsOnde histórias criam vida. Descubra agora