Even While You Sleep, I Will Find You - Parte II

248 37 11
                                    


— O que descobriu?

— Não muito. Tem uma garota lá, Griffin. Nós lutamos e ela perdeu. Mas o dono do clube ainda deu dinheiro a ela.

Lexa soltou um muxoxo de impaciência. Não se interessava nas atividades ilegais que aconteciam no Beco da Perdição. Estava focada em apenas um único criminoso. Desde agosto ele assassinava friamente mulheres indefesas e o chefe de polícia de Washington a colocara no caso.

Era a primeira vez que pegava um caso por conta própria. Pouco a pouco a história se espalhava pelos bairros ricos da capital dos Estados Unidos e seu chefe a pressionava ainda mais para encontrar culpados. Ela estava tentando, mas seu assassino sempre lhe escorregava pelas mãos.

Não era fácil ser uma mulher e detetive nos anos 1930, ainda mais com a situação do país. Lexa, órfã pela guerra e por causa da gripe espanhola, não tinha muitos recursos e se esforçou o dobro do que qualquer policial meia boca de seu distrito para se sentar naquela mesa. Mesmo assim, eram poucos os policiais que realmente a respeitavam.

Aden era um deles. O garoto se tornara seu protegido desde que entrara na força policial, trabalhando duro como agente disfarçado em vários casos. Agora, sua missão era descobrir se o assassino procurado tinha uma base no Beco. Tudo o que Lexa tinha apontava para aquela região pobre de Washington. As mulheres assassinadas ou moravam ali ou trabalhavam por perto. Todas eram inexistentes aos olhos da Lei.

No entanto, Lexa não deixaria suas mortes caírem no esquecimento. Ela as traria justiça. Descobriria a verdadeira identidade do assassino e faria o homem apodrecer na cadeia. Tiraria o chefe de polícia do seu pé e seria respeitada entre os policiais.

— Você sabe do Vigilante? — Aden indagou, tirando Lexa de seu devaneio.

— Vigilante? — repetiu Lexa, confusa.

— Parece que está querendo capturar o assassino por conta própria. O Beco inteiro só fala disso. Alguém está ajudando eles. Digo, fazendo por eles mais do que nós fazemos.

— Não é preciso muito — disse Lexa amargamente. Ela reconhecia como a polícia de Washington era falha. Seu distrito ficava próximo ao Beco e deveria ser responsável pelo policiamento do local, mas todo mundo sabia que não era o que acontecia. Seus policiais trabalhavam em áreas nobres da cidade e só voltavam ali para bater o ponto.

Se realmente houvesse algum vigilante no Beco da Perdição, Lexa deveria agradecê-lo por fazer seu trabalho. Porém, não iria deixá-lo roubar sua glória de capturar o assassino. Isso ela iria fazer por conta própria. Com a ajuda de Aden, é claro.

— O povo venera ele — continuou Aden. Lexa sentia a animação do garoto crescendo. — Me falaram que o cara acabou com dois ladrões pulando de cima de um telhado e não machucou nada. A menina assaltada o viu indo embora como se nada tivesse acontecido.

Lexa arqueou a sobrancelha de maneira descrente. Deveria ser mais uma história contada em clubes para impressionar os outros. Funcionara, pois Aden andava para lá e para cá em seu escritório descrevendo as ações que ouvira sobre o tal vigilante. Não queria acabar com a emoção do garoto, então o deixou falando sem realmente prestar atenção.

Esperava que essa história de vigilante não chegasse aos ouvidos do chefe. Não podia exatamente compactuar com esse tipo de gente, mas entre as ondas de assalto a banco e gente roubando comida para sobreviver, a polícia podia usar um civil querendo restaurar a paz em seu bairro.

O relógio atrás de sua mesa bateu meia-noite e Lexa gentilmente expulsou Aden do distrito. Ele morava a duas quadras dali e, mesmo que fosse muito bom em lutas, ainda era perigoso andar pelas ruas à noite. Ela poderia dizer o mesmo, embora gostasse de ficar até tarde no trabalho. Era uma das formas de provar aos policiais que estava determinada em completar seu caso. Muitas vezes dormia no distrito para estar sempre pronta a qualquer coisa.

Where the Light Won't Find UsOnde histórias criam vida. Descubra agora