So Glad We've Almost Made It, So Sad They Had To Fade It - Parte III

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Duas semanas depois, a cena de Clarke desacordada ao lado do corpo imóvel de Pike ainda causava calafrios em Lexa. Frequentemente, sonhava que segurava o corpo de Clarke em seus braços e clamava por vingança, uma vez que o Assassino escapara novamente. Era difícil dormir nas noites depois do acontecido. Mas ela sabia que, no fim, tudo daria certo — mesmo que isso levasse muito mais tempo que pensava.

Pike, ferido quase que mortalmente no abdômen por Clarke, sobrevivera pela clemência de Lexa. Os policiais que a acompanharam na cena do crime não desejavam chamar uma ambulância para o homem. Levou muito tempo para que ela os convencesse de que tê-lo vivo era melhor do que morto. Ele estava em um hospital de uma prisão ao norte da cidade, e Lexa iria visitá-lo quase diariamente.

Lexa esperava que tudo acabasse quando o Assassino fosse pego, mas isso foi só o começo. Titus a levou em todas as entrevistas que podia com os jornais da cidade; ela encontrou o prefeito diversas vezes e contava em detalhes como tinha solucionado o mistério; ela não conseguia mais entrar na lanchonete de Anya sem que um repórter ou um curioso a observasse de longe. Da noite para o dia, ela era uma celebridade.

Então, na semana seguinte à captura, um rumor começou a circular pelo Beco, algo que Lexa sabia que sairia um hora ou outra. As pessoas sussurravam sobre a ajuda que ela obteve do Vigilante no caso. E que o Vigilante era ninguém menos que Clarke Griffin, a menina dos olhos de Pike, que magicamente estava junto com o Assassino, mortalmente ferida, quando ele foi preso.

Lexa inventou uma desculpa para Titus assim que Clarke e Pike estavam seguros numa maca de hospital para que ele não suspeitasse de nada. Ele não quis acreditar em suas palavras, mas Titus confiava em Lexa e em seu trabalho, mesmo que não demonstrasse isso muitas vezes. Ele prometeu que abafaria os rumores sem pedir por nada em troca, como uma desculpa pelo comportamento de antes.

Agora, a detetive estava sentada na cadeira desconfortável para visitantes no quarto de Clarke, esperando a ligação que talvez custaria seu emprego. Ela lia um dos jornais que Bellamy deixara ali durante sua visita matutina. O Assassino ainda ganhava algumas matérias para si, mas a cada dia que passava, ele perdia o protagonismo.

Washington era uma cidade grande, a capital de um país. Um assassino em série somente podia ganhar um pouco de holofote em duas semanas. Havia coisas piores acontecendo.

— Ei... — chamou uma voz fraquinha, que não seria escutada se o quarto estivesse mais barulhento.

Lexa olhou para os lados e se deparou com os olhos de Clarke abertos na sua direção. Ela jogou o jornal no chão sem cerimônia e se aproximou da maca de Clarke, segurando sua mão com força.

— Quem é você? — questionou Clarke, tentando se desvencilhar da mão de Lexa contra a sua.

O estômago de Lexa afundou. Ela sabia que a cabeça de Clarke tinha sido horrivelmente machucada durante a luta com Pike. Não imaginava que afetaria a sua memória o tanto de pancadas que levara. Os médicos não avisaram nada do assunto. Eles disseram que, quando acordasse, Clarke sentiria mais dores do que qualquer outra pessoa, mas nada muito anormal para alguém em coma.

— Você realmente não me conhece? — indagou Lexa com um fiapo de voz.

Clarke a encarou por um tempo, franzindo o cenho. Depois, para surpresa de Lexa, ela abriu um sorriso fraco.

— Te peguei — riu Clarke. Ela soltou um gemido de dor logo depois.

Lexa soltou um suspiro exasperado. Ela soltou da mão de Clarke e a passou no próprio rosto, como se não acreditasse no que ouvia. Deveria saber que Clarke era uma sacana e provavelmente faria isso quando acordasse.

Where the Light Won't Find UsOnde histórias criam vida. Descubra agora