Por mais que as violências físicas por parte dos professores (como as réguas/palmatórias que tinham a função de machucar) tenham sumido em grande parte das sociedades, outras formas de violências ainda acontecem.
Não basta apenas a pessoa ser punida apenas pelo seu insucesso ou sua dificuldade de adesão às atividades escolares, esse seria então o papel dos professores e outros educadores: punir ao máximo; ser colocado sozinho em um canto da sala, ser ameaçado constantemente em receber nota baixa (ou não brincar, no caso de crianças na pré-escola) ou conversar com os pais, ser usado como exemplo como um "mau aluno" e ser recebido a gritos ou com rispidez pela não realização de uma determinada atividade e enfatizar sua nota abaixo do esperado de vermelho, essa são algumas atividades tragicamente comum nas práticas da pedagógicas.
Sufoque o aluno de trabalhos e atividades para que ele não tenha tempo para entretenimento e diversões, ensine ao aludo que prazer e estudo não pode acontecer mutuamente, toda vez que tem mais de um, significa menos do outro. Fugir das punições? Nem pensar! Muitas vezes os educadores e os pais farão os mesmos sufocamentos, assim, você não terá outra saída a não ser terminar a escola passando por tudo isso.
Qual a saída do aluno? Bom, pode ser várias como andar bem devagar a ponto de se atrasar a chegar na escola, fingir estar doente, "matar" aula, com isso o aluno fará de tudo para faltar ou para atrasar o contato com a escola; uma vez assim, será bem custoso tentar impedir ele de ficar fora da escola ou que, quando permanece na escola, não fique no banheiro ou tentando impedir que o professor dê aula, portanto, a comunidade escolar apenas tentará ignorar ele até que tenha idade para não ir mais na escola.
Felizmente, há professores que não use técnicas coercitivas, assim, ao invés de punir pelo insucesso ele reforça os acertos, porém isso é resultado de seu treinamento, assim, mesmo que as teorias pedagógicas sejam anti-coerção, os professores formados ao iniciarem suas práticas e tendo uma experiencia pequena, se depara com uma instituição repleta de coerção, tendo isso em vista, a possibilidade de aprender apenas a técnica de punir os erros é muito grande, uma vez que pode até ser dito que punir é ruim, porém não é apresentado para esse professor outra técnica eficaz.
A coerção não faz apenas os alunos a desistirem da escola, professores também estão desistindo, uma vez que há um baixo salário e pouco prestígio social, assim, a cobrança encima deles são exacerbadas, com isso, muitas vezes o que segura o professor na instituição é ser o progresso de seus aluno, por isso a cada aluno que desiste da escola é uma chance perdida de levar um aluno ao seu sucesso.
Muitos saudosistas do sistema educacional totalmente rígidos dizem que naquele tempo não havia nem desistência desrespeito aos professores, porém é aquele tempo que começou a semear o problema, toda vez que alguém é coagido ele achará uma forma de voltar-se contra os coercedores, assim, ocorre o que chamamos de contracontrole.
Veja mais informações em: SIDMAN, M. Coerção e suas implicações. Campinas, SP: Editorial Psy, 1995.

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Aventuras de Psicologia, a Ciência do Comportamento
Non-FictionCrônicas sobre experimentos, autoconhecimento, ciúmes, persuasão, liberdade, "mente", instinto e muitos outros assuntos (e polêmicas)