| BAD DREAMS - Bucky Barnes |

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" A pele de Bucky queimava como fogo. A sensação que ele tinha era de que seus músculos estavam sendo dilacerados brutalmente sem chance de poder reagir. Seus braços estavam presos por amarras de aço o deixando sem chance de tentar escapar. Mesmo com o protetor bucal, os sons sofridos que o homem emitia eram altos. Seu sofrimento era ignorado pelas pessoas presente na sala claustrofóbica de grossa espessura de concreto. Lágrimas enchiam seus olhos, mas não chegaram a escorrer. Com os dedos curvados, os punhos cerrados, os olhos comprimidos e as veias saltadas como se fossem estourar a qualquer momento, o homem se via sofrendo em minutos, talvez, horas angustiantes e agonizantes que por pouco não o levara a escuridão."

Um grito alto e sofrido saiu da boca de Bucky que em um sobressalto se sentou na cama ofegante. Desnorteado ele se viu confuso por um momento não reconhecer o quarto escuro em que se encontrava. O ambiente era totalmente diferente do local do sonho que tivera há poucos. Enquanto o lugar onde se encontrava agora continha uma cama grande de casal, armário e janelas dando a sensação de calmaria e aconchego, em seu sonho ele sentia como se estivesse em um laboratório sombrio. O sonho que havia tido tinha sido tão real que ele teve certeza ter sido uma lembrança dos anos de terror que passou sendo controlado pela Hidra.
Alarmado ele passou a mão no rosto afastando o lençol e abaixou a cabeça tentando controlar a respiração desritmada.

- Bucky...

Uma voz doce com um toque de sonolência chegou aos ouvidos de Bucky seguida de uma mão quentinha que foi de encontro com as costas do homem deixando um leve carinho, que em puro pavor levou seu braço de metal rapidamente ao pescoço da tal pessoa que o assustou.

Com os olhos esbugalhados Bucky viu a figura feminina abaixo de si segurando fortemente seu pulso metálico enquanto o chamava com um fio de voz. Reconhecendo-a e percebendo o que estava fazendo Bucky rapidamente largou a mulher que se afastou saindo da cama com as mãos no pescoço tossindo copiosamente.

- Me desculpa boneca. - pediu desolado. - Eu não queria te machucar.

Um sentimento de culpa pairou sob Bucky que ficou mais transtornado pelo acontecido e tentou se aproximar da mulher, mas parou no meio do caminho não querendo a assustar mais.

- Me desculpa.

Grossas lágrimas começaram a escorrer sem que Bucky conseguisse as conter embasando sua visão. Com o peito apertado ele se sentou na beirada a cama com as pernas para fora. Com o olhar vazio ele viu seu corpo tremer e balançar junto com seu choro angustiado que vinha carregado de sentimento.

- Está tudo bem Bucky. - (S/n) disse rouca tentando deixar sua voz normal ainda que sua garganta doesse um pouco.

Após conseguir controlar a crise de tosse que teve, ela se aproximou de Bucky com passos firmes sem nem um pingo de hesitação querendo que ele soubesse que ela não sentia medo dele. Sentando ao lado dele ela levou sua mão ao seu ombro, mas, instantaneamente, Bucky se levantou se esquivando do toque dela.

- Não. - disse culpado.

- Bucky... - ela se levantou e se aproximou dele novamente.

- Pare. - pôs a mão na frente do corpo para que a mesma se afastasse. - Não se aproxima.

- Está tudo bem Bucky. - ela começa cautelosa. - Eu sei que você não queria me machucar.

- Mas machuquei. - continuou inconsolável.

Consternada (S/n) olhou para Bucky que continha um olhar desolado, quebrado.  Ela estava surpresa!
Tinha tanto tempo que Bucky não tinha umas dessas crises. Depois que Shuri conseguiu reverter a programação que a Hidra tinha feito na cabeça do Bucky o deixando imune as palavras de ativação do soldado invernal, James começou a se soltar mais e passou a ficar mais relaxado, ao ponto de receber ajudar de profissionais fazendo com que os episódios de pesadelo diminuíssem bastante, ao ponto de se tornarem raros, mas como nem tudo são flores, algumas vezes eles voltavam para o assombrar desestabilizando o progresso dele.

- Mas não foi por querer, foi? - lentamente ela foi se aproximando dele sem fazer movimentos bruscos para que ele não se afastasse.

- Jamais! - respondeu convicto. - Eu jamais machucaria você por querer, nunca!

- Eu sei. - afirmou sem quebrar o contato visual com as duas imensidões azuis que a olhavam de volta. - Eu tenho certeza disso, então, por favor, não se atormente por isso. - pegou a mão dele sentindo a quentura de sua palma.

- Eu podia ter te matado... - comentou baixinho.

- Para, por favor. - puxou o braço dele e ficando na ponta dos pés ela o abraçou forte.

Bucky se deixou ser abraçado mesmo um pouco contrariado. Mesmo não querendo ficar tão perto da mulher neste momento Bucky sentia paz em estar perto dela e de tê-la em seus braços. Os olhos dele se fecharam quando um carinho em sua nuca começou a ser feito e sem se conter, Bucky abraçou a cintura da namorada fortemente a trazendo para perto.

- Está tudo bem, está tudo bem... - ela sussurrava para o homem tentando acalmá-lo.

Ambos ficaram abraçados por um longo tempo até (S/n) se afastar um pouco dele entrelaçando seus dedos e sem dizer uma palavras ela o levou de volta para cama e ao se sentar encostada na cabeceira da cama o trouxe de volta para seus braços descansando sua cabeça em seu peito.

- Você me desculpa? - ele perguntou abraçando forte a cintura dela com medo de que a mesma fugisse.

- Foi um acidente James. - disse acariciando o cabelo dele. - Olha para mim. - pediu vendo o homem levantar o rosto para a olhar em seguida. - Eu te amo! Eu te amo tanto, mas tanto que ás vezes fico até surpresa. Eu sei que não sou tão aberta sobre os meus sentimentos, mas eu preciso que você saiba que eu me apaixonei pelo grande homem que você é. O fato de você ter sido durante anos o soldado invernal não te transforma em um monstro. Você foi uma vítima da perversidade do ser humano. Você, infelizmente, viu o quão ruim uma pessoa pode ser. Você é forte, íntegro, tem um bom coração e foi pelo James Barnes que eu me apaixonei. Pelo James que nunca deixou de existir. Não se diminua. Me machuca ver você dessa forma. - ela beija a testa dele.

- Obrigado!

Mesmo se sentindo pequeno, Bucky ficou aquecido pelo o que sua namorada havia lhe dito. Para ele foi surpreendente ouvir tais palavras. O relacionamento deles era um relacionamento um tanto contido. Ambos não usavam muito palavras para se expressar, já que as demonstrações de amor estavam nos gestos e no cuidado que um tinha pelo outro. Então, ouvir (S/n) dizer tudo aquilo foi como se ele tivesse saltado de paraquedas, pois seu coração batia rápido e em seu estômago surgiu as famosas borboletas.

- Obrigado por ser essa mulher maravilhosa. Obrigado por me aceitar mesmo sendo todo errado e complicado. Obrigado por me amar dia após dia e por me deixar te amar. Obrigado por estar sempre comigo e obrigado por estar presente na minha segunda chance, no meu recomeço. Obrigado por me fazer um homem melhor. Eu te amo tanto boneca!

- Eu te amo mais. - ela selou seus lábios em um beijo casto.

Ele negou. - Impossível! - se esticou para novamente lhe selar, acariciou o rosto dela e se aconchego novamente ao seu corpo.

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