Capítulo 2

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- Stupid Fate? - Caio balançou o papel, aonde estava escrito os primeiros versos da música, acompanhado de um refrão. - Quer dizer, nada mal pra quem disse que não tinha talento.

- Deixa eu ver - Peter pegou a folha das mãos do baterista e deu uma lida rápida. - Nada de fusca amarelo, estou decepcionado.

- Cara, só idiotas fazem músicas pro próprio carro.

- Você é um idiota - ele forçou uma tosse. - De qualquer forma, eu gostei.

- Bem, já está quase pronta - peguei o papel de volta. - Eu pretendendo escrever os últimos versos hoje.

E depois trocar palavras como "ele", "garoto" para "ela", "garota". Acho que ainda está muito cedo para todos ali saberem que se nos tornamos astros do rock, eu séria uma espécie de Freddie Mercury, e não John Lennon.

- Bem, se ficar pronta a tempo, eu acho que podemos tocar ela nesse show - Caio disse. - Podemos tirar a música Dumb do Nirvana e colocar essa que o John está escrevendo.

- Mas Dumb é a minha musica favorita do Nirvana! - Jason resmungou. - Tirem BlackBird dos Beatles.

- BlackBird é a minha música favorita dos Beatles. - Peter resmungou de volta.

- Eu sei, porém ela não é muito conhecida - retrucou. - São muitas músicas dos Beatles pra todo mundo conhecer todas, vamos cantar apenas os clássicos como Hey, Jude!

- Ok, então vamos tirar BlackBird para colocar a nossa música, Stupid Fate - Caio interrompeu. - Todos de acordo?

Todos concordaram e a parti dali começamos a ensaiar.

- Brasilia Amarela dos Mamonas Assassinas - eu pedi. - Preciso treinar mais meu português.

- Beleza - Caio bateu suas baquetas. - Um, dois, três...

🎸

Joguei o cigarro fora, assim que vi Samuel chegando.

- Oi - ele sorriu para mim. - John, não é?

- Isso mesmo.

- Sinceramente, pensei que não te veria de novo por aqui.

E não veria, porque eu estou aqui de propósito.

- Seu nome é um nome típico do Brasil, não é?

- Bingo!

- Então você é brasileiro?

- Não, minha mãe é brasileira e meu pai nasceu aqui mesmo, em Nova York.

- Você já foi pro Brasil alguma vez?

- Não, porém eu sei falar em português por causa da minha mãe - ele riu. - Quando ela está irritada, começa a misturar inglês e português, é engraçado.

O ônibus parou na nossa frente e Samuel disse que era hora dele continuar seu caminho para o trabalho.

- Tchau, John - acenou para mim. - Quem sabe a gente se vê amanhã.

Acenei de volta, enquanto ele entrava no veículo junto com outras pessoas.

- Quem sabe. - falei em tom sarcástico, porque eu com certeza voltaria só para vê-lo.
Dei meia volta e voltei para casa. Tinha uma música para terminar de escrever.

O seu amor é Rock And RollOnde histórias criam vida. Descubra agora