- Você não estava bêbado, não é? - perguntei, mais para mim mesmo do que para Samuel, ainda tentando analisar a frase "você deveria saber".
Ele largou os pratos vazios do almoço na pia e me olhou com um sorrisinho.- Não, não estava, eu tomei poucos copos de vodka, nem você teria ficado bêbado.
- Mas então por que estava agindo como se estivesse bêbado?
- Preciso mesmo responder, John? - fiquei em silêncio. Talvez eu soubesse o porquê mas não queria admitir por medo de estar errado e depois parecer um bobo. - Eu também nunca estive procurando por um colega de quarto, nunca estive com tanto sono ao ponto de desmaiar na sua cama, William não estava acidentalmente passando pela minha casa.
Fiquei um tempo sem dizer nada, apenas olhando surpreso para Samuel.
- Foi tudo de propósito?
- Foi, foi de propósito - respondeu. - E eu sei que as músicas que você escreve são sobre mim.
Engoli em seco.
- Você sabe?
- Claro, não é difícil de perceber, tipo a primeira música que você escreveu falava sobre a forma estúpida que nos conhecemos.
Com certeza aquela foi a maneira mais estúpida que alguém poderia conhecer outro alguém. Tudo por causa de uma palheta de guitarra. O destino é tão idiota quando quer ser.
Olhei para Samuel e comecei a sacar as coisas. Ele fez tudo de propósito, como eu fiz as músicas de propósito. Eu sabia que ele podia gostar de mim, era óbvio, como o próprio Peter disse, mas ainda sim, difícil de acreditar e o medo de levar um fora que escorria pela minha garganta.- Então, você gosta de mim também?
- Também? - ele deu aquele sorrisinho. - Significa que você gosta de mim?
- Para com isso, você sabe a resposta.
- Mas eu adoraria ouvir saindo da sua boca sem que fosse em formato de música.
Suspirei fundo.
- Gosto de você, Samuel.
Mesmo esperando por isso, ele ficou com o rosto vermelho e surpreso.
- Também gosto de você, guitarrista - comecei a me perguntar se era agora ou nunca, e Samuel, parecendo ler meus pensamentos, disse: - Se você quer me beijar, faça isso.
Levantei da mesa e fiquei de frente para ele. Antes que eu pudesse decidir se deveria puxar ele pela cintura ou só colocar as mãos nas suas bochechas ele me puxou pela barra da minha camiseta e nos beijamos. Seu beijo na boca era tão eletrizante quanto seu beijo na bochecha.
🎸
Depois daquele beijo e de muitos outros, comecei a escrever mais ainda sobre tudo que Samuel me faz sentir, o que acabou me levando a completar o álbum da banda não só com 10 músicas mas 11, diria que a última música é um bônus. Todos estavam ansiosos, não iria demorar muito para o álbum ser lançando. Todas as músicas já tinham sido gravadas no estúdio e o nosso empresário escolheu a foto que ele achou melhor para colocar no álbum. A foto era uma aonde todos estavam juntos com seus instrumentos nas mãos. E, durante esse tempo que trabalhávamos para o lançamento do álbum que não estava longe, nosso empresário disse que deveríamos largar aquele velho bar, pois não precisaríamos mais dele se iríamos ficar ricos com o novo álbum. Concordamos mas não fizemos nada, afinal, séria uma pena, o dono do bar ama a gente e, além disso, não sabemos se nosso álbum vai mesmo bombar, e se não bombar com certeza não queremos ficar sem dinheiro. E mesmo que eu não pague mais aluguel à Samuel, já que praticamente somos namorados agora então aquela é a nossa casa, ainda o ajudo a pagar as contas.
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O seu amor é Rock And Roll
RomanceJohn Myles sempre amou rock and roll, e o seu maior sonho é nada menos do que formar uma banda, o que ele conseguiu aos 17 anos de idade. Na banda, ele é o vocalista e também toca guitarra, mas nunca escreveu nenhum verso de música, por isso ele e s...