Capítulo 11

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Se eu dissesse o quão diferente é estar em um estúdio ao invés de uma garagem empoeirada, eu ficaria o resto da minha vida falando. Até a sensação no corpo muda, deve ser porque é como dar um passo para ser uma estrela do rock, ou só uma estrela.
Todos olhavam impressionados para o estúdio, inclusive eu. Enquanto isso, o senhor  Barakiva, nosso empresário, olhava com graça. Aposto que não é a primeira vez que ele vê 4 meninos podre de pobres entrando no seu estúdio podre de rico.

— Então, o nome da banda vai ser Zillove? — ele perguntou e todos nós concordamos. — Tem algum significado?

— Não — Jason respondeu. — Eu escolhi aleatoriamente.

— Tudo bem — disse, como se não fosse nada demais e eu espero que realmente não seja. Porque se ele quiser algum significado eu juro que o nome da banda vai ser Samuel. — Vocês já tem 4 músicas, certo?

— Certo. — acabamos falando ao mesmo tempo.

— Precisamos de no mínimo mais 6 músicas para fazer um álbum. O primeiro álbum de vocês.

Todos se animaram com a ideia de primeiro álbum e imediatamente os meninos me encararam por um tempo, e eu já entendi. Eu sou o responsável pelas músicas. Isso não vai ser tão difícil, porque eu já tenho pensando em outra música. Ela vai ser chamar Brazil, não parece nem um pouco com uma música romântica, mas ela foi totalmente inspirada no jeitinho brasileiro que Samuel tem apesar de ter nascido em Nova York. Agradeço a sua mãe brasileira por isso porque eu adoro esse jeitinho. Brazil está quase com a letra pronta, então, tecnicamente, falta 5 músicas e não 6.

— E, além das músicas, eu vou contratar um fotógrafo porque precisamos de uma foto para a capa do álbum — o senhor Barakiva continuava falando, como se anotasse tudo em um bloco de notas dentro da sua cabeça. — Quero começar as sessões de fotos neste sábado, tudo bem?

— Tudo bem. — respondemos juntos, de novo. A verdade é que ainda estávamos ocupados demais admirando o estúdio para se comunicar como não-robôs com o nosso empresário.

— Bem, se quiseram ensaiar um pouco aqui, fiquem a vontade — ele puxou uma cadeira e se sentou. — É o estúdio de vocês agora, sintam-se em casa.

Correção: sintam-se na garagem velha da casa de Jason.
Animados, pegamos nossos instrumentos e começamos a tocar como teste Reap Me do Nirvana. E, ali, eu acabei apresentando a nova música para os meninos e passamos o resto do tempo trabalhando em Brazil. O senhor Barakiva parecia gostar da música então continuamos até ela parecer perfeita.

🎸

— E aí? — foi a primeira coisa que Samuel disse quando cheguei recebendo uma festa de Sushi. — Como foi?

— O estúdio é incrível! Nunca pensei que um dia estaria em um — admiti. — Pensei que estava destinado a ser preso para sempre naquela garagem velha.

— Que nada — riu. — Você está destinado a ser um astro do rock. De preferência, o segundo astro do rock gay, Freddie Mercury II.

— Eu gosto de Freddie Mercury.

— E John Lennon?

— Não — balancei a cabeça. — Eu amo o Lennon, mas ele e eu em comum só temos o nome e o amor por rock and roll.

— É, talvez — Samuel fez um carinho rápido na cabeça de Sushi. — Eu vou indo pro trabalho agora.

— Ok, tchau.

Ele abriu a porta e quando pensei que iria sair, ele se virou, jogou a cabeça de lado e eu me segurei para não beija-ló. Acho que vou escrever uma canção de como perco os sentidos do lado dele.

— Então, já ia me esquecendo! Ligaram hoje cedo e parece que o amarelinho volta amanhã.

— Obrigado por avisar.

— De nada — acenou. — Tchau.

Saiu e fechou a porta.
Já estou com saudades.

O seu amor é Rock And RollOnde histórias criam vida. Descubra agora