Capítulo 14

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Minha nova música era You Had To Be My Girglfriend. Na verdade, até então era "boyfriend" mas tive que mudar.

— Bom dia — cheguei no ensaio atrasado, como sempre, e de novo o nosso empresário não estava lá. — Eu tenho uma nova música!

Todos menos Peter vieram desesperados na minha direção para poderem ler a letra da música. E enquanto eles liam, Peter tocou uma nota de piano bem alta, fazendo eu o olhar. Ele fez um sinal para eu me aproximar e eu me aproximei.

— Olha, se for sobre a amiga daquela tal de Rachel, eu não...

— Não é sobre isso — me interrompeu. — Você é gay, John?

Meu estômago se revirou, parecia que toda a comida que eu tinha comido no café da manhã estava prestes a sair da minha boca.

— O que? Claro que não! Eu não quis sair com aquela garota porque eu já...

— Eu sei, gosta de outra pessoa — me interrompeu outra vez. — Você me disse isso ontem, se esqueceu? Mas essa pessoa que você gosta é o Samuel, não é?

— Peter, por favor, não contem para ninguém!

— Tudo bem — comecei a perceber que Peter não parecia com raiva e nem nada do tipo. Ele apenas sorriu para mim, não se importava se eu gostava de garotos. — Mas então, você e o Samuel estão namorando?

— Não.

— Olha, é bem óbvio que ele gosta de você, deveria ser declarar, eu posso ajudar.

— Não, obrigado.

Com certeza não é uma boa ideia ter Peter como cupido.
Caio e Jason começaram a se aproximar.

— Adorei a nova música, John! — Caio disse, sorrindo. — Como pretende que seja o som?

Peter, o único que ainda não tinha visto, pegou o papel das mãos de Jason e começou a ler. Eu, por minha vez, peguei minha preciosa guitarra e comecei a tocar.

🎸

Bem, Peter mostrou hoje que ele não é tão burro quanto parece ser, o que significa que talvez ele esteja certo quando disse que Samuel também gosta de mim.
Abri a porta e além de ser recebido por Sushi, vi Samuel se apressando para o trabalho.

— Olá, seja bem-vindo de volta.

— Olá — ele pegou as chaves e fez um rápido carinho na cabeça de Sushi. — Você quer que eu te leve? Meu carro já está de volta.

— Claro, queria ver o amarelinho outra vez.

Deixei a guitarra em casa e também sai para entrar na minha famosa lata velha amarela.

🎸

Estacionei o carro em frente a entrada do trabalho de Samuel. Ele tirou o cinto de segurança.

— Tchau, até mais tarde, guitarrista.

— Espera — Samuel tirou a mão da maçaneta e me encarou. Também o encarei, pensando em tudo que Peter me disse. — Esquece, não é nada.

— Nada?

— Bem, você vai ir no bar sexta, não vai?

— Claro.

Ele me olhou estranho, abriu a porta e saiu. Apenas tirei o carro do lugar quando o perdi de vista lá dentro.

🎸

Desci do palco, o show não tinha sido nada ruim. Peter também desceu e foi direto na direção de duas garotas, não duvido que uma delas seja a Rachel. Eu, por minha vez, fui na direção de Samuel, que bebia um pequeno copo de vodka.

— Quer um pouco? — Samuel me ofereceu, assim que eu me sentei. — Gostei da nova música Brazil.

— Não posso beber, amanhã a banda vai ter o primeiro ensaio fotográfico, se eu chegar lá com ressaca o Caio vai me matar — ele riu. — Mas fico feliz que gostou da nova música.

— Minha mãe iria adorar.

Samuel deu mais um gole na bebida, parecia levemente bêbado.

— Acho melhor a gente ir pra casa.

— Não, agora não.

Ele voltou a beber mais e eu apenas fiquei olhando. Nunca tinha visto Samuel bêbado antes e parece que ele estava disposto a ficar bêbado hoje.

— Eu sei que você se diz "forte para bebidas" mas não acha que já exagerou?

— Cale a boca — ele resmungou, agora parecia sem coragem pra pegar outro copo de bebida então deitou a cabeça na mesa.
Por que ele resolveu beber tanto hoje? Claro, Samuel sempre bebe mas não passa dos seus limites, não vai até onde não aguenta.

— Francamente...

Peguei Samuel e fui o arrastando para for do bar, mesmo que ele continuasse resmungando que não queria ir embora.

🎸

— O que deu em você? — questionei mais para mim mesmo do que para o próprio Samuel bêbado em meus braços. — Sai, Sushi, sai!

Tentei afastar Sushi, era difícil arrastar Samuel para dentro de casa enquanto ele pulava na gente como louco.

— Não fale assim com ele, coitadinho! É apenas um cachorrinho.

Samuel conseguir se largar de mim e foi acariciar os pelos de Sushi. Tranquei a porta e ele continuou brincando com o cachorro.

— Samu, acho melhor a gente ir dormir, já está tarde e eu...

— Não vou dormir — me interrompeu. — Não vou!

— Samu, por favor.

— Eu só vou dormir se você dormir comigo.

Ele me olhou, esperançoso e sorridente. Eu, por minha vez, senti meu estômago se revirando como se revirou quando Peter me pergunto se eu era gay. Iríamos dormir juntos outra vez, era isso então?

— Tudo bem.

Samuel pareceu comemorar e então subimos a escada para o meu quarto. Ele arrancou os sapatos e se deitou, eu fiz o mesmo, sem coragem para colacar um pijama.

— Boa noite, guitarrista.

— Boa noite.

Então, Samuel caiu no sono mais rápido do que eu esperava, roncando baixinho. Espero que ele não acorde com ressaca.

O seu amor é Rock And RollOnde histórias criam vida. Descubra agora