Cap. 7 - Ousadia

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POV GIZELLY:

Rafa e eu nos acordamos praticamente juntas no fim da tarde daquele sábado. A primeira pergunta que lhe fiz quando nos olhamos, ainda sob aquelas cobertas, foi:

- O que foi que aconteceu aqui? 

- Uai, Titchela! Fizemos amor. Amor bem "gostosin", bem nosso jeitinho.

- Eu sei que nos amamos, Rafa. Digo, pergunto se fizemos certo em... - Sou interrompida pela mineira, que saltou do seu canto na cama e foi pra cima de mim, colocando uma perna em cada lado meu e ficando sobre mim, numa posição de "quatro", ela por cima de mim, me encarava fixamente com aquelas duas esmeraldas que ela tinha nos olhos. Seus cabelos caiam por cima de seus ombros.

- Ah, Titchela, tem dó! Não tem condições da gente continuar longe uma da outra. Ta mais do que claro que a gente não sabe lidar com a distância. A gente tem tanta coisa para viver, Gi. Você vai deixar os nossos planos morrem por aqui mesmo? As viagens que a gente sempre quis fazer e roteirizamos juntas, os lugares que eu quero te levar, os lugares do Espírito Santo que você quer me mostrar, Gizelly! Gizelly, pelo amor de Deus!

- E a sua família, Rafa? E a minha família? 

- Gizelly, eu não vou insistir mais com você, mas se o problema for a minha família, eu já te expliquei ontem. Agora se o problema for a sua família, aí só quem vai poder decidir alguma coisa é você. A única coisa que eu posso te dizer em relação aos seus familiares é que independentemente da aceitação ou rejeição deles, eu vou continuar com você, a não ser que você não queira levar á diante.

- E a sua carreira, Rafaella? A sua imagem? Você ja pensou nisso também?

- Gizelly, o Brasil shippa a gente e a gente fica passando por doida, pelo amor de Deus!

Decido não contra-argumentar mais com ela e deixar  as coisas acontecerem sem a minha interposição, deixar a cargo do destino e de Deus.

POV RAFAELLA:

Alguns meses haviam se passado desde que Gizelly e eu retomamos nosso relacionamento, nosso namoro. Estávamos no mês de dezembro e era chegado o momento de Gizelly ir até a minha casa e residência em que minha mãe morava , em Goiânia.  Obviamente eu já havia ido anteriormente até o Goiás para conversar com ela e colocar todos os pontos daquela relação. Minha mãe não aceitou com bons olhos o nosso relacionamento, mas não se opôs a ponto de não querer contato com Gizelly. Me pediu que tivesse paciência com ela e o processo de desconstrução dela em razão das minhas escolhas. Como ela mesma havia me dito em várias conversas que tivemos, "criou uma filha para casar e ter filhos com alguém do sexo oposto, para ter uma vida 'normal', muito embora soubesse que as escolhas que eu havia feito também eram normais."; e eu consegui compreende-la.

 Gizelly e eu estávamos nos organizando para viajarmos e iniciarmos as festividades de fim de ano com nossas  respectivas famílias. Como o ano havia sido muito intenso para nós, havíamos combinado que o natal, cada uma passaria com sua família e o réveillon passaríamos juntas em alguma praia ou festa com amigos, de modo bem reservado, uma vez que nosso relacionamento era assumido apenas para as nossas famílias e alguns poucos amigos, pois ponderamos que não era o momento de tornar público. Primeiro iriamos a Goiania, aonde  passaríamos uma semana, voltaríamos para São Paulo, pois tanto eu quanto Gizelly tínhamos trabalhos com contratos já assinados. Após isso, passaríamos uma semana no Espírito Santo e, Gizelly  ficaria por lá até o natal e eu voltaria para Goiás, para passar o natal com os meus.

Resolvo telefonar para Gizelly, para saber dela a que horas ela chegaria, pois iriamos juntas ao aeroporto e sairíamos do meu apartamento.

- Oi Rafa, já estou chegando! - Gizelly diz um pouco impaciente.  

GiRafa - Me espera lá fora.Onde histórias criam vida. Descubra agora