Cap. 12 - A Caminho de Iúna/Piaçu

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POV GIZELLY:

Acordamos por volta das oito horas da manhã. Às nove da manhã já havíamos pego a estrada e como era de esperar, nem bem chegamos à segunda ponte e a Rafa já havia cochilado dentro do automóvel.

A viagem duraria por volta de quatro horas e meia a cinco horas, a depender do transito que pegássemos e se parássemos para almoçar no meio do caminho. Como minha família nos aguardava para um almoço de boas vindas, Rafa insistiu que não deveríamos parar durante o percurso para fazer nada além de abastecer o carro, já que ela queria que aproveitássemos ao máximo o convívio com meus familiares e, não queria fazer desfeita em relação ao almoço preparado por minhas tias, minha mãe e a vó Madá. Havíamos combinado também, que intercalaríamos o voltante quando chegássemos na metade do caminho. Assim que chegamos próximo a cidade de São João de Viçosa, senti minhas costas incomodarem um pouco e o sono começar a me acercar. Rafa por sua vez, ainda que se mexesse com constância, não fazia menção em acordar. Avisto um posto de gasolina na ES 264 e decido parar para completar o tanque com gasolina e, sobretudo comprar um café na pequena e simplória loja de conveniência dali.  Com a parada do carro na ilha de abastecimento do posto, oriento o frentista para que complete o tanque e volto a fechar o vidro do carro. Desço do carro e efetuo o pagamento junto ao mesmo rapaz que me atendera e, volto ao carro, guiando-o até um pequeno estacionamento a frente da pequena lojinha. Com muita delicadeza acordo a Rafa para saber se ela queria algo.

- Oi dorminhoca, acorda. - Insisto mais uma vez, desta vez pegando-lhe a mão e beijando-a com carinho.

- Oi amor, desculpa, acabei dormindo. Já está na hora de trocarmos as posições e você me dar o voltante? - Ela fala com uma voz sonolenta, coçando seus lindos olhos cor de âmbar. 

- Não, amor. Parei para colocar gasolina e vou na lojinha de conveniência para tomar um café. Te acordei para você vir comigo.

- Você se incomoda se eu ficar no carro? Tem algum perigo, algum problema?

- Claro que não! Eu volto logo.

POV NARRADOR:

Assim que Gizelly saiu do carro, adentrando ao pequeno estabelecimento a frente, Rafaella, permaneceu dentro do carro. Como as músicas que tocavam na multimídia do pequeno carro branco não estavam satisfazendo a mineira naquela ocasião, ela pegou o telefone de Gizelly, que estava conectado ao carregador do carro, digitando no visor do aparelho a senha e desbloqueando o celular da namorada. Acessou o Spotify e colocou uma playlist somente de músicas sertanejas. Sem que ela esperasse, uma mensagem no celular de Gizelly, o remetente: Marcela Mc Gowan. Rafa era contra adentrar e privacidade da namorada e tampouco gostaria que ela fizesse o mesmo consigo, mas sua curiosidade foi maior do que ela esperava. Não conteve seus ímpetos e apertou o play daquele áudio. No áudio, uma voz muito doce da médica: "Ok, meu amor, conversamos melhor sobre o assunto quando você voltar. Me avisa assim que você chegar em Iúna. Se cuida e vê se dirige devagar".

 Antes que Rafa pudesse ouvir mais qualquer coisa daquele áudio ou dos outros anteriores que continham na conversa ou até mesmo os demais que a Marcela lhe mandava naquele momento. Rafa não conseguiu sequer processar o contexto daquela troca de mensagens e o fato de Marcela, justamente a Mc Gowan chamar Gizelly de meu amor e demonstrar tamanha preocupação com ela. Qual assunto elas precisavam tratar pessoalmente? O que elas conversavam entre elas que Rafa não sabia? Foi um átimo de segundo que revirou a tranquilidade daquela viagem.

O rosto da mineira já estava afogueado. Seu ciúme havia tomado conta de si de uma tal maneira que antes mesmo que Gizelly pudesse afivelar o cinto de segurança a si mesma, Rafaella já a questionou.

GiRafa - Me espera lá fora.Onde histórias criam vida. Descubra agora