Cap. 11 - Aceito!

1.1K 95 12
                                    

POV RAFAELLA:

Eu havia dito tudo aquilo que eu precisava dizer, não era bem nas circunstâncias em que eu havia planejado, mas era necessário diante dos acontecimentos. Eu estava ali, ajoelhada em frente a mulher da minha vida, que estava sentada em uma poltrona,totalmente constrita. Aquele silêncio que pairava entre nós "gritava", eu estava completamente apreensiva no aguardo de alguma manifestação de Gizelly.

- Rafa... Você estragou tudo.

- Deus meu. Jesus! - Eu havia estragado tudo... Ela não iria aceitar meu pedido de casamento, mas como assim? Como eu poderia ter deixado o amor passar por entre meus dedos como se fosse água? - Gizelly, pelo amor de Deus, não me diz que.... - Ela me interrompe.

- Não é nada disso sua boba, lógico que eu aceito. Ta pensando que eu sou louca, é? Mas você estragou a felicidade máxima do réveillon. Ia ser lindo você se ajoelhando, abrindo essa caixinha, os fogos de artifício estourando no céu. Ia ser maravilhoso.

- GIZELLY, PELO AMOR DE DEUS!! Eu quase tive um negócio quando você disse que eu estraguei tudo. Como que "cê" me fala um trem desses desse jeito, menina? Moço do céu, aleluia, arrepiei, você aceitou!

Meu sorriso não cabia em meu rosto, meus olhos apertavam com tanta felicidade, mas não o suficiente para não deixar escapar algumas lágrimas.

- Gizelly, eu sei que eu agi mal, que você tem todas as razões pra ter ficado chateada comigo.

- Chateada não, PUTA DA VIDA!

- Sim, puta da vida, mas eu preciso que você acredite no meu amor, nas minhas intenções que são as melhores na lida da vida e as piores possíveis na cama. Eu te amo, Gizelly Furacão Bicalho.

- Futura, Kalimann, né, meu amor? - Ela fala brincando, com aquela simpatia dela, aquele seu jeito característico de fazer piada com tudo.

- Amor, Kalimman não é sobrenome, é artístico. Você vai ter que se contentar com de Castro. Gizelly Bicalho Abreu de Castro. É assim que você quer que fique o seu nome?

- E o seu, como que vai ficar, Rafaella nome artístico Kalimann?

- Rafaella Freitas Ferreira de Castro Bicalho. E o seu pode ficar assim,óh, Gizelly Abreu de Castro Bicalho. Orna melhor o nome, você não acha?

- Pra mim tanto faz, Rafa... Se estivermos juntas, em harmonia, bem e felizes. Mais do que um sobrenome o que deve nos unir é sobretudo o nosso amor, esse sim é o propósito da nossa junção.

- Eu te amo, Gi! Eu te amo demais. - Digo olhando profundamente em seus olhos, que me encaram da mesma forma.

- Eu te amor também, meu bebê.

POV NARRADOR:

Os dias se passaram e finalmente era chegada a hora de Rafa conhecer a família de Gizelly por completo. Já havia tido um primeiro contato pessoalmente com sua sogra, Márcia, entretanto nada aonde pudessem parar para, de fato, conversarem e se conhecerem.

Devido a uma mudança na agenda de Rafa, por causa da um evento o qual participaria, ela ficaria por Vitória, Iúna e Piaçú por somente quatro dias, voltaria para São Paulo a trabalho e na noite do mesmo dia voltaria para Goiânia, para poder passar o natal junto de seus familiares, sem a presença de Gizelly, pois este era o combinado entre elas.

Por volta das duas e quarenta e cinco da manhã, Rafa e Gizelly desembarcaram em terras capixabas. Ambas haviam feito um péssimo voo, sobretudo Gizelly, que odeia viajar de avião. Como sabiam que chegariam tarde, Gizelly acertou com sua mãe para que antes que viajasse para Iúna, dona Marcia organizasse o apartamento para que elas passassem a primeira noite em solo capixaba. Do aeroporto de Vitória até a Enseada do Suá, bairro aonde capixaba mantinha um apartamento com a mãe, não demorou mais do que quinze minutos e pouco mais de oito quilômetros percorridos. Estava bastante fria aquela madrugada, o que fez Gizelly  desencadear uma sucessão de espirros, o que lhe tirava a paciência e por sua vez, fazia com que Rafa desatasse a rir incontrolavelmente da irritação da noiva.

Assim que chegaram a porta do apartamento, Gizelly abriu a porta, dando passagem para Rafa.

-Bem vinda a sua humilde residência, no Espírito Santo! 

-Você fala como se eu não conhecesse a sua casa, Gizelly. Já vim aqui pelo menos duas vezes. Tudo bem que foram duas vezes muito rapidamente, apenas para passar a noite com você e outra vez somente para passar uma tarde com você, está esquecida?

- Agora é diferente, Rafa...

- Diferente por que, posso saber?

- Sei lá! Tudo é diferente agora, parece que tudo que eu tô vivendo com você é diferente?

- Diferente como, Gizelly? - Rafa pergunta sem entender aquela confusão nas expressões de Gizelly, gesticulando com as mãos, sem conseguir explicar absolutamente nada.

- Eu não sei te explicar direito, mas é como se desde que você me pediu em casamento, é como se a gente estivesse recomeçando a vida, sabe? Como se a gente estivesse começando tudo do zero e não que o que vivemos antes não tenha sido importante. Foi muito importante, mas é como se agora, nós estivéssemos vivendo tudo nosso de uma forma mais intensa. Eu acho até que a gente já começou a construir a nossa família. - Rafa apenas olhou Gizelly, se derretendo com aquelas palavras e com o bico que formara na boca da capixaba, que não demorou, abriu seu berreiro emocionado.

- Amor, é exatamente isso. Nós estamos construindo a nossa estória, nossa família é isso. Somos nós duas e toda a vivência que tivemos com os nossos familiares, que passarão a ser nossos parentes, mais queridos, mas parentes. A nossa família, da Gi e da Rafa, nós já estamos começando de agora. 

- Eu te prometo que a nossa família vai ser a mais linda em linha reta, do Espírito Santo a Goiás. -Disse Gizelly e Rafa riu de sua brincadeira.

- Como que eu te levo a sério, Gizelly? Me diz?

Por volta das três horas e trinta minutos, tanto Rafa quanto Gizelly já haviam tomado uma ducha quente, comido algo leve e deitaram-se para descansar no quarto da mais velha.

Deitadas na cama, Gizelly  repousava sobre o peito de Rafa, que embora não estivesse dormindo, mantinha seus olhos fechados. Gizelly então lhe pergunta:

- Rafa, tá dormindo?

- Ainda não. Você quer que eu pegue água pra você?

- Não. Não é isso.

- Então, o que é?

- Eu quero seis filhos.

- Seis filhos, Gizelly? "Cê" ta louca? Não tem como, não com o nível de vida que levamos. Você com o escritório aqui em Vitória e lá em São Paulo, modelando sempre que você pode. Eu nessa loucura de emissora, de modelar, de influenciadora, publi, eventos, tem a ONG também. Seis filhos você não acha um pouco demais, não?

- Ta bom, então a gente fica somente nos cinco.

- Gizelly!

- Rafa!

- Gizelly, quem tem cinco tem seis. Pelo amor de Deus!

- Então pronto! Temos os seis, já que quem tem um tem cinco e quem tem cinco tem seis.

- Gizelly! Você não tem jeito mesmo. Vamos dormir, amanhã a caminho de Iúna conversamos sobre os meninos, ok?

- Eu amo você, bebê! Já chama eles de "os meninos". Vai ser uma mãe maravilhosa.

Rafa apenas riu da empolgação de Gizelly e puxou para si e dormiram com o passar do tempo.





GiRafa - Me espera lá fora.Onde histórias criam vida. Descubra agora