Cap. 10 - A Conversa (parte 2)

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POV GIZELLY:

Acordei e permaneci deitada na cama aguardando que Rafaella desperatasse.

- Tá acordada, amor? - Ela me diz enquanto descola seus olhos adormecidos.

- Estava esperando que você despertasse, Rafaella.

- Você ainda está chateada comigo, Gizelly?

- Você não estaria, se estivesse o meu lugar? Já parou pra pensar se invertermos as posições? - digo analisando as expressões de seu rosto.

- Gizelly, eu acho que você enxergou tudo da maneira errada. A festa eu realmente te deixei um pouco de lado por causa da quantidade de gente que demandando minha atenção.

- A principal pessoa da festa, você sequer enxergou a noite inteira, Rafaella. - interrompo-a e vejo em sua face o semblante da tristeza e constrangimento.

- Eu achei que você estivesse se adaptando bem, amor. Eu realmente achei isso.

- Ta bom, Rafaella. E o seu ex, o Rodolffo?

- O que tem o Rodolffo? É só um amigo, alguém com quem eu já me relacionei e só.

- Vocês precisavam dançar de rostinho colado, Rafaella? Eu me senti uma idiota, na frente de todas àquelas pessoas!

- Mas amor... - Interrompo-a sem pensar duas vezes.

- Rafaella, pode ser normal para você mas não é normal para mim. Eu não consigo engolir bem essa amizade do "pop" entre você e o seu ex biscoiteiro. Eu não consigo engolir você dançando de rostinho colado com ele.

- Gizelly, a minha relação com o Rodolffo é exclusivamente de amizade e isso é muito bem resolvido e definido entre nós dois, muito antes de você entrar pra minha vida. Eu não vou mudar isso agora, só por causa do seu ciúme.

- Eu que lute, não é mesmo, Rafaella?

- Eu nao disse isso, Gizelly. Não coloque palavras na minha boca. O que eu disse é que eu nao vou agora, do nada, me afastar do Rodolffo, como se fossemos inimigos. E se fossemos nós duas, Gi? Você ou eu estivéssemos com outra pessoa e ela pedisse para que nos afastassemos?

- Não! Não coloque você palavras na minha boca. Eu não estou pedindo para você se intrigar do biscoiteiro, não! Eu estou pedindo para que você analise se agiu bem em ter dançado com ele e como eu me senti com isso.

- Para de chamar ele de biscoiteiro, caramba. Chama pelo nome, qual a dificuldade nisso?

Parecia até que o universo atrapalhava o nosso entendimento naquela manhã. Enquanto Rafaella me questionava por chamar seu ex marido de "biscoiteiro", seu telefone tocou, por azar ou somente ironia do acaso, seu celular estava no móvel cujo qual eu estava ao lado, olho para a tela e avisto nada mais na menos que o nome dele. Apenas entrego-lhe o aparelho e deixo escapar um deboche do meu vasto reportório.

- Ta aí, Rafaella. Dá o biscoitinho dele. - Digo-lhe enquanto entrego-lhe o aparelho. Me nego a permanecer dentro daquele quarto enquanto ela o atendia.
Desço até o pavimento inferior da casa, tomo apenas uma xícara de café e falo rapidamente com minha sogra. Ando de um lado a outro no jardim da casa e resolvo voltar até o quarto. Encontro Rafaella trocando-se após o banho. Decido não comentar absolutamente nada e entro no banho. Assim que saio, vejo Rafaella andando de um lado a outro no quarto discutindo assuntos de trabalho com sua equipe pelo celular. Ela estava impaciente até mesmo com sua assessora. Me aproximo e coloco minha mão em seu ombro e digo-lhe: "Se acalma, você está muito agitada.". Ela vira pra mim e me solta um beijo no ar. Segura minha mão para que eu não me afaste e alguns segundos depois ela encerra a ligação.

GiRafa - Me espera lá fora.Onde histórias criam vida. Descubra agora