Cap. 14 - O que houve?

1.2K 93 23
                                    

POV RAFAELLA:

Depois de uma tarde de amor, regada a algumas sonecas entre uma transa e outra, minha sogra bateu a porta de nossa quarto para nos "acordar", para nos arrumarmos para irmos à Piaçú, para o churrasco na fazenda. Acertamos que iríamos por nós mesmas, no carro da Gi, para que ninguém ficasse a nossa espera, uma vez que ainda iríamos tomar nossos respectivos banhos e nos arrumar. Com a grande quantidade de pessoas dentro da casa da minha sogra, o barulho era tremendo. Pessoas circulando pelos corredores da casa, que fatalmente era audíveis na suíte a qual estávamos  instaladas. Com o passar dos minutos, a casa foi se esvaziando e por sua vez a casa ficando mais silenciosa, até que restasse somente Gizelly e eu. Por incrível que parecesse, aquela era uma das poucas vezes em que eu havia me aprontado primeiro que a Gi. Ela estava um pouco inquieta, procurando pelo quarto uma pequena bolsa com alguns remédios.

- Amor, você viu a minha bolsinha de remédios?

- Não, vidinha. Não está dentro da sua mala ou dentro da sua bolsa?  - Pergunto a ela.

- Não, já procurei três vezes dentro dessa "negoçada" toda e não encontro. Você tem remédio de dor de cabeça na sua bolsa?

 - Tenho sim, vida. Pega na minha bolsa, dentro dela tem um saquinho com algumas cartelas de comprimido.

- Obrigada, bebê!

Por volta das nove da noite trancamos a casa e nos dirigimos à Piaçu. Resolvo perguntar se ela queria que eu guiasse o carro, já que havia reclamado de cefaleia, mas ela negou e foi guiando o carro. Durante parte do trajeto a estrada mais parecia um tapete, entretanto, em uma determinada altura do percurso a irregularidade do solo tornava o veículo vascolejante o que acabou deixando Gizelly mais enjoada do que já estava. Entre sacolejadas e sacolejadas, ela parou o carro bruscamente e abriu a porta e inclinou seu corpo e consequentemente sua cabeça para fora do carro, colocando para fora aquilo que estava dentro de seu estômago. Tentei segurar seus cabelo e apanhei em minha bolsa alguns lenços de papel, para que ela pudesse limpar seu rosto e sua boca. Assim que ela arrevessou tudo, reclinou seu corpo de volta para o carro, encostando a parte posterior de sua cabeça no encosto do banco do veículo. Dei-lhe aqueles lenços de papel e questionei-a sobre como estava se sentindo.

- Você está melhor? - Pergunto assustada.

- Desculpa. Não queria que você visse isto que você acabou de ver. 

- Deixa de bobeira, amor. Na saúde e na doença, você vai fazer esse juramento em breve, ta esquecida?

- Não, bebê! - Ela diz  baixinho e dá um sorrisinho anasalado.

- Você pode ir guiando para mim, por favor?

- Claro, amor! Você quer voltar para casa? Eu posso ligar para a sua mãe e falar da sua indisposição.

- Não, Rafa. É essa estrada que está uma porcaria e o carro acaba balançando muito e eu que já não estava me sentindo muito bem antes de sair de casa, acabei ficando mais enjoada ainda.

- Tudo bem. Então vamos seguir o trajeto até o churrasco na vó Madá. Espero que até lá você esteja melhor.

- Quando eu chegar eu tomo um remédio para enjoo e logo logo estarei boa. Prometo!

Seguimos até a propriedade de dona Madá. Defronte a casa uma plantação de pés de café  que pouco eu conseguia ver, por causa da escuridão do local. Estacionei o carro próximo ao quintal da casa, bem perto a várias pitangueiras que rodeavam a casa. O cheiro de carne na brasa era sentido desde a porteira. Como era de esperávamos, mais uma vez uma recepção mui calorosa por parte dos familiares e amigos da Gi. Finalmente conheci todo o restante da família da Gizelly e para minha surpresa e dela também, lá estavam duas de suas amigas: Tabata e Letícia. Embora falasse com elas por telefone algumas vezes em que tivemos oportunidade, não as conhecia pessoalmente. Foi ótimo ter tido essa aproximação com elas, fez com que eu pudesse entrar ainda mais ao mundo da Gi.

GiRafa - Me espera lá fora.Onde histórias criam vida. Descubra agora