Pega o meu contato?

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Depois daquilo, o toque anunciou o fim do almoço e nos voltamos para o último período.
Dean, o garoto novo, provavelmente não estava em álgebra avançada, assim como 85% da população estudantil ali, por isso, eu estava novamente sozinha.
O que foi algo bem esquisito.
O garoto tinha acabado de dizer "não" para as garotas mais populares do colégio sem pestanejar, o que poderia significar várias coisas.
Todos naquela sala eram um pouco esquisitos. Eu tinha aula com as meninas do último ano e dois garotos estranhos que nunca saiam do celular e gostavam muito de falar sobre um jogo on-line no qual eram viciados. Por isso, nenhum deles estavam envoltos em meu "dilema".
Ao sair para guardar meu material, não me dei conta que Dean estava ao meu lado quando fechei o armário, o que me deu o maior susto e eu quase caí desequilibrada ao fechá-lo.
- Opa! Já vai? - ele me segurou pelo braço dando risada, eu senti sua mão firme me puxando e meu rosto esquentar. Eu ajeitei minha franja, disfarçando minha careta.
- Você se plantou aqui e me assustou! - protestei, ele levantou as mãos, como se defendendo, eu vi novamente sua tatuagem
- Você está certa. Desculpe.
- O que é isso? - apontei para seu pulso, ele levantou a manga de seu agasalho, mostrando uma pequena escrita: "se estamos todos condenados, para que fingir?" ele passou o dedo pelas escritas, borrando.
- São só palavras. - ele deu de ombros, puxando a manga do agasalho novamente. - Pode me passar seu número?
- Meu número? - eu notei que já estávamos descendo as escadas do colégio e eu vi o meu carro, uma grande Range Rover laranja entrar em meu campo de visão ao fundo. Ele pareceu segurar rapidamente em meu pulso e soltar.
- Isso. Seu número. - repetiu.
- Merda... eu esqueci. - confessei, mordendo a bochecha. Ele riu, irônico.
- Que fora! - ele disse, eu ri.
- É que eu realmente não o uso. Pode me passar o seu? - eu notei um brilho no olhar dele, mas não saberia dizer o que aquilo poderia significar. Ele somente arrancou um pedaço de um papel amassado de sua calça, rabiscando seu número e me entregando. - Eu... te mando mensagem?
- Espero que sim, né. - ele sorriu, já se afastando. - Até. - ele acenou, se virando e  indo embora enquanto eu parei alguns segundos, tentando entender a nova fase que eu entrava na interação humana.

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