Capítulo 11 - O contrato

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- Já estamos aqui há uns 10 minutos, você vai me dizer o que tem para conversar comigo ou vamos esperar até eu ter o dom de ler mentes? – Marcos encarava Astrid, ambos estavam na sala dele, a loira disse que precisava conversar com ele, mas já havia algum tempo que eles estavam na sala e ela ainda não tinha dito uma palavra sequer.

- Eu não sei como dizer isso, mas eu preciso porque eu preciso que você me aconselhe – ela não o encarava, não conseguia, era como contar para o seu próprio pai.

- Está me assustando Asty.

- Se você tivesse que escolher entre duas coisas, as duas mudariam sua vida por completo, a diferença é que uma você não tem ideia de como agir, e nem se vai conseguir, porque vai deixar a sua vida mais difícil e a outra é como se fosse a solução da primeira coisa – ela tentava explicar sem dizer o que realmente estava acontecendo.

- Seria mais fácil te ajudar, se eu entendesse do que você está falando – ele se aproximou da loira e olhou em seus olhos – você sabe que pode contar comigo, para qualquer coisa.

- Eu sei, eu vou te falar, mas você tem que prometer que não vai contar para ninguém e nem vai surtar.

- Eu prometo, mas me fala logo – Marcos parecia preocupado.

- Eu...eu estou...grávida – Astrid disse em um sussurro praticamente inaudível.

- Oi, não ouvi, você o quê?

- Eu...estou...grávida – a loira deu um sorriso sem graça para Marcos e percebeu que o mesmo estava paralisado – Marcos, Marcos, você me ouviu? Fala comigo – ela balançou a mão direita na frente dos olhos dele.

- E-eu ouvi-vi, eu só estou tentando assimilar, quer dizer que a minha garotinha está grávida? – ele se levantou da cadeira, foi até um bebedouro que havia na sala e encheu um copo com água bebendo tudo em um gole só.

- Você prometeu que não iria surtar, e além do mais, eu não sou mais uma garotinha.

- Percebe-se né – ele colocou o copo na mesa e voltou a se sentar em frente a loira – quem é o pai?

Astrid engoliu em seco, ela abriu a boca para falar, mas nenhuma voz saiu da sua boca, ela sabia que assim que ela falasse, Marcos a encheria de perguntas e quando soubesse que o pai nem sabia da gravidez, iria fazer um escândalo.

- É aquele cliente, não é? O Spike, Sporke, Speto, Spanto, Spinho.

- Spencer – Astrid o interrompeu antes que ele falasse todos os nomes que começasse com Sp.

- Agora tudo faz sentido, é por isso que você estava estranha esses dias, e triste, espera aí, ele foi embora, isso quer dizer que ele te abandonou grávida? – Marcos se levantou da cadeira e fechou as mãos em punhos – Isso é atitude de moleque, eu mesmo vou atrás daquele garoto e vou quebrar a cara dele.

- Calma Marcos, ninguém vai quebrar a cara de ninguém – Astrid se levantou ficando do lado do chefe e colocou as mãos nos ombros dele tentando o acalmar – a gente pode terminar a conversa de forma calma?

- Ta bom – eles voltaram a se sentar um de frente para o outro – você disse que estava em dúvida sobre escolher alguma coisa.

- Sim, é sobre isso, eu não vou tirar o bebê, isso quer dizer que de qualquer jeito eu vou tê-lo, só que eu tenho que me decidir em ter o bebê aqui e criá-lo sozinha, como uma mãe solteira, isso se eu não colocá-lo para adoção e a segunda opção é eu ter o bebê em outra cidade, tendo do melhor, e o bebê teria tudo do melhor também, mas talvez eu nunca mais volte para cá.

- Agora eu entendi, o tal do Spencer assume o filho se você ir embora com ele, é isso?

Não, não era isso, o Spencer não tinha nada a ver com isso, mas como ela iria dizer para ele que a segunda opção era vender seu bebê? Ele não entenderia e a crucificaria por isso.

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