*Boa noite amores e amoras.**Esse capítulo será um pouco diferente dos demais, não vão ter muitos acontecimentos, serão mais conversas, mas acho que ele é muito importante para o tema que eu abordei na fic.
***Boa leitura!
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- Vocês devem estar se perguntando por que estão reunidas aqui – a psicóloga começou o discurso – meu nome é Helena Johnson, sou psicóloga clínica e eu estou aqui a pedido do Spencer e da Astrid. Eles pediram para eu vir conversar com vocês sobre um assunto muito importante e delicado ao mesmo tempo, mas antes de começarmos eu quero fazer um contrato com vocês, eu vou citar algumas coisas, e vocês me dizem se estão de acordo, a primeira coisa, ninguém está aqui para julgar a ninguém, ninguém é obrigado a falar ou fazer nada que não queira, mas se você quiser falar, não importa o que seja, nós iremos escutar com todo o respeito e te acolher, quando uma pessoa estiver falando algo, o restante de nós escutará sem interrupções e sem julgamentos, e o que for falado aqui, fica aqui. Estamos combinadas, querem acrescentar algo?
Todas as mulheres concordaram com os termos.
- Ótimo, então vamos começar, mas primeiro vamos nos apresentar, eu quero que cada uma fale seu nome e duas características positivas de vocês que comecem com a primeira letra de seu nome, vou começar, meu nome é Helena, eu sou humilde e honesta.
Helena sinalizou para que a mulher sentada à sua direita se apresentasse e assim por diante. As cadeiras estavam posicionadas em círculo e havia aproximadamente 25 mulheres, todas se apresentaram, conforme a psicóloga tinha pedido, a maioria estavam meio receosas sobre o motivo da reunião.
- Agora que já nos conhecemos, vamos começar, como eu disse, o Spencer e a Astrid tiveram essa iniciativa devido à alguns acontecimentos, eu não sei se é de conhecimento de todas aqui, mas o Robert, o marido da senhora Haddock, está sendo indiciado por tentativa de estupro, estupro, violência sexual, violência física, violência psicológica e ameaças – algumas mulheres começaram a cochichar espantadas com a fala da psicóloga, enquanto outras demonstravam já saber da notícia – pelo que eu vejo isso é uma novidade para muitas de vocês. Bem, um dos objetivos desse encontro é conversarmos sobre o assunto, trocarmos experiências e falarmos sobre como nos sentimos com tudo isso e se por acaso tiver alguém aqui que foi e é uma vítima dele ou de outra pessoa possa se sentir à vontade para nos contar.
- Posso fazer uma pergunta? – uma das mulheres presentes no local ergueu a mão, Helena assentiu – O que exatamente vocês querem com isso? Vocês querem que a gente de alguma forma afirme que fomos vítimas dele? Ele é o nosso patrão.
- Eu entendo que vocês estejam receosas e até com medo, mas como eu disse no início, nenhuma de vocês é obrigada a nada, se você quiser compartilhar alguma experiência com a gente, vamos escutar e acolher, mas se você não quiser, vamos respeitar do mesmo jeito, e sobre o fato de ele ser o patrão de vocês, eu peço que vocês esqueçam por um momento isso, nada do que vocês falarem aqui ele vai ficar sabendo, nada será usado contra vocês, e mais uma vez eu reafirmo, só falem se quiserem, eu não quero que vocês se sintam pressionadas a nada – Helena mantinha uma expressão simpática e acolhedora.
Ela brevemente falou sobre a violência sexual, sobre a definição, características, comportamentos do agressor, comportamentos das vítimas, índices de agressões, de denúncias, o processo da denúncia, e sobre as consequências físicas e psicológicas. Após a explicação, ela abriu espaço para que as mulheres falassem suas experiências, um silêncio se instaurou no local, algumas mulheres se entreolhavam, outras olhavam para o chão ou para suas mãos, mas nenhuma se manifestou, nenhuma delas queria ser a primeira.
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Barriga de Aluguel
FanfictionAstrid é uma mulher de 21 anos, ela era uma garçonete em um restaurante. Sua vida era pacata, mas ao mesmo tempo corrida, pacata porque a mesma vivia em uma cidade do interior desde que nasceu, sem muitos amigos e sempre com a mesma rotina, e corrid...