Capítulo 33 - Fotografias

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Soluço e Astrid estavam sentados na praia, ele tinha contado toda a história para ela, desde o motivo da morte de seus pais até o momento em que ele decidiu fazer o que Verônica queria.

- Fala alguma coisa – fazia alguns minutos que Soluço havia terminado de contar a história e até o momento, Astrid não tinha dito nenhuma palavra.

- Eu estou tentando absorver, é muita informação – ela estava sentada na posição borboleta ao lado de Soluço.

- Você me odeia? – Soluço abaixou o olhar.

- Por que eu odiaria? – Astrid olhou em direção ao moreno que fitava a areia.

- Porque agora você sabe da história, do que eu fiz – a voz dele estava baixa – que os meus pais morreram por minha..

- Não e nunca mais fala isso – ela o interrompeu – não foi sua culpa Soluço.

- Claro que foi.

- Claro que não, foi um acidente, você sabe a definição de acidente? – ela colocou uma das mãos no ombro dele.

- Eu sei que foi um acidente, mas que aconteceu por minha causa.

- Lógico que não, foi uma maldita coincidência, mas não tinha como você saber, você estava no hospital – Astrid mantinha um tom de voz meigo.

- Por minha causa meus pais voltaram antes da viagem, se eles tivessem voltado na data certa eles não sofreriam o acidente – Soluço voltou a chorar.

- Tem razão, eles não sofreriam, ou talvez sim, ou eles chegariam em Berk bem, mas sofressem um acidente de carro no caminho do aeroporto para casa, não tem como controlar essas coisas – ela balançava a cabeça negativamente – e se eu te falar que na noite em que meus pais sofreram o acidente de carro, nós estávamos em uma festa e eu passei mal e tivemos que sair mais cedo, você diria que foi minha culpa a morte deles?

- Claro que não – ele ergueu o olhar em direção a ela – você era apenas uma criança – Astrid arqueou a sobrancelha sugestivamente – é diferente, eu não era uma criança, eu já tinha 16 anos.

- Você era apenas um garoto, que só queria se divertir – ela passou o polegar no rosto de Soluço, enxugando algumas lágrimas.

- Eu sei que se formos pensar logicamente você tem razão, mas – ele respirou fundo – eu não consigo não me sentir culpado, por tudo.

- Mas deve, eu não acredito que você viveu esses anos todos se culpando por algo que você não teve culpa. É por isso que todo mundo te trata de uma forma estranha? Do jeito que as pessoas falam eu pensei que você era um psicopata terrorista, mas na verdade você não fez nada – Astrid estava irritada.

- Eu fiz, por mais que eu não tenha tido controle sobre o acidente dos meus pais eu ainda matei uma pessoa Asty.

- Foi um acidente – ela aumentou o tom de voz – você não tinha a intenção de matá-lo, você só estava defendendo a garota, qual o nome dela mesmo?

- Brenda.

- Isso, Brenda – Astrid fez uma careta ao falar o nome dela – como ela era, ela era bonita?

- Sério Asty? – ele a encarou – Com ciúmes?

- Não, eu só quero saber para poder visualizar melhor o que aconteceu – ela deu de ombros.

- Ela era bonita, pelo menos eu achava na época, eu meio que era apaixonado por ela, ela não era uma boa influência e me causou um monte de problemas, mas eu gostava dela, afinal ela foi a minha primeira.

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