Quando a distraída Teagan Croft se muda para Chicago, nada ela conhece da tal cidade e por acidente, choca com um rapaz, um homem alto e belo, coisa que geralmente não teria nenhuma importância especial... Quem diria que passar fora de uma passadeir...
Morri de vergonha ao perceber que tanto a mãe como a irmã dele estavam presentes, a vontade de mais uma vez voltar mais tarde para não criar um estúpido clima extremamente constrangedor era enorme, mas suponho que se repetisse essa proesa a minha mãe não voltaria a trazer-me cá com tanto prazer e disponibilidade.
- Boa tarde - cumprimentei os três com um sorriso sincero e por fim olhei para ele diretamente nos olhos um pouco tímida por não estarmos sozinhos, é surpreendente, mas ele é talvez das primeiras pessoas neste mundo com que me consegui sentir à vontade sozinha. - Como estás?
- A melhorar...- suspirou deixando um sorriso enfeitar os seus lábios. - Hey, queria apresentar-te a minha irmã, esta é a Harlowe e Harl, esta é a Teagan de quem estávamos a falar.
- Descansa que não nos falou mal de ti!- exclamou ela sorrindo-me.
- Fico feliz em saber! - afirmei virando-me uma vez mais para o Curran que nos observava atentamente com uma expressão de felicidade.
- Olha querida, vamos lá para fora para eles falarem um bocadinho mais à vontade.- pediu a mãe de ambos andando até nós e colocando a mão sobre o ombro da filha, conduzindo-a até à porta.
- Até depois!!- exclamou ela acenando a nós dois.
- Adeus! - disse eu acenando de volta sorridente. - Ela é uma querida!
- Tem dias!- riu e juntei-me pois é sempre assim, todos os irmãos tem uma opinião semelhante uns sobre os outros.
- Descansa que a minha também! - contei antes de bocejar. - Dormiste mal? - perguntou fazendo-me sinal para que me sentasse aos pés da sua cama uma vez mais. - Um bocado, estava sem sono. - afirmei. - E tu? Estavas realmente a precisar de descansar, ao que parece. - Também não adormeci propriamente cedo, a princípio pelas dores no corpo e depois era o cérebro que não desligava, estar num hospital sozinho é secante. - A tua mãe também estava cá... - A dormir, ela sim fazia bem. - declarou. - Pois, isso é verdade... - afirmei pensativa, um pouco receosa daquilo que neste momento tinha vontade de questionar, por curiosidade. - Tu... Alguma vez serias capaz de me tratar mal? - O que? - perguntou confuso. - Sim, de me tratar mal, de me fazeres algo, algo que me prejudica-se sei lá! - gaguejei, nervosa. - Que pergunta é essa?! - Desculpa... - murmurei corada. - Ontem à noite estive a pensar... - Estiveste a pensar em mim? - questionou interrompendo-me, colocando-me ainda pior do que estava já estava. - Pior... - confessei, por alguma razão, mesmo com todo aquele medo desgraçado, sinto-me à vontade para falar com ele, como um amigo que conheço de sempre - Sonhei contigo... - Estou autorizado a perguntar o que aconteceu? - Estás... - murmurei antes de suspirar para lhe contar um pouco do que o meu cérebro criou naquela noite - Por alguma razão uma rapariga loira dava-me uma espécie de sermão dizendo que mesmo com tudo o que me fizeste eu continuava do teu lado, fiquei super nervosa sei lá... Entretanto apareceste e ficaram a perguntar de que lado estava eu afinal...Olha Curran desculpa, eu devia ter-te dito isto, foi só um pesadelo estúpido! - Deixa estar, gosto de ver que confias em mim.- sorriu, espantando-me, pois era tudo menos e reação que esperava.- Mesmo em tão pouco tempo.
- Curran eu devo-te a vida! Não tem bem como não confiar.- declarei.
- Porque é que todas as nossas conversas acabam nisso...?
- Talvez porque foi assim que nos conhecemos...- respondi com desconforto.
- Mas não curto que acabes por me dever tudo.- murmurou desviando o olhar para a janela.
- Oh...Sorry, não quero que penses que só me importo contigo por me teres salvo. - disse tristemente.
- E importar-te-ias se não fosse assim?
- Queres dizer, se nos tivéssemos conhecido de forma diferente?- questionei já um pouco perdida naquela conversa.
- Sim, isso mesmo, se fosse só mais um rapaz com quem chocaste num dia aleatório e que por alguma razão depois conhecesses. Importavas-te assim tanto comigo, confiavas assim tanto em mim? Ou é só a culpa a falar de cada vez que cá vens?
- Desculpa? Eu estou a gostar de te conhecer, ou estava já não sei! Mas depois de julgares que sou uma pessoa assim tão estúpida acho que vais passar a ter menos visitas!- gritei levantando-me.
- Oh Teagan...- murmurou segurando o meu pulso, mas rapidamente me soltei irritada, olhando-o com desprezo.
- Teagan nada, acho que se isto é o teu conceito de personalidade complicada, julgares as pessoas em dois meros dias que as conheces, então peço imensas desculpas, pois isto eu sou incapaz de tolerar! - afirmei friamente antes de sair batendo a porta.
- A menina tenha cuidado, isto aqui é um hospital!- avisou uma enfermeira que caminhava pelo corredor estreito de dossiers nas mãos.
- Peço desculpa...- sussurrei deixando amainar a raiva que rapidamente se transformou em tristeza e desilusão que me correu cara a baixo em forma de lágrimas.
Sentei-me na primeira cadeira do corredor, mesmo esta sendo demasiado junto à porta(talvez fosse o meu subconsciente a querer manter-se por perto), olhando para as minhas próprias pernas, chorando em silêncio.
- Vês Teagan, é isto que ganhas por te afeiçoares a alguém tão rapidamente...- sussurrei entre dentes.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.