Quando a distraída Teagan Croft se muda para Chicago, nada ela conhece da tal cidade e por acidente, choca com um rapaz, um homem alto e belo, coisa que geralmente não teria nenhuma importância especial... Quem diria que passar fora de uma passadeir...
A primeira semana de aulas terminara, semana na qual evitei a Olivia quase tanto quanto evitei o Curran a quem respondia às diversas e insistentes mensagens, com frase curtas e gélidas. A ideia de desconfiar da pessoa por quem venho a apaixonar-me corrói o meu interior como uma espécie de acido, incomodando a tal ponto que me torna incapaz de aguentar, ultrapassando os medos levando-me a marcar uma hora para conversarmos, uma hora para o confrontar, pois acredito que me compreenderá, pois convenço-me que aquela conversa não passou de um plano orquestrado por uma ex ciumenta, ressentida. Estou sujeita a que leve a mal, estou, mas serei incapaz de viver dúvidas eternamente.
Ela não voltara a seguir-me após a primeira vez, já hoje, neste final de tarde de sexta-feira o seu olhar recaíra sobre mim imensas vezes, felizmente chegara a hora de abandonar a escola calmamente na direção de um pequeno parque, aquele relativamente perto de minha casa onde avistei de longe o Curran sentado num banco de olhos tão vidrados no telemóvel que apenas deu por mim quando ocupei o lugar a seu lado.
- Hey. - murmurei forçando um sorriso.
- Hey estava a ver que não virias! - exclamou abrindo um sorriso.
- As aulas atrasaram hoje...- o meu modo frio de falar mantivera-se fora das mensagens.
- Teagan está tudo bem? - mais tarde ou mais cedo tal questão haveria de surgir, afinal a minha forma de agir evidenciava que algo acontecera.
- Desculpa pelo que te vou perguntar, desculpa, por favor! - implorei alterando automaticamente a expressão da sua face - Espero que saibas que apesar de tudo confio em ti, só garantir que posso continuar assim...
- Teagan, se a ideia é assustares-me, estás a conseguir perfeitamente... - balbuciou.
- Houve uma pessoa, uma miúda da minha turma que nos viu juntos e me veio contar uma história, avisar-me na verdade e por mais que a tenha ignorado penso que não perco nada em confirmar, até porque não me mentirias pois não?
- Claro que não, não tenho nada a esconder! - infelizmente ele aparentou ficar na defensiva de súbito.
- É verdade que estiveste com quatro miúdas ao mesmo tempo? - indaguei nervosíssima, procurando os seus olhos, os quais mais pareciam fugir dos meus - Cur?
- Ter feito isso não implica que o repita contigo... - balbuciou de cabeça baixa.
- Então é verdade. - instintivamente recuei, fitando o vazio em êxtase - Quando antes falaste de personalidade complicada, pensei em tudo menos em algo deste género.
- Nem tinhas que pensar, é passado. - declarou pousando suavemente a mão sobre a minha e meio hesitante permaneci estática.
- Tens a certeza...?
- Claro! Nunca te faria algo assim!
- Não disseste isso por acaso à irmã da Olivia? - arrependi-me daquilo que me fugira da boca assim que aconteceu.
- Eu mudei ok? Não repetia isso nem que me pagassem, já se passaram dois anos porra.
- Quem é que muda tão drasticamente em dois anos?! - vociferei, alimentando cada vez mais a maldita discussão.
- Talvez alguém que perdeu o pai e que abriu os olhos! Talvez a pessoa que nunca tinha sofrido na vida tenha compreendido que as ações magoam!! - gritou de olhos brilhantes, levantando-se, brusco.
- Cur eu não queria... - sussurrei, sentindo as suas lágrimas como facadas no meu peito - Não era minha intenção...
- Desconfiares de mim?! Acreditares numa qualquer?! Pois olha que não foi o que deste a entender! - afirmou virando-me costas.
- O-onde vais? - gaguejei, de pé sentindo que também a minha vista se inundava.
Sem obter qualquer resposta sentei-me uma vez mais com o coração tão carregado de culpa que cada membro do meu corpo parecia ter o dobro do peso, pois por mais que algo dentro de mim ordenasse que corresse atrás dele, aquilo que fiz, o assunto em que toquei levava-me a ter a plena certeza de que não era digna do seu perdão.
Curran POV
A dor que me percorreu enquanto dialogávamos daquela forma estupida só não foi maior do que a que nasceu quando, já a alguns largos metros escutei um grito dado por aquela voz de sotaque australiano, virei-me para trás procurando-a, correndo na sua direção assim que o meu olhar recaiu sobre dois homens que agarravam os seus braços com expressões que me desagradavam totalmente, corri o mais rápido que pude e mesmo impossibilitado por um dos braços afastei ambos com o outro.
- Rapaz não te metas, esta já é nossa! - ordenou o mais velho.
- Está calado meu nojento e deixa-a em paz!! - ripostei.
- Não me parece... - gargalhou irónico de olhos postos no meu braço ao peito - A menos que queiras os bracinhos a combinar.
- Curran por favor...Tem cuidado.- murmurava ela entre soluços.
- Não te preocupes com ele princesinha, olha para nós, não somos muito mais interessantes.
A partir dali tudo pareceu acontecer numa fração de segundo, o mais novo dois que possuía no máximo uns trinta anos, agarrou a Teagan pela cintura coisa que obviamente tentei impedir, no entanto o outro deu-me um murro na zona das costelas, onde diversos hematomas ainda permanecia, sendo a razão para que em menos de nada acabei por cair ao chão, subitamente um rapaz surgiu distribuindo murros pelo rosto dos dois homens que se afastavam atordoados, dando à loirinha a oportunidade de vir até junto de mim, abraçando-me em lágrimas.
- Desculpa, desculpa-me por favor...- implorava desesperadamente.
- Se fosse a vocês desaparecia daqui antes que me arrependa de não chamar a polícia. - dizia o nosso misterioso ajudante aos agressores que largaram a correr em passos desnorteados.
- Obrigado... - ela foi a primeira a pronunciar-se.
- Não custou nada. - respondeu ele sorrindo amigável, estendendo-nos as mãos as quais nos ajudaram a voltar a ficar de pé - Estão bem?
- Sim, graças a ti. - acrescentei - Sou o Curran e ela a Teagan.
- O meu nome é Gavin Leatherwood. - comentou apertando-me a mão.
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